segunda-feira, 30 de julho de 2018

MARABÁ: TERRA DE LINDAS HISTÓRIAS

Difícil acreditar quando a gente escuta algumas expressões, que Marabá não tem cultura, não tem história. Imagino que seja um pouco de revolta e de conhecimento de nossa gente. Temos histórias belíssimas, empolgantes, nossa cultura idem. Mas, por que será que falam tanto desse jeito? Muitos creditam na miscigenação de povos de muitos estados que vieram para cá como a causa principal, que desvalorizou nossos elementos mais raízes.

Entrando um pouco na história, desde o início da formação do primeiro povoado no Burgo Agrícola do Itacaiúnas, quando vieram goianos e em seguida maranhenses, vivemos séria rejeição governamental, por não haver entre eles paraenses. Os pioneiros que habitavam esta terra vieram fugidos de Boa Vista do Tocantins, de Goiás. Somente em 1943 Boa Vista do Tocantins passou a se chamar Tocantinópolis e atualmente pertence ao Estado do Tocantins.


A região onde estava nascendo a futura Marabá, já era conhecida, inclusive, o município vizinho ganhou seu nome em homenagem a Dom João VI, que aprovou a criação da Capitania de São João das Duas Barras, essa capitania existiu entre 1809 e 1814. Durante o período em que sustentou o status de capitania, teve duas sedes, sendo uma delas a freguesia de Barra do Tacay-Una, atual Marabá, que havia sido escolhida como capital pelo próprio rei.

Por essa região, por via fluvial, trafegava o transporte de mercadorias que saiam do Goiás para Belém e vice-versa. E tanto o município de São João do Araguaia como Marabá servia de suporte durante as longas viagens. Mas, na aglutinação de pessoas que deu origem a primeira vila, só havia goianos, trazidos pelo Coronel Carlos Gomes Leitão, dois anos após, chegaram os primeiros maranhenses, dentre eles Francisco Coelho no Burgo e se fixou posteriormente no Pontal, local de encontro dos rios Tocantins e Itacaiúnas.

Quando Francisco Coelho se fixa no Pontal, já haviam alguns moradores, porém, Francisco Coelho conseguiu dar uma dinâmica comercial mais efetiva ao lugar, daí em diante, os moradores do Burgo ali se estabeleceram, bem como, vieram pessoas de diferentes lugares do Brasil e do estrangeiro. Por esses fatos, o governador paraense afirmava e rejeitava estas terras que não tinham paraenses.

A descoberta do caucho, árvore produtora de borracha de boa qualidade ainda no Burgo, era muito valorizado no mercado mundial, fez atrair pessoas de lugares mais distantes. Era a primeira indústria extrativista do futuro município, mas, ocorriam muitas enchentes e estas traziam doenças, como a febre terçã da malária, que matava em 48 horas. Este fato fez surgir a fuga de pessoas para o Pontal que já era conhecido, que foi ganhando mais importância por sua localização estratégica e, por outro lado e, após o falecimento do chefe do Burgo, Carlos Leitão, os moradores se mudaram para o Pontal, ocasião em que o comércio já era bastante significativo e o local já possuía muitas habitações e casas comerciais.



A HISTORIA VAI FICANDO PARA TRÁS
De certo que as pessoas que afirmam que a cidade não tem história, eles também não conhecem como se deu o surgimento da nossa cidade, afirmam que tudo começou no Cabelo Seco, também chamado de Pontal. Ouso afirmar que no Burgo foi o local em que se estabeleceram os nossos verdadeiros pioneiros. Lá havia o fator político, quem administrava era o Ex-deputado da província do Goiás Carlos Leitão, que apesar de cuidar das necessidades mais prementes de seus seguidores não tinha visão comercial. E, no Cabelo Seco o fator comercial conseguiu impulsionar o local, com casas comerciais, um porto para o embarque e desembarque de mercadorias e a coisa se inflamou e deu curso a linda história de Marabá.


O primeiro ciclo econômico teve seu ponto forte durante mais de uma dezena de anos, com a descoberta do caucho, e arrefeceu por conta dos baixos preços no mercado mundial. O segundo ciclo, da Castanha do Pará, produto que alcançava preços significativos e o Cabelo Seco se tornou o grande centro de comercialização, primeiro entroncamento comercial da região, tanto para a borracha como para a castanha.


OS ACADÊMICOS TAMBÉM PRECISAM CONHECER A NOSSA HISTÓRIA
A história de Marabá é pouco conhecida, estive com um acadêmico do curso de história, veio buscar subsídios para a sua tese de conclusão de curso sobre Marabá, o mesmo de posse de apenas dois livros desconhecia muitos fatores que deram origem à este município. Então, se na academia temos esse problema, o mesmo também acontece no ensino fundamental e médio, numa clara desvalorização do nosso lindo passado, afinal, é a nossa história.


Temos apenas uma praça modesta de um dos pioneiros da Cidade, onde está o busto de Francisco Coelho, no bairro que leva o seu nome e é também chamado de Cabelo Seco, daí percebemos que a história teve um começo e tudo começou por este pioneiro, que é o único a ter um modesto monumento. Outros muitos merecidos pioneiros ganharam o nome de ruas, de travessas. Carlos Leitão, por exemplo, recebeu o nome de uma travessa e nada mais. Tudo vai ficando para trás, o povo mal informado e tudo ficando cada vez mais esquecido.


Uma linda cidade não pode enterrar, se envergonhar de sua história, pelo contrário, reafirmá-la em todas as escolas, nomear praças públicas, criar museus, espetáculos teatrais e outros eventos como forma de edificar o berço, as pessoas e os acontecimentos mais significativos. Não deixe de conhecer a linda história de Marabá. Ela é belíssima e encantadora. Wow!

Estou deixando de mencionar as famílias que vieram para cá, pessoas que, com muito suor desbravaram essa região selvagem. Dá para imaginar o quanto essa região era inóspita? Pois é, eles venceram os mitos, lendas, índios selvagens e muitas outras coisas. Foram esses forasteiros, como dizem algumas pessoas, quem realmente plantou a prosperidade em nossas terras. Não é verdade?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Marab%C3%A1

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