índios Parkatêjê - Crédito: Arnilson de Assis |
Quando estive em Santos e Goiânia em 2016, representando o município de
Marabá, em companhia
do nobre vereador Pedro Correa, fomos questionados sobre a nossa cidade, muitos
conhecem alguma coisa da região, a Amazônia, Carajás e Pará, na ordem em que
mais conhecem. Sem dúvida a Amazônia é uma grande marca no Brasil e no turismo
Internacional, a região de Carajás é muito conhecida pelas minas de ferro e o
Pará é um nome que poucos comentam, mas, o nome Marabá, essa marca é
desconhecida, nos perguntaram sobre tudo, como é, o que tem, como se faz para
se chegar, o que tem de exótico e etc. Por sorte fizemos contatos importantes
com o Michael Barckozy da FLYTOUR que ficou super encantado com as nossas
riquezas, com a Revista MERCADO E EVENTOS, pessoas muito simpática e da TV
RECORD de São Paulo.
A palavra “exótico” ficou evidente nas falas de algumas pessoas,
perguntaram sobe os rios da cidade, do aeroporto, qual a riqueza, se havia
índios na cidade e etc. O exótico é justamente isso, coisa que há numa
localidade e não em outras, uma das exoticidades é a questão indígena,
estamos cercados e cruzamos diariamente com nossos irmãozinhos cuidadores da
natureza. Segundo o biólogo Noé von Atzingen temos 12 etnias ao redor de
Marabá, algumas bem próximas e outras um pouco mais distante, todas elas com
naturezas, costumes e tradições belíssimos.
Uma coisa fica evidente, mais uma vez, como desperdiçamos nossas
excelentes oportunidades, como não tiramos proveito de um turismo de natureza,
de visitação as diversas etnias? Este tipo de atrativo é explorado por muitas comunidades, como a Yanomami, por exemplo, que iniciou seus trabalhos turísticos em 2013 com visitas ao Pico da
Neblina, com jornalistas da BBC Brasil, juntamente com biólogos da USP e, se
prepara para receber até o final do ano os primeiros grupos de turistas. Para tanto, homens e mulheres foram treinados nos últimos anos para receber os
turistas, atividade que conta com o apoio do Instituo Socioambiental (ISA) e
órgãos do governo, o interessante é que estas comunidades começam a encontrar
alternativas que lhes deem mais autonomia diante dos apelos das riquezas do
garimpo, uma atividade que traz enorme degradação ambiental. Há outros exemplos, como: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/turismo/brasil/turistas-pagam-r799-para-conhecer-vida-dos-indios-do-xingu-de-perto,a00824558b237310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html na Aldeia Pataxó, https://oglobo.globo.com/boa-viagem/turismo-indigena-leva-aldeias-dos-parecis-em-mato-grosso-19610892, no Mato Grosso.
Indio Parkatêjê - Crédito: Arnilson de Assis |
COMUNIDADES INDÍGENAS PRÓXIMAS
Diversas são as comunidades
próximas à Marabá, muitas desconhecidas por nossa gente, pois, algumas são
criadas a partir de outras já existentes e possuem nomes bem diferentes.
A Terra Indígena Mãe Maria é uma terra indígena localizada no
município de Bom Jesus do Tocantins. Regularizada e tradicionalmente ocupada,
tem uma área de 62 488 hectarese uma população de 670 pessoas, do povo
Gavião-Parkatejê e grupos Gavião do Oeste e Gavião da Montanha.
Os principais povos Gaviões
remanescentes encontram-se na Terra Indígena Mãe Maria, aldeados ao longo da
BR-222. O Grupo que habita no Km 30 se autodenomina Parkatejê ou
Rorokateyê, os que habitam no Km 34 se autodenominam Kyikatejê ou
Koykateyê. A primeira aldeia construída na terra indígena também chamada
de Kaikoturé, foi inaugurada em julho de 1984, está localizada a
cerca de 30 km da cidade de Marabá, o principal núcleo urbano da região, e
a 16 km do distrito de Morada Nova e a cerca de um quilometro da rodovia
que cruza a reserva.
Os
Parakanã Orientais e Ocidentais vivem em duas áreas indígenas diferentes,
divisão que não corresponde a dos blocos oriental e ocidental. A primeira área,
denominada Terra Indígena (TI) Parakanã, localiza-se na bacia do Tocantins,
municípios de Repartimento, Jacundá e Itupiranga, no Pará.
Os Aikewara já foram chamados de Sororós, de Suruí
que é a denominação mais utilizada. O primeiro contato, os Suruí estavam
localizados à margem do pequeno igarapé conhecido como Grotão dos Caboclos,
afluente do rio Sororozinho, por sua vez afluente do Sororó, tributário do
Itacaiúnas. Em 1998, a aldeia estava construída numa área próxima a estrada que
liga a Transamazônica a São Geraldo do Araguaia. A Terra Indígena
Sororó está situada no sudeste do Pará, no município de São João do
Araguaia, a cerca de 100 quilômetros da cidade de Marabá, o maior centro urbano
da região.
Situavam-se originariamente em uma região de mata tropical, mas nas
últimas décadas a floresta foi destruída para dar lugar a pastagens, o que
resta dela está situado dentro do território indígena. A demarcação da TI
Sororó deixou de fora antigas aldeias e principalmente alguns castanhais
utilizados por esse povo.
PRODUÇÃO DE DOCUMENTÁRIO INDÍGENA
A atriz Tássia Camargo esteve na comunidade dos
Parkatejês em1º de julho de 2013, levou para casa uma experiência inesquecível,
pode participar da Corrida da Tora, cujo pedaço do tronco de uma árvore pesa em
torno de 80 quilos e são transportados nas costas, atirou flechas e até ganhou
um nome indígena, ela veio para a produção do documentário: “Um sonho maior sob
o céu dos Parkatejê”.
Enfim, diversas etnias, cultura riquíssima e tudo
muito próximo de Marabá, maior centro urbano e, no entanto, nada se aproveita
em termos de turismo de visitação, de contemplação e etc.
Índios Xikrin. pintura corporal - Crédito: Arnilson Assis |
EXPEDIÇÕES OFICIAIS
As expedições de turismo dentro de
terras indígenas passaram a ter mais segurança jurídica com a edição da
Instrução Normativa (IN) No 3 de julho de 2015, pela FUNAI. A IN regulamenta as
atividades de visitação em Terras Indígenas.
O turismo em terras indígenas apenas
pode ser realizado a partir do interesse das próprias comunidades indígenas,
nas modalidades de etnoturismo e ecoturismo, de acordo com o Plano de Visitação
por elas elaborado.
Por ser uma atividade de impacto nas
comunidades indígenas a visitação por turistas requer que medidas de prevenção
sejam tomadas, portanto a elaboração do Plano de visitação garante que as
comunidades indígenas, os operadores do turismo e o órgão indigenista, que tem
poder de fiscalização, sigam os procedimentos estabelecidos.
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