quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Turismo, Como Mover a Roda

Roda SP - Ônibus que mostra roteiros do litoral paulista.
Mover a roda é simplesmente uma simbologia. Este artigo pretende lançar ideias sobre como tirar o trade da inércia que se encontra hoje. Os empresários estão no mercado com seus produtos diversificados, se recebem ou não recebem visitantes parece não fazer muita diferença. Acontece que se não se mexerem vão quebrar ou terão que mudar de atividade comercial. O trade é um termo que tem o sentido de conjunto de equipamentos como meios de hospedagem, bares, restaurantes, centro de convenções, feiras de negócios, agências de viagens e turismo, empresas de transportes, lojas de souvenires, companhias aéreas, táxis, empresas que fazem seguros para eventos e de todas as atividades comerciais periféricas ligadas direta ou indiretamente a atividade turística.


Agora estamos percebendo que muitas tarefas de 20 anos atrás não foram feitas e, buscar mover o turismo local não é uma tarefa muito fácil. Digo que é preciso estar muito atento a nossa riqueza e facilidades, pois, não é difícil vir alguém de fora e assegurar para si nossas potencialidades. O trabalho do Conselho Municipal de Turismo que iniciou-se ainda em 2015 continua com a chama acesa, fazer disso uma iluminação na cabeça dos empresários não é nada fácil. Aliás, todos sobreviveram até agora, talvez seja apenas mais uma crise. Uma coisa é certa, vai ceifar muitos negócios. Esperamos que a empresa que vai fechar seja a do vizinho, não a minha.

Estamos chegando e vendo a movimentação do turismo nacional, houveram fatos novos como a realização da Copa do Mundo em 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016, trazendo grandioso volume de turistas o Brasil foi mostrado para o mundo. No contexto local não temos nem noção. Informações desatualizadas de 2014, 2013 não dizem a verdade do momento atual. Uma coisa é certa, temos muito para fazer e modificar a realidade. Precisamos descobrir como fortalecer o turismo regional, atrair visitantes de outros Estados para nossas múltiplas possibilidades, negócios, ecológico, esportivo, cultural, religioso, enfim, tudo pode ser explorado.

Mover a roda, vamos lá. O que precisamos fazer é criar a base da pirâmide e trazer todas as categorias para conversar e fazê-los acreditar no potencial da cidade e dos seus negócios, depois traçar estratégias para desenvolver o município através do turismo e, é claro que os participantes vão ganhar dinheiro. Vejo que os setores do trade estão dissociados de suas entidades representativas e mesmo dos grupos de debates, como o Conselho Municipal de Turismo entre outras tantas. Olhando para o lado do segmento do transporte, apenas como exemplo, não conhecemos a classe desses trabalhadores, apenas a pessoa que representa e nada mais. O que podemos fazer com esta classe de profissionais? Muita coisa, principalmente por considerar a importância de conduzir nossos visitantes, de falar da cidade com muito carinho e respeito. Verdade, temos que amar a Cidade de Marabá e ser um Embaixador de toda essa terra e região.

Sei que é falar é mais fácil do que fazer. Toda mudança causa um pouco de rejeição e requer um pouco de sacrifício, mas, precisamos mudar a mentalidade, não dá para ficar cada um no seu pequeno quadrado e produzindo simplesmente para não morrer. Ações isoladas resultam em proveito pessoal e não formalizam um mercado, não serve para vender produtos. O turismo de uma cidade é um produto e este precisa estar nas prateleiras para ser comercializados. Mas, precisamos produzir, não estamos produzindo nada para o mercado, não estamos nas prateleiras do mercado nacional.

As empresas precisam urgentemente considerar a importância de compor o trade, de discutir setorialmente e no contexto geral. Vou colocar um exemplo do setor hoteleiro. No entorno da Rodoviária da Nova Marabá há muitos hotéis ali estabelecidos, quantos eu não sei. É um número que considero como muito importante e não sei do envolvimento destes em qualquer discussão local do meio empresarial. Não se envolvem e não participam. Não ocupam seus espaços de poder na Associação Comercial, no Sindicato Patronal, no Conselho de Turismo, em nada. Sei que não é correto apontar o dedo, faço isso com o objetivo de demonstrar que sem participar dos espaços de poder, fica difícil. Estes serão ocupados por outros. Levantar a classe hoteleira é de fundamental importância e envolve-los no turismo é algo que vai trazer retorno, não apenas estes setores, todos.

Nós temos todos os elementos que compõem o trade turístico, talvez tenhamos algo diferente, talvez mais, talvez menos. De fato, cada cidade possui suas peculiaridades e precisa aglutinar o que tem para trabalhar o turismo. Essa desarticulação empresarial foi muito ruim, ficamos assistindo o barco afundar. E o barco afundou levando o nosso calendário municipal de eventos, nossa secretaria de turismo, nossas festas noturnas, nossas grandes feiras e festivais de música. Perdemos muita coisa que trazia gente para esta cidade, perdemos sem reclamar, sem dar um soluço.

Dias melhores virão quando quisermos participar. Se é isso o que querem, estamos dispostos a caminhar juntos. Se não querem participar é porque está tudo bem, hotel cheio de hospedes (bem mais do que antes, espero), restaurantes com filas nas portas, casas noturnas fazendo eventos todas as noites e etc. A caminhada é longa mais trará resultados concretos.

A atual conjuntura do turismo municipal considerando a articulação do Conselho Municipal de Turismo, temos o apoio da Secretaria de Estado de Turismo, temos a intenção da Flytour Viagens de colocar Marabá nas prateleiras do mercado nacional, temos a participação de empresários e secretarias no Conselho Municipal de Turismo (não todos). Não temos a Secretaria Municipal de Turismo foi desarticulada pelo atual prefeito João Salame. Ainda não conseguimos formar a base de empresas do trade, descobrindo por exemplo, todos os restaurantes locais com seus representantes CNPJ e culinárias. Neste quesito estamos trabalhando o Conselho como se fosse o trade e precisamos conhecer toda essa base.

Novo Ministro do Turismo


Novo Ministro do Turismo Marx Beltrão
“Precisamos pensar o Turismo de uma forma diferente. É claro que é necessário valorizar cultura e belezas naturais, mas não podemos esquecer de integrar a sociedade”, argumentou em sua primeira fala em solo nordestino. “E isso se faz com infraestrutura de qualidade, garantia de saneamento básico, urbanização, iluminação, segurança, profissionalização e, claro, minimizando a burocracia da máquina pública”, completou.

Marx Beltrão tomou posse no dia 5 de outubro como Ministro do Turismo e afirmou durante o Festival do Turismo de João Pessoa em 21 de outubro; "É a partir dessa integração social que a captação de turistas brasileiros e estrangeiros será efetiva, ainda mais depois de um período de grandes eventos. “Temos legado de imagem e, agora, precisamos convertê-lo em empregos e renda. Uma cidade como Cancun (México) arrecada mais com o Turismo do que dos os Estados Brasileiros juntos. Isso precisa mudar. Temos que mostrar como o Brasil e o Nordeste é grande”, incentivou. O Brasil precisa fazer rodar a sua grande roda do turismo, nós precisamos empurrar a nossa também.

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