Aeroporto João Correia da Rocha. Foto: Arnilson Assis |
Esse assunto começa a se tornar pauta nas áreas empresariais e de comunicação e já movimenta o setor político do Estado. A ideia é o restabelecimento dos voos perdidos. Será que isto é possível? Para muitos é difícil compreender as razões de tamanha perda. A saída pode estar com a criação de uma força tarefa reunindo as autoridades municipais, estaduais e da União, todos juntos para fazer cobrança junto à empresa aérea. Por outro lado, por razões comerciais, a empresa tomou a decisão para evitar perda de receitas. A queixa é uma constante, procuram a Superintendência da Infraero de Marabá para fazer reclamar e cobrar a solução. Procuram a Infraero por não conseguirem reclamar diretamente a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, que tem a missão de regular o funcionamento da concessionária de transporte de passageiros.
Missão Empresarial no voo da Azul: Arnilson, Nádia e Waleska, voo da Azul. Foto Arnilson Assis |
A questão é que a TAM Linhas Aéreas possuía dois voos diários e optou pela retirada dos voos diretos, traçou uma nova rota. Agora os passageiros desta empresa fazem escala no aeroporto Juscelino Kubitschek em Brasília e após quatro horas de espera pegam outra aeronave diretamente ao aeroporto Internacional de Belém, ou seja, a viagem que duraria apenas uma hora de duração, agora, passa de dez horas, para viagens de ida ou de retorno à capital, causando vários transtornos em uma viagem que era considerada curta e rápida e atendia aos interesses de negócios e de viagens de passeio. Está se reduzindo de 22 voos diários para apenas 10, quase 50 por cento do movimento regular.
A TAM tomou a decisão por
conta do número menor de viajantes e a empresa visa o lucro e não prejuízos em suas operações.
Se em 2013 tivemos movimento de mais de 466 mil passageiros as
estimativas para 2015 é de menos 100 mil da capacidade. Esses números
representam perdas para as companhias e também para a própria Infraero, sejam
nas vendas de bilhetes e também nas cobranças das taxas e impostos. Ainda em
desfavor das concessionárias está o elevado preço do combustível que, em alguns
estados o Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS) não é tão elevado como no Pará e, aliás, o custo com o querosene aéreo
representa 40 por cento das despesas das aéreas, ou seja, podem justificar que isto inviabiliza voos rentáveis.
A crise vem afetando todos os setores e mesmo o aéreo. No
decorrer dos últimos 5 anos ocorreram algumas transações no setor: a Gol
comprou a Webjet Linhas Aéreas (em 2011), a fusão da Trip com a Azul Linhas
Aéreas (em 2014) e a TAM com a chilena LAN Airlines criando a companhia Latam
sob controle chileno (iniciado em 2010 e concluído em 2012).
Reforma e Ampliação
O aeroporto marabaense é considerado o terceiro maior do
Pará, perdendo em movimentação de passageiros para o Internacional de Belém e
para o Internacional de Santarém que, fica entre Manaus (AM) e Belém (PA). Os
fabulosos números de 2013, acerca da movimentação de 466 mil passageiros
tornaram o nosso aeroporto no ranking do 44º maior do país, à frene de cidades
como Macapá, Rio Branco e Joinville, por exemplo. Esse crescimento acentuou a
necessidade de ampliação e reforma sendo investidos R$ 6,7 milhões, na ampliar das
instalações e aumento no conforto aos usuários. Além de mais bonito e maior
conforto os espaços foram ampliados, a sala de embarque de 80 passou para 350
metros quadrados. Foram criadas novas salas para as companhias aéreas e área
comercial, aumento no número de balcões para check-in, implantação de duas
novas esteiras para bagagens no setor de desembarque, ampliação dos banheiros
e, também no saguão que chegou aos 570 metros quadrados, melhoria na fachada
com uma marquise metálica mais moderna. Ao que parece, temos agora um aeroporto
do século 21 que suportará o crescimento de passageiros para os próximos dez
anos, pois, aumentou também a capacidade de operar 600 mil embarques e
desembarques anuais.
Importância Regional
A retirada dos voos diretos para Belém e vice-versa, representa uma grande perda para a cidade e para a região sul e sudeste. Era uma condição privilegiada para se deslocar e resolver problemas e voltar no mesmo dia. Além do mais, o aeroporto de Marabá atende a cerca de 32 municípios num raio de 300 quilômetros e uma população geográfica de quase 2 milhões de pessoas. Apesar de tudo, as reclamações partem de um deputado estadual e de empresários locais. A pesquisa encomendada pela ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil
A pesquisa intitulada "O Brasil que voa", serve para demonstrar a influência dos aeroportos brasileiros. É o mais completo levantamento do setor já realizado, a Secretaria de Aviação Civil em parceria com a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) realizou 150 mil entrevistas em 65 aeroportos, responsáveis por 98% da movimentação aérea do país. A pesquisa mostrou que o Aeroporto João Correa da Rocha é mais influente em termos regionais, que Brasília, por atender 46 municípios, recebendo passageiros para embarques ou destinando após o seu desembarques e a capital federal 43 municípios. Entre os municípios que se servem-se do aeroporto de Marabá: Parauapebas, Canaã dos Carajás, Xinguara, Tucuruí, Belém, Redenção, Jacundá, Curionópolis, Tucumá e de outras 35 localidades circunvizinhas, incluindo os vizinhos estados do Maranhão e Tocantins. Tal confluência interregional, caso seja ampliado, pode tornar o aeroporto João Correa como um entroncamento aéreo de muita importância. Mas, para que isto aconteça precisamos voltar a crescer e a se desenvolver, atrair investimentos que proporcionem benefícios permanentes.
Muitos municípios paraenses servem-se de aeroportos próximos, embora, sejam importantes em se considerando o contingente para a possível implantação de um aeroporto, como é o caso de Ananindeua (na Região Metropolitana de Belém) e Castanhal, distante 80 km da capital. A pequena e rica cidade de Canaã dos Carajás já demanda um aeroporto local por conta de projetos como o S11D da Vale, mas, seria muito próximo, por exemplo, ao aeroporto da Serra dos Carajás (Parauapebas) e o de Marabá. Outros com potenciais, segundo o estudo são Abaetetuba, Barcarena e Paragominas.
Os resultados da pesquisa, realizada em quatro etapas distintas, nos meses de janeiro/fevereiro, março/abril, maio e agosto de 2014 serve para complementar a base de dados do sistema de transporte aéreo brasileiro, importante para se planejar estrategicamente o setor para os próximos anos. E, já se estuda e se planeja o projeto para uma nova ampliação do Aeroporto João Correa. Considerando as perspectivas de grandes projetos para cá, passada essa crise, com a inauguração do Centro de Convenções de Marabá, com a Hidrovia e com o Porto Público sendo concretizado, ninguém segura Maraba, mais, em primeiro lugar devemos considerar impulsionar o turismo de todas as formas, é uma excelente vocação e é algo que adormece sem apresentar os seus resultados positivos.
Maiores companhias aéreas presentes em Marabá:
Mais informação sobre a pesquisa: http://www.aviacao.gov.br/obrasilquevoa/index.php
http://www.emsampa.com.br/voos/aeroporto_maraba.htm
Nota: O aeroporto João Correia da Rocha está em processo de finalização das obras de reforma e ampliação e vai aumentar a sua capacidade para 600 mil passageiros por ano.