terça-feira, 8 de novembro de 2016

Parques Nacionais, Um pouco de história

Urso do lindo Parque de Yellowstone nos EUA.
O Parque Nacional de Yellowstone é um grande atrativo para os americanos, que a consideram uma das áreas de maior beleza natural dos Estados Unidos. Este é o famoso parque do Urso Zé Colmeia, por abrigar em seu interior animais enormes como ursos e por sua geologia, lá encontram-se os geysers, as fontes de água quente natural que são ejetadas do chão e produzem um efeito espetacular, cujos jatos alcançam até 56 metros de altura e acontecem a cada 90 minutos. Apesar de todo o desenvolvimento e modernidade das suas cidades, os americanos continuam amando a imensa beleza das paisagens naturais dos Estados Unidos, e os parques nacionais são uma das suas grandes paixões. Vários destes parques ficam próximos de algumas das principais cidades dos país, o que facilita bastante uma visita!
Parque Nacional dos Campos Ferruginosos de Carajás
A criação do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos de Carajás é uma excelente ideia. E atenderá diversos objetivos, principalmente da proteção integral da natureza definidas por Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e será administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente criada em 2007. Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, permitindo a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Parques Nacionais Brasileiros
Parque Nacional de Itatiaia, no Rio de Janeiro
No Brasil temos 71 parques nacionais, o primeiro foi o Parque Nacional de Itatiaia no Rio de Janeiro, criado em 14 de junho de 1937 por Getúlio Vargas. Depois vieram o do Iguaçu no Paraná em 10 de janeiro de 1939, e Serra dos Órgãos em 30 de novembro de 1939, também no Rio de Janeiro.
Em 1974 foi criado o Parque Nacional da Amazônia, situado no município de Itaituba, no Estado do Pará com uma área de 945.851,00 hectares e é administrado pelo ICMBio, com uma preocupação de preservação ambiental. A melhor época para visitação é entre os meses de julho e dezembro, quando diminuem as chuvas e é possível observar a diversidade da fauna e da flora. O turista terá a oportunidade de se aventurar por corredeiras, afloramentos, por trilhas no relevo suavemente ondulado, conhecer cachoeiras, bancos de areia, igarapés, praias e serras do rio Tapajós,
Parque Nacional do Pau Brasil
Bicho Preguiça do Parque do Pau Brasil
Recentemente, ou seja, em 31 de outubro de 2016 foi criado o Parque Nacional do Pau Brasil, unidade de conservação de 19 mil hectares do bioma Mata Atlântica, situado no sul da Bahia, região que é o berço do Brasil, o parque abriu as portas para visitação pública na última sexta-feira (28). As visitas já podem ser agendadas a partir desta terça-feira (1º).

O evento incluiu, ainda, a inauguração do Centro de Visitantes Rômulo Mello, uma homenagem ao servidor, analista ambiental e presidente do ICMBio falecido recentemente em decorrência de um infarto.

Importância do uso público
Durante a cerimônia, as autoridades ressaltaram o papel do uso público e da visitação como instrumentos de gestão das áreas protegidas, aproximando a sociedade, impulsionando o desenvolvimento regional e auxiliando a fiscalização, uma vez que a presença do público inibe a ocorrência de crimes ambientais nessas áreas.

“A abertura de um parque nacional é sempre motivo de festa. E quando se trata do maior núcleo natural da espécie de árvore que deu nome ao nosso país, o valor simbólico é ainda maior”, destacou Sarney Filho. Segundo o ministro, é fundamental trabalhar as possibilidades de uso público, respeitando as particularidades de cada território.

Para Ricardo Soavinski, a visitação precisa ser encarada como instrumento de gestão e valorização das UCs: “Os parques nacionais não devem ser espaços isolados da sociedade, e sim espaços para se praticar a conservação”, argumentou.

O chefe do Parque Nacional do Pau Brasil, Fábio Faraco, também ressaltou o valor histórico da área: “Foi aqui que o Brasil começou. Essa história precisava ser contada e resgatada, mas isso só se tornou possível graças à equipe do parque, às comunidades locais e às instituições parceiras”.

Trabalho de quatro anos
Tamanduá Bandeira espécie presente no Parque Pau Brasil
O planejamento das atividades de turismo e lazer foi executado ao longo de quatro anos, sendo, na última etapa (18 meses), apoiado pelo Projeto de Fortalecimento do Parque Nacional do Pau Brasil, uma parceria do ICMBio com a Conservação Internacional (CI-Brasil), Prefeitura de Porto Seguro, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Rio do Brasil, Veracel Celulose e Associação Despertar Trancoso.

Rodrigo Medeiros, vice-presidente da CI-Brasil, falou sobre o papel icônico do Parque do Pau Brasil e sobre o uso público como vetor de desenvolvimento regional, podendo movimentar cerca de 1,7 bilhão de reais por ano. “A partir dessa experiência, o objetivo é levar projetos assim para outras unidades de conservação do sul da Bahia”.

Medeiros aproveitou sua fala para anunciar o lançamento do Fundo Abrolhos Terra e Mar, instrumento de captação e gestão de recursos financeiros destinados, inicialmente, a sete UCs federais da região: parques nacionais do Pau Brasil, do Monte Pascoal, do Descobrimento e dos Abrolhos; reservas extrativistas de Corumbau e Cassurubá; e Refúgio de Vida Silvestre Rio dos Frades.

Os recursos do fundo, que começa com um aporte de 2,1 milhões de dólares oriundos do Global Conservation Fund (GCF), serão aplicados na preparação dessas áreas para uso público, turismo, lazer e educação ambiental.

Do descobrimento à visitação pública
O Parque Nacional do Pau Brasil está localizado na Costa do Descobrimento, mais precisamente no distrito de Vale Verde, em Porto Seguro, litoral sul Bahia. Fundado em 1536, o Vale Verde foi um dos primeiros aldeamentos jesuítas do Brasil e ainda hoje preserva boa parte dessa história. Visitar o local é fazer uma viagem ao nosso passado.

Por outro lado, o histórico de ocupação da área e as ações antrópicas geraram consequências para o meio ambiente. A criação do parque, em 1999, e sua ampliação, em 2010, vieram com o intuito de mitigar esses impactos, protegendo mais de 10 mil espécies da fauna e flora da Mata Atlântica, algumas endêmicas (só existem ali), além de importantes recursos hídricos e das populações remanescentes da árvore pau-brasil.

Agora aberta ao uso público, a UC oferece aos visitantes seis trilhas sinalizadas, cachoeira, mirantes de observação da paisagem e o “refúgio do pau-brasil”, que reúne no mesmo espaço árvores jovens e milenares: uma experiência que encanta e emociona. Segundo Fábio Faraco, os próximos atrativos de ecoturismo a serem instalados serão o camping rústico e a tirolesa.

O chefe do parque explica, ainda, que as visitas já estão liberadas para os ciclistas. Os demais visitantes deverão procurar as agências de turismo credenciadas, uma vez que não será permitido o acesso de carros particulares na unidade. “Para o público geral, a visitação poderá ser realizada através das operadoras de turismo da região, que farão o agendamento com a equipe do parque”, esclarece Faraco.

Aves raras
A rica biodiversidade encontrada no parque fica ainda mais evidente quando o assunto são as aves que ali vivem, muitas delas endêmicas ou ameaçadas de extinção. Exemplo disso é o gavião-real (harpia harpyja): a espécie conta com seis casais vivendo na área da unidade, e três ninhos estão monitorados com câmeras. Outras espécies emblemáticas são o papagaio-chauá (amazona rhodocorytha) e o beija-flor-balança-rabo-canela (glaucis dohrnii).

Para aproveitar tamanho potencial, foi lançado este ano um Projeto de 'Birdwatching' (Observação de Aves), que, entre 2016 e 2019, deverá mapear as áreas das seguintes UCs onde a atividade pode ser desenvolvida: Parque Nacional do Pau Brasil, Refúgio de Vida Silvestre Rio dos Frades e RPPNs Rio do Brasil e Estação Veracel. “O passo seguinte será a capacitação de comunitários do entorno para se tornarem condutores nesse projeto”, comemora Fábio Faraco.

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