terça-feira, 30 de janeiro de 2018

SOBRE O HOTEL ARIAÚ TOWERS, O FILME ANACONDA E PARQUES TEMÁTICOS

http://g1.globo.com/am/amazonas/
Primeiro vieram os livros, depois os filmes e, depois o parque temático Mundo do Harry Potter em Orlando, uma das atrações mais visitadas da cidade. É uma área que fica dentro do Parque Islands Of Adventure da Universal. Rapidamente se tornou a atração mais procurada de todos os  parques de Orlando, sendo visitado por milhões de crianças de todo o mundo. Essa estratégia de transformar filmes de sucesso em atrativos permanentes levou os estúdios a criarem seus parques temáticos, colocando a estrutura do filme, quer dizer, os cenários para serem visitados. Tanto é verdade que os parques em Orlando têm atrações baseadas em diversos filmes, a começar pelo filme do tubarão. Os americanos tem muito que ensinar ao mundo suas estratégias comerciais, especialmente a nós brasileiros, considerados como criativos.



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O filme Anaconda, rodado na cidade de Iranduba, a 60 quilômetros da cidade de Manaus, em 1997, contou com a participação de estrelas como Jennifer Lopez, que teve ascensão meteórica de sua carreira, por conta de sua participação neste filme, Ice Cube, Eric Stoltz e Jon Voight. O cinema apropriou-se das instalações na selva de um cenário privilegiado, o Hotel Ariaú Amazon Towers, desde então passou a hospedar celebridades como Arnold Scharzennegger, Bill Gates, o ex-presidente americano Jimmy Carter, Leonardo de Capri entre outros.

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A notícia ruim, o Hotel fechou as portas entre 2016 e 2017, está em ruínas, tudo se acabando pela ação do tempo. O investimento consistia em um hotel formado por cinco torres, de quatro a sete andares, 186 suítes todos climatizados, mais um alojamento com 40 apartamentos para empregados, restaurantes com capacidade para 200 pessoas, auditório com 400 lugres, um anfiteatro, um mini auditório para 70 convidados, uma piscina média, um bar e um mini shopping.

As torres foram construídas em estrutura de concreto e em madeira de lei e cobertas com alumínio. Existia uma pirâmide para meditação. A estrutura oferecia 8 suítes construídas na copa das árvores chamadas de casa do Tarzan. Havia 4 quilômetros de passarelas com estrutura em concreto e madeira, dois helipontos, com duas torres de observação.

Mas, esse cenário se perdeu por conta de problemas financeiros dos gestores, não conseguiram pagar uma dívida de R$ 1,5 milhão. O Hotel Ariaú já foi a leilão por duas vezes não encontrando compradores, o valor do empreendimento era de R$ 13 milhões.



O filme Anaconda

A história começa quando sua personagem, diretora de um documentário a respeito da tribo perdida dos Shirishamas, embarca para a Amazônia querendo descobrir mais sobre este mito indígena. Seu time é formado por caras como o câmera Danny Rich (Ice Cube), o engenheiro de som Gary Dixon (Owen Wilson, que nem deve se lembrar que fez isso um dia), o antropólogo Steven Cale (Eric Stoltz, presente em dez entre dez filmes ruins da história), entre outros.
Mas o destino deles muda quando a tripulação, que desce pelo Rio Amazonas, cruza o caminho do ex-padre paraguaio Paul Serone (Jon Voight). Verdadeiro vilão do filme, ele é na verdade um caçador de serpentes que força a equipe de Terri a ajudá-lo a encontrar a lendária Anaconda, pela qual existe uma recompensa milionária. Mas o foda é que o bichão não tá muito no barato de ser capturado, seja vivo ou morto. E resolve contra-atacar.
Embora parte das cenas tenha sido realizada no Arboretum, uma espécie de Jardim Botânico na cidade de Los Angeles, um pedaço enorme foi rodado ao longo de algumas semanas de 1996 lá no Rio Negro, maior afluente da margem esquerda do rio Amazonas. Parte do elenco americano estava desesperado por estar ali, em meio à natureza, com medo dos mosquitos e principalmente das cobras brasileiras reais.
Mas eles deveriam, talvez, ter medo é do animatronic da Anaconda, que deu pau no meio das filmagens e saiu de controle, pulando pra lá e pra cá. No fim, toma que os caras foram obrigados a usar um bocado de tomadas do animal em CGI, que custou a ligeira bagatela de US$ 100 mil por segundo... e nem é lá tão convincente assim.
Anaconda acabou se tornando um filme B por excelência até nos mais singelos detalhes – como as regravações de áudio feitas para “suavizar” a linguagem e conseguir uma classificação PG-13. Os “fucking” acabaram sendo substituídos posteriormente por “freaking”, mas se você tem um ouvido apurado, vai sacar claramente os momentos em que isso acontece. Pra completar, como num filme de kung fu dos anos 70, existem sequências em que os lábios dos atores não batem com o que está sendo dito, numa espécie de dublagem BEM ruim.
O resultado? Bilheteria monstro, claro, mas com direito a seis indicações ao Framboesa de Ouro em 1998, quando a premiação ainda era minimamente divertida, incluindo “pior nova estrela” para a própria Anaconda (!).


Enfim, os americanos conseguem fazem do cinema um espetáculo fabuloso que se traduz em retorno financeiro. Depois, transferem esses cenários para os parques em Orlando, criando uma indústria do entretenimento e do turismo com ganhos constantes. Nós ainda não aprendemos esse segredo, aliás, temos poucos parques temáticos, muita coisa se torna mais complicada quando se fala em Brasil. 

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