terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Uma cidade sem apoio ao turismo - Como fica?

Hotel na Cidade Nova com placa de "Vende-se" ou "Aluga-se"
Essa postagem não tem o objetivo de fazer críticas a nenhum governante, seja do passado ou atual, serve como uma demonstração de uma vocação econômica que não encontrou ainda apoio. A gente sempre espera novos acontecimentos, nova força na gestão pública, mas, tenho que concordar que a crise enfraqueceu a saúde financeira da cidade, faltam recursos para o pagamento da folha de servidores e etc. Também entendo que os orçamentos são discutidos e aprovados para serem cumpridos e há recursos para todas as políticas públicas, inclusive a do turismo. Até parece que isto não tem impacto no mundo empresarial e mesmo na gestão pública. Pois é, isto é um grande engano. Tem grande impacto e reflete fortemente no aumento do desemprego, no fechamento de empresas. Não vou contabilizar o quanto de empregos que foram encerrados, de hotéis que diminuíram os números de colaboradores e outros que fecharam as portas, de restaurantes e de outros empreendimentos. E sei que essa crise na cidade foi causada por vários fatores, inclusive pela falta de apoio às vocações econômicas da cidade.

Vendo de perto os últimos acontecimentos, do findar de um governo municipal e início de outro, o que se encerrou não priorizou o turismo, e o que assumiu neste 1º de janeiro ainda não deu pistas. Me lembro e não gosto nenhum pouco da síndrome de Gabriela: "Eu nasci assim, eu cresci assim e vou ser sempre assim." A realidade é que uma cidade que não apoia a cultura e o turismo fica numa situação complicada, principalmente quando ela é Pólo na região e possui toda a estrutura voltada para a recepção e conforto aos visitantes. De antemão, quem mais sofre são os profissionais do setor, empresários e colaboradores ligados direta e indiretamente, com o encerramento de suas atividades profissionais, com o fechamento de hotéis, restaurantes e etc.


Não se trata de pessimismo

Supermercado fechado na Cidade Nova
É chato começar o ano com um post meio triste e lembrando a síndrome de Gabriela, é chato pensar que as coisas não vem mudando. Como vice presidente do Conselho Municipal do Turismo e como diretor de um sindicato patronal do comércio varejista vejo que todo o comércio da cidade precisa do turismo, precisa ganhar fôlego enquanto as grandes indústrias, os grandes projetos não chegam a esta região rica, rica em natureza, em belezas, rica em minérios e de gente maravilhosa. É necessário focar também na resolução dos problemas. Estamos esperando a chegada da Cevital Groupe, empresa argelina que pretende instalar na cidade um projeto agroindustrial e uma siderúrgica para entrar em operação em 2019, com investimentos de 2 bilhões de dólares capaz de gerar 2,5 mil empregos diretos. Uma grande mexida no setor financeiro e comercial mas, precisamos desenvolver nossas outras boas vocações.

Muitos grandes projetos instalados na região sofrem do problema da geração de poucos empregos, da grande automação e os prometidos empregos reduzem-se significativamente, tudo parecendo que foi uma mentira. Hoje os trabalhadores perdem a oportunidade para as máquinas, por exemplo, o Projeto Salobo, cadê os empregos para Marabá? Outro exemplo, o Projeto S11D da Vale, inaugurado em dezembro em Canaã dos Carajas os minérios não serão transportados por caminhões atividade que se utilizará de correias transportadoras e, vai deixar de empregar muitos trabalhadores motoristas, mecânicos e etc. O comércio também deixará de vender os caminhões, peças, manutenção de etc. 

Voltemos ao turismo. Praticamente tivemos quatro anos sem apoio as políticas do turismo. Mesmo sendo escolhida e beneficiada pelo Governo do Estado com a construção de um Centro de Convenções cujas obras aproxima-se de sua conclusão e, no entanto, no que pese essa grande contribuição ao turismo local, o prefeito anterior não fez nada no setor turístico. Como fica uma Cidade Polo da região mais rica do Estado do Pará, considerando seu potencial turístico? Fica a mercê dos empresários e investidores privados e da sorte de um evento aqui e outro ali a trazer pessoas de outros estados. Queremos dar apoio ao funcionamento do Centro de Convenções e movimentar toda essa cadeia produtiva. Por que não?


Fechando as portas


Restaurante na Cidade Nova fechado
Aqui na Cidade Nova, Núcleo Urbano bem organizado e populoso que abriga o Aeroporto da cidade, possui excelentes restaurantes, hotéis novos e super confortáveis, conheço de perto a realidade, de hotéis e restaurantes fechados e outros com baixíssima taxa de ocupação. Recentemente vi fechar o Restaurante na Rua Itacaiúnas, o Restaurante Av. Transamazônica, fechou o Hotel que fica Av. Transamazônica. Também vi o fechar as portas dois grandes supermercados jogando trabalhadores para a informalidade. Também encontramos lojas de festas e eventos, Salões de Beleza com as portas baixadas. 


A força do Turismo

A internet é prodigiosa em seus artigos, a cidade paranaense de Jandaia do Sul em 2010 tinha 20 mil habitantes, orçamento anual de 35,6 milhões de reais e em 2011 fechou contratos de 15,3 milhões de reais com o Ministério do Turismo, para obras de infraestrutura, como saneamento, calçamento e pavimentação  e, curiosamente não é um município turístico. 

Por fim, com o forte desemprego da atual crise brasileira o que acontece com uma cidade que não dá apoio ao turismo é, muitos desempregados nas ruas, empregos que se vão par outras cidades, aumento da violência e da prática de muitos crimes, muitos prédios fechados com as placas de "vende-se" e de "aluga-se". A violência ganha destaque e isso projeta uma situação de insegurança e afugenta nossos visitantes. É a projeção negativa da cidade que fica registrada, de ser perigosa e não queremos isso.


Apoio do Ministério do Turismo


O Governo Federal presta grande apoio aos municípios que aderem ao Programa de Regionalização do Turismo, do Ministério do Turismo, estabelecido pela Lei 11.771/2008, mesmo um município que não possui uma clara vocação para o turismo (que não é o nosso caso) - ou seja, que não recebe turistas em seu território - pode dele se beneficiar, se este desempenhar o papel de provedor ou fornecedor de mão de obra ou de produtos destinados a atender o turista. A regionalização permite, assim, ganhos não só para o município que recebe o visitante (que é o nosso caso), mas para toda a região.





Apoio do Governo do Estado do Pará

Pedrinho, Arnilson e Michael Barkoczy Presidente da Flytour

Não bastasse o grandioso investimento na construção do Centro de Convenções de Marabá, autoridades da Secretaria de Estado de Turismo estiveram conosco por diversas vezes, na realização do I Seminário de Turismo realizado em 28 de abril de 2015, fomos convidados para uma reunião com o Sr. Toni Sando do Convention & Visitors Bureau de São Paulo. Em outubro de 2015 fomos convidados e participamos no stand do Governo do Pará do 2º Hiper Feirão de Viagens Flytour em Santos, SP, estiveram conosco avaliando as obras do Centro de Convenções, deram palestras e nos incentivam e nos motivam muito, afinal, implantar o turismo faz parte das políticas do Governo do Pará, mas, infelizmente a Secretaria Municipal de Turismo estava desativada.



Fontes Pesquisadas:


http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/cidade-sem-atracoes-turisticas-e-a-recordista-em-convenios-no-pr-bwz9nhbrech099ubkvxs55p3i

http://www.brasilpost.com.br/2015/12/14/mariana-vice-turismo_n_8806748.html

http://www.turismo.gov.br/acesso-a-informacao/63-acoes-e-programas/4882-programa-de-regionalizacao-do-turismo.html

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