Tony Palha ao centro em mais um desfile. Foto: Arnilson Assis |
Além da comercialização de produtos regionais artesanais e de vestimentas, muitos expositores aproveitaram a oportunidade para exporem e comercializarem produtos da moda e da beleza. Muitas empresas do mundo da beleza que marcaram presença para venderem produtos consagrados, lançamentos e mesmo na realização de serviços de corte, tratamento, rejuvenescimento de cabelos e de técnicas e tendências atuais para pele e para todo o corpo.
Foto: Arnilson Assis |
Blogueira Tânia Tatsch, Tony Palha e Waleska de Assis (Marabá, PA). Foto: Arnilson Assis |
Missão empresarial de Marabá: Nádia (Sebrae), Arnilson, Cátia e Waleska. |
O Direito da Moda - Fashion Law
O Coordenador da área de Fashion Law André Mendes Espírito Santo é Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é Membro Fundador e diretor executivo do "Fashion Business & Law Institute (Instituto Brasileiro de Negócios e Direito da Moda. Abordou "A moda como negócio e os gargalos jurídicos", princípios legais dentro da moda na área da propriedade intelectual. Para os produtores fashions os principais problemas são as peças exclusivas e a alta customização, a recorrente reclamação de cópias de criação e a moda autoral, cujos autores e criadores buscam meios de proteção diante concorrência desleal entre grifes. E o mundo fashion tem seus produtos como perecíveis, se o contêiner, por exemplo, ficar parado corre o risco de a moda perder o seu time e não vender mais.
A defesa do registro de uma marca, o comércio de produtos pela internet e a prática da cópia de produtos de marcas consagradas e mesmo de ilustrações, de fato, são vários os componentes que propiciam o sucesso de uma marca quando a mesma é lançada e suas novidades. Embora, aja muito de aproveitamento de moda do passado, haverá sempre a possibilidade do uso de materiais novos, de novas formas de se vestir e estar bem em acontecimentos sociais. Bem mais do que se possa imaginar há um campo em que muitas marcas competem pelo mercado e essa disputa chega até os tribunais. Com o objetivo de elevar o conhecimento e a ética na moda fashion e na alta costura foi promovido o Fashion Law que é, mais claramente falando, a defesa do direito da criação e da produção comercial sob a coordenação do advogado André Mendes do Espírito Santo vislumbrou a importância da criação do Fashion Business Law Institute para demonstrar que, em muitos dos casos a ideia é de quem a criou e, em outros, é de quem a copiou e divulgou. Esse campo é meio complexo, mas, há um vasto conhecimento e é importante destacar que é preciso lutar por seus direitos de criação e evitar o descaramento da pirataria sem nenhum constrangimento. Por incrível que pareça, há muitas empresas, pequenas e grandes a copiar e faturar com projetos comerciais alheios.
Ela é Mestre em Moda, Cultura e Artes pelo Centro Universitário Senac - SP, é bacharel em designs industrial e comunicação visual pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e especialista em moda pleo London College of Fashion, no Reino Unido. É membro do Instituto Brasileiro de Negócios e Direito da Moda, Docente convidada de cursos e palestras do Grupo Fashion Law e atua há mais de 20 anos no mercado da moda e prestando consultoria.
Na segunda parte da palestra deste dia, a jornalista Paula Acioli, ainda na palestra Fashion Law fez uma abordagem histórica desde quando surgiu os princípios da moda. A ilustração é bem conhecida, Adão e Eva vestindo-se com a mesma roupa, quer dizer, com o mesmo objeto que no caso era uma folha de parreira para cobrir suas partes íntimas. Para ela o comércio da moda se espalha por vários estados e, destaca São Paulo como principal polo irradiador e com maior número de marcas, enquanto que, no Rio de Janeiro ainda são poucas, como por exemplo: Reserva, Osklen (criador do sapatênis), Cantão e outras. Segundo a consultora, o Rio de Janeiro é um bom exemplo e diz, o carioca ama o Rio e tem orgulho da sua identidade. Enfim, existe um desafio, de tornar o Pará mais nacional, mais Brasil.
Estilistas Internacionais
No segundo dia de programação os trabalhos foram realizados em amplo salão do Hangar Centro de Convenções, com a participação do estilista internacional Tony Palha e da jornalista de modas do Diário do Pará Tânia Tatsch focado no mundo "fashion" globalizado e regional do Caderno Tudo de Bom (TDB).
Ele é paraense de Vigia (PA) que comemora a marca de 25 anos de alta costura e de muitos trabalhos realizados. Falar de alta costura não é algo tão comum para nós, mas, ao acompanhar a trajetória vitoriosa de Tony Palha aprendemos muito com esse artista que reside no Rio de Janeiro e volta preocupado em levantar a moda na Amazônia. Não será algo fácil, pois, diferentemente do eixo Rio-São Paulo por aqui os desafios são bem maiores.
Tony Palha surgiu no mundo da moda há 25 anos e viveu um momento maravilhoso da alta costura brasileira. Os reis, ou melhor o papa da moda brasileira nos anos 60 e 70 era o paraense Dener (faleceu em 1978 aos 41 anos de cirrose hepática), depois o mineiro Markito que despontou nos anos 80 (faleceu em 1983 com 31 anos de idade vítima da Aids), depois Clodovil Hernandes (faleceu em 2009 aos 71 anos de idade de AVC) eram seus contemporâneos e influentes na sua criação.
Uma trajetória, segundo palavras de Tony Palha marcada pela humildade, simpatia, perseverança e muita fé e que a vida foi colocando as pessoas importantes em sua vida, começando por São Paulo e depois Rio e depois para o mundo, onde, pode trabalhar com Valentino, Dolce Gabbana e produzir para Elton Jhon e Liza Minelli no circuito internacional. Uma pessoa com o talento e a simplicidade e simpatia no trato com os seus semelhantes só podiam coroar uma história de sucesso.
No circuito nacional Tony fez trabalhos onde reuniu em um desfile de muita beleza e glamour uma constelação de lindas mulheres, algo invejável nos dias atuais, como por exemplo: Luíza Brunet, Magda Cotrof, Flávia Sampaio, Lívia Rossi, Natália Guimarães (ex-miss Brasil), Mônica Marteli, Zuma Mercadante, Márcia Gabriele (ex-miss Brasil), as atrizes Rosa Maria Murtinho, Ingrid Guimarães, Sophie Charlotte, Fiorella Matheis, Kelly Duque Estrada e muitas outras.
Enfim, os estilistas convergiram em propostas e ideias, pensam num futuro possível para o deslanchar da moda paraense ao colocar elementos da natureza na moda nacional. Muitos são os elementos a serem destacados por estarmos em um ambiente de muita natureza de aves, animais, árvores e paisagens, além de peças de artesanatos, tudo isso poderá representar como um diferencial nos trabalhos de moda. É o desejo de prosseguir com o Pará Fashion Week e fazer convergir os talentos locais e regionais no processo produto e seguir exemplos de quem pode crescer na moda, com a união dos criadores, produtores e empresas na fase de comercialização. O Pará precisa ser visto na moda brasileira e, por enquanto esse é o desafio a ser superado.
Ela acompanha a moda desde 1996 quando iniciou sua carreira profissional no jornal "O Liberal" e atualmente é colunista de O Diário do Pará. Ela lembra os altos e baixos da moda brasileira ao ressaltar que a maior feira nacional era Fenit que acabou encerrando os desfiles. Em seguida realizava-se o Morumbi Fashion que também acabou e hoje temos o São Paulo Fashion Week, demonstrando claramente a renovação forçada na organização da moda nacional, sendo São Paulo, a capital paulista o grande centro irradiador da moda nacional. Mas, ela aponta que o segmento apresenta, também, aspectos negativos, como o trabalho escravo e a pirataria.
Pará Fashion Week - Desfile de Modas
Foto: Arnilson Assis |
Os desfiles na passarelas demonstravam o gosto refinado nas estampas e tecidos, da alta costura de Tony Palha para ocasiões "high-society", moda masculina e feminina de praia e os vestidos dos sonhos de muitos ali presentes - os vestidos de noivas, nem preciso dizer da minha admiração e encantamento.
Por fim, o 1º Pará Fashion Week deu o primeiro passo para outros eventos. Aconteceu e outros poderão vir com maior convergência de parceiros que pode, muito bem, ser de outras localidades e não apenas de Belém, pode ser do setor acadêmico dos cursos de designer de moda e estilistas não acadêmicos que produzem seus trabalhos em cidades como Marabá por exemplo.