Na atual conjuntura muitos municípios brasileiros procuram
medidas para ajustar as contas públicas, cada vez maiores e as receitas, cada
vez menores. A economia como um todo já não apresenta crescimento e tem causado
dificuldades a todos os setores e à população, pela escassez de dinheiro e juros elevadíssimos. Como uma obsessão o país foca apenas em um
aspecto e deixa de ver que há alternativas, entre elas, a melhor é investir no
turismo.
Este setor responde por 9,6% do PIB brasileiro, gera três
milhões de empregos diretos e interage com 52 atividades da industrial. Em
Natal, no Rio Grande do Norte é a atividade que mais gera empregos e responde
pela segunda maior fonte de receita do Estado e, entre 2002 e 2007 conseguiu
dobrar o número de turistas na cidade. O que dizer da Europa? Esse continente tem
no turismo sua maior fonte de receitas.
Quem é que não gosta de viajar, de conhecer outras cidades,
de se divertir, de fazer compras? No Brasil temos cerca de 130 milhões de
pessoas com potencial para consumir viagens e, no entanto, apenas 62 milhões
são viajantes ativos. Estão de fora 70 milhões de pessoas que podem entrar
neste mercado de consumo.
Eu tinha uma opinião equivocada, pensava que era apenas o
setor público o impulsionador do turismo. Deparei-me com a realidade de muitos
municípios em que a locomotiva a puxar essa atividade é justamente o setor
privado. Claro que há os casos em que é o público e, outros em que são os dois,
e também, casos em que nenhum dos dois faz alguma coisa. A união dos setores
agindo com harmonia e foco é o desejado das cidades mais dinâmicas.
Passei a ver o turismo como válvula de escape à realidade
atual. Perdemos nos últimos anos mais de 10 mil postos de trabalho com o
fechamento de várias indústrias e mesmo do comércio. A nossa perspectiva é promissora,
a Federação das Indústrias do Estado do Pará, através do seu presidente José
Conrado prevê até o ano de 2020 investimentos da ordem de R$ 87 bilhões na
região de Carajás e, ainda assim, não há certeza se serão realmente
concretizados.
Tenho dito que a boa saída é dar o primeiro passo, trazer o
tema do turismo para pauta de nossas discussões, fazer tudo o que outros
municípios fizeram e hoje colhem os bons frutos. Cada cidade possui suas
peculiaridades e com Marabá não é diferente. Temos pontos falhos e positivos.
Destacaremos alguns dos pontos positivos, como por exemplo: município polo da
região sudeste; cidade de fronteira com outros 11 municípios; desenvolvida;
possui dois belos rios; aeroporto; ferrovia; shopping center; hotéis e toda a
infraestrutura necessária ao turismo.
Não se tem os números do turismo em Marabá, mas, ele existe,
tenho pesquisado em vários locais a presença de turistas na cidade, mesmo sem
estímulos e tratamento condizente eles nos visitam e deixam por aqui parte de
suas economias. Esses números poderiam ser levantados e estimulados. A cidade
precisa ser mostrada com esse potencial que temos. Precisamos pautar nossas
ações para o turismo. Precisamos juntar toda a classe empresarial e o setor
público e abrir o diálogo. Vamos lá minha gente?