Barqueiros da Praia do Tucunaré |
O que vemos é que o Brasil não promove o turismo e
este não promove o país, pois, se assim fosse, seríamos um país com mais
geração de riquezas, trata-se de encarar a coisa como um investimento de
retorno e quase sempre constante. O setor produtivo do turismo parece aquele
velhinho no canto da sala, bem vivido e experiente, grande potencial e sem
forças para agir. Assim, vamos olhando apenas a epiderme em termos gerais.
Culpa de quem? Neste caso é de todos nós que elegemos políticos sem visão de
futuro, sem projetos, sem programas e começam e terminam seus mandatos sem
nenhum planejamento, diagnósticos de sua realidade econômica e etc, daí,
danam-se a fazer praças como se isso fosse tudo.
O que se arrecada através do setor produtivo, para
ele deveria retornar para ser reinvestido. É como colocar os recursos para
gerarem muito mais, projetar suas riquezas naturais, sua cultura e sua
história, que são recursos únicos e quase inigualáveis. A fauna, a flora, a
tradição de um povo, sua história, seus monumentos, seus atrativos, tudo isso,
jamais haverá de acabar se for reconhecido como uma riqueza que se revigora e
se perpetua indefinidamente, muito mais significativo economicamente que a construção de
uma praça aqui e outra acolá. Isso representa o gasto de recursos sem a preocupação do
retorno, claro que a população precisa de lazer, mas, precisa de empregos
também e o gestor de ter o retorno de seus investimentos.
Vejo o turismo em três camadas distintas, a
primeira é o Ministério do Turismo e suas políticas públicas, como a epiderme,
camada mais externa e mais extensa da pele, a olhar e tentar impulsionar da
Capital Federal todas as Unidades da Federação e Municípios, geralmente com a
visão de políticos sem ter na veia o que é o turismo. A derme, camada abaixo da
epiderme é representada pelas unidades federativas, cujos governantes colocam
seus amigos a comandar a pasta, mesmo que a formação do nomeado seja de médico,
de advogado ou de outra profissão. Como esperar que o turismo funcione com um
profissional de outra área? Assim, os governos estaduais não conseguem entender
e implantar as diretrizes nacionais do Ministério do Turismo, coisa que passa
de gestão para gestão com crescimentos ínfimos. As políticas
estaduais de turismo de muitos estados ficam guardadas no congelador, longe do
sol que pode prejudicar a epiderme e mesmo a derme.
Praça Cipriano Santos |
Os números do turismo, os eventos são vistos como
atrativos, sem, no entanto, nenhum produto a ser comercializado, o secretário
de turismo sequer sabe dizer o que é um produto turístico. Infelizmente este
problema, nesta metáfora, representada pela hipoderme passa longe dos olhos e
dos desejos das autoridades federais, estaduais e suas políticas de turismo.
Cidades dotadas de rica rede de infraestrutura
turística de gastronomia, hotelaria, serviços, com aeroportos, centros de
convenções não associam nada a estas atividades, não articulam o trade para
algo altamente lucrativo, reclamam muito e nada fazem. Do outro lado, o trade
se comporta como um ser cego, surdo e mudo, que até consegue andar, mas, não
sabe para onde vai e deseja ser conduzido. Os municípios são os espaços de
poder que mais matam o turismo nacional, são eles que mais sabem o que podem
impulsionar e nada fazem. Os empresários brasileiros investem muito nos seus
estabelecimentos e se tornam passivos quando se trata de agir coletivamente,
grande parte deles, através de uma junção de setores poderiam causar uma
revolução benéfica e vantajosa, principalmente para eles.
Enfim, os números de
visitantes não aumentam, como também não aumentam os faturamentos de hotéis, de
restaurantes, todos perdem a esperar pelo secretário de turismo que entende de
medicina. Quem mata o turismo local ou regional? É o prefeito? O Secretário de
Turismo? E os Empresários? E a sociedade? Quem? Nestes casos o Doutor em Medicina não será capaz de agir nas camadas dos problemas do seu município, nem mesmo no seu modo de ação, não conseguirá sequer usar os recursos destinados para a sua secretaria. Como não mencionar o Rio de Janeiro? Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e o turismo sofre com governantes da esfera estadual e municipal, acho que não preciso dizer mais nada.
Outro dia uma autoridade encaminhou projeto, no qual, cerca de 30 por cento da praia do Tucunaré ficaria reservada para a criação de tracajás, afetando nosso principal balneário, cartão postal, meio de sobrevivência para barqueiros e rabeteiros, o mesmo não considerou outras centenas de lugares viáveis para esta ação de preservação da natureza, claro que não seria uma coisa muito fácil, dada a agitação e o frenesi de pessoas, de barcos e etc. Então, precisamos encontrar as pessoas que querem a promoção social e o desenvolvimento do turismo, muitos há, que além de não fazerem nada ainda atrapalham.
Outro dia uma autoridade encaminhou projeto, no qual, cerca de 30 por cento da praia do Tucunaré ficaria reservada para a criação de tracajás, afetando nosso principal balneário, cartão postal, meio de sobrevivência para barqueiros e rabeteiros, o mesmo não considerou outras centenas de lugares viáveis para esta ação de preservação da natureza, claro que não seria uma coisa muito fácil, dada a agitação e o frenesi de pessoas, de barcos e etc. Então, precisamos encontrar as pessoas que querem a promoção social e o desenvolvimento do turismo, muitos há, que além de não fazerem nada ainda atrapalham.
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