segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

HIDROVIA DO TOCANTINS, VEM AÍ A DERROCAGEM DO PEDRAL DO LOURENÇÃO


Antônio de Pádua de Deus Andrade - Secretário de Estado de Transportes
Na Audiência de Apresentação do Projeto de Derrocagem do Pedral do Lourenção, ocorrida nesta data (11/02), no Ministério Público do Pará, em Marabá, com a participação do Sr. Antônio de Pádua de Deus Andrade - Secretário de Estado de Transportes e o Sr. João Acácio presidente da DTA Engenharia, empresa contratada para a elaboração do projeto básico e de execução, das ações ambientais, bem como, execução das obras de derrocagem para a implantação do canal de navegação na região dos pedrais (Pedral do Lourenço) da Hidrovia do Tocantins, no Estado do Pará, estiveram presentes autoridades do setor público dos municípios de Marabá, Itupiranga, Breu Branco e Baião, além de promotores do Estado e Federal e da sociedade civil.

O Ministério Público do Pará através da Promotora Dra. Josélia Leontina foi a anfitriã do evento acolhendo com muita simpatia a todos os presentes, sem demora, após a sua breve abordagem, passou a palavra ao Sr. José de Pádua, Secretário de Transportes do Pará que passou muitas informações sobre esta obra de grande interesse, totalmente executada com recursos públicos do DNIT, ou seja, do Governo Federal, que precisa ainda do parecer do IBAMA, que poderá sair até o mês de julho deste ano.



João Acácio - Presidente da DTA Engenharia
PRESIDENTE DA DTA ENGENHARIA PROMETE UMA OBRA RÁPIDA
O Sr. João Acácio - Presidente da DTA Engenharia - fez uma apresentação detalhada de todo o projeto, chamando a atenção para algumas especificidades, por exemplo, que a bacia amazônica tem uma característica de ter seu curso fluvial para portos oceânicos com um curso de descida, favorecendo o transporte hidroviário, vantagem essa que, no Porto de Santos não há, pois o rio Tietê corre em sentido oposto ao oceânico.

O curso do rio Tocantins na região denominada de Pedral do Lourenção, como foi apresentado, existem trechos com alargamento do canal, outros de ampliação da profundidade, criando um corredor com a retirada de 1,3 milhão de m3 de pedras que serão colocadas em outros pontos de maior profundidade, deixando-o navegável com um calado que vai de 3,10 até 3,20 metros de profundidade, tornando-o rio de águas profundas.

O Engenheiro Leonardo apresentou o projeto básico e execução de engenharia. Esse projeto de derrocagem fluvial, em suas palavras, é algo pouco comum no país, razão pela qual não existem as normas para tal da ABNT, razão pela qual se baseará na PIANC – Permanent International Association of Navigation Congress, que é a Associação Mundial para a Infraestrutura de Transportes Aquaviários.

As obras de derrocagem poderá ter a duração, após as licenças e autorizações, de apenas 2 anos, isso obedecendo as janelas de trabalho, período de 8 meses por ano, por conta das cheias, após tudo concluído permitirá a navegação em 95% da totalidade dos dias do ano, podendo o rio ficar sem navegação por irrisórios 15 dias por ano.


IMPACTOS POSITIVOS
A derrocagem terá um impacto muito grande, após entregue para a navegação, cujo canal ou corredor de navegação precisará de manutenção com dragagem de sedimentos, algo comum em um canal fluvial de águas correntes, que atenderá a interesses de vários estados, esse foi considerado como um impacto negativo, mas, como bem disse João Acácio, semelhante a uma casa que precisa ser varrida diariamente, o rio deverá ter seu leito dragado de sedimentos. Aliás, para quem levantou estou ponto na audiência, o rio já está assoreado há muito tempo, como também o lago da Hidrelétrica de Tucuruí, assim, este problema já existe e, para manutenção do curso hidroviário haverá de se ter dragagens periódicas.

Serão impactados com esta logística os Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Bahia e Pará, que poderão escoar as safras de sojas dentre outros produtos por esta hidrovia que começa em Marabá. O trecho da Hidrovia que compreende Marabá até Belém, em específico, a Vila do Conde, tem uma extensão de 500 km e possibilitará comboios de 200 metros de comprimento e 32 metros de largura com um calado de 2,10 metros e capacidade para 13.500 toneladas.

A Hidrovia do Tocantins quando da conclusão dos trabalhos de derrocagem, com todos os estudos de impacto e de benefícios de logística compreende o trecho até a Vila do Conde, obtendo o licenciamento legal e integral.


ONDE OS PARAENSES PODEM GANHAR
Nesta audiência de apresentação do Projeto de Derrocagem ouve discussões sobre os impactos positivos, para esta região (Sul do Pará) que contará com uma produção de 5 milhões de toneladas de grãos de soja até o ano de 2025. Por outro lado, compete ao governo do Estado do Pará a atração de empresas para a construção de terminais de transbordo e de embarque, empresas que poderão adquirir áreas neste território, além de outras que poderão vir para produzirem a soja. A derrocagem favorecerá algo que sufoca os produtores na questão de logística, fato este que pode ter gerado a não implantação da ALPA.

Houve uma cobrança para que o Governo do Estado construa um Porto Público para dar apoio ao empreendimento. Enfim, essa audiência serviu para mostrar a empresa DTA ENGENHARIA principalmente o seu Presidente que demonstrou o "know-how" de longos 21 anos de experiência, cujo portfólio já está enriquecido por obras de muito maior complexidade.

O Pará poderá ganhar muito com esta logística, mas, não é o Governador que virá em cada município e dizer o que deve ser feito. Não é o Governador que dirá aos empresários o que devem fazer para ganhar dinheiro. Quem vai se beneficiar em grande parte é, justamente o setor privado, para tanto os agricultores, pecuaristas, industriais e outros devem fazer a sua parte, para que o canal chamado Hidrovia do Tocantins não seja apenas mais uma atração para se ver.

Atualmente o rio Tocantins está assoreado, como disse um ambientalista presente, no entanto, nada está sendo feito para reverter o quadro,  nem sendo cobrado. Também, no mesmo não se está fazendo os devidos cuidados para aumento de espécies de peixes, enfim, o rio hoje serve basicamente para o veraneio que ocorre no mês de julho e nada mais. Tirar vantagem do rio é justamente a produção de peixes em tanques-gaiolas, agricultura irrigável e etc, numa forma de produção e de geração de riquezas. O que o rio pode fazer por essa gente e o que não está sendo feito? O rio é uma riqueza muito grande. Viva o rio Tocantins que nos permite sonhar com uma atividade de logística e o rio Itacaiúnas, nosso grande patrimônio natural.

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