É o turismo, cujo potencial precisa ser melhor aproveitado. Nas páginas a seguir, vamos fazer uma viagem pelas belezas naturais que ornam o município de ponta a ponta, das praias e balneários a cavernas e grutas, com direito a paradas, aqui e ali, para um flerte à cultura e aos sabores desta terra generosamente inundada de água e sol.
Com texto de Laércio Ribeiro e imagens de Hudson Silva, Visão Estúdio, Herculano Neto, Arquivo GEM e Jocival a Revista Foco Carajás n.º 14, agosto e setembro de 2010, publicou um passeio agradável pelo potencial turístico de Marabá que, com a devida permissão da responsável pela revista impressa que publico o teor da matéria agora transcrita.
Praia do Tucunaré: nosso bibelô tropical
Nos roteiros de turismo, o município de Marabá é mais conhecido por suas praias de água doce do que por qualquer outro atrativo. E não é sem motivo - as praias estão por todo lado. A principal delas, a Praia do Tucunaré, fica a apenas um passo, no meio do principal rio que banha a cidade - o Tocantins.
No verão, especialmente no mês de julho, o balneário ferve. Pessoas dos mais distantes lugares vêm a região, desfrutar desse bibelô tropical. Mas são os próprios marabaenses, ainda, os principais visitantes da ilha. Para estes, a Praia do Tucunaré é parada obrigatória nos abrasadores finais de semana da temporada de veraneio.
O balneário se transforma num caldeirão aos domingos, movimentado por banhistas e gente que põe o pé na areia para faturar, vendendo de um tudo. Para chegar à praia, só de barco. Por isso, uma multidão se aglomera já nas primeiras horas do dia em frente ao cais, onde barcos de todos os tamanhos fazem acirrada competição no transporte até o outro lado.
A Secretaria Municipal de Turismo (Setur) não possui um registro de todos os balneários frequentados no verão. Mas, contando nos dedos dá pra lembrar de mais de dez: praia do Tucunaré, do Geladinho, dos Lençóis, dos Macacos, do Espírito Santo, Croa Pelada e Balneário das Mangueiras, no Rio Tocantins, além dos balneários Pirucaba, da Mocinha, Vavazão e Taboquinha, estes no Rio Itacaiúnas.
A natureza dá o ar da sua graça
Subindo ou descendo de barco o Rio Tocantins, a partir da Orla, tem-se a impressão de que a cidade foge, levando pra longe toda a sua inquietude. Pouco a pouco, o barulho da agitação vai dando lugar a outros sons; sensações que remetem à serenidade e soam doce aos ouvidos. São vozes, aqui e ali, de gaivotas e tetéus, entre muitas outras aves de beira d'água.
A natureza dá o ar de sua graça em sons, movimentos e cores Num mesmo banco de areia, garças enormes esbanjam elegância ao lado de minúsculos maçaricos. Ariscos à aproximação do barco, mergulhões batem asas e fazem uma exibição de encher os olhos, ao executar em fila indiana um voo razante sobre as águas. à medida que se vai singrando o rio, os pedrais vão emergindo como se fossem pontos escuros arrojando-se do infinito. Em muitos deles, extraordinariamente crescem pequenos arbustos que os pescadores chamam de rabo de raposa. Recebem este nome porque, juntas, em feixes, guardam ligeira semelhança com a cauda do canídeo selvagem. Nesta época do ano, o rabo de raposa difunde beleza, com suas flores abundantes em tom amarelo. Fincado nos pedrais esparsos, seu colorido contrasta com o negrume das rochas, evocando um quadro ao mesmo tempo simples e magistral. O passeio está só começando, mas os seus efeitos à alma já são infinitamente recompensadores.
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