ORLA DE MARABA, INVERNO DE 2018. CRÉDITO: ARNILSON ASSIS |
Fiz uma pesquisa em tempos pré
realização da Expoama 2017, nossa Feira Agropecuária, queria descobrir se havia
algum evento atual que projetasse a cidade nacionalmente, que lhe desse algum
tipo de fama positiva, uma grande repercussão. A feira foi disparada a campeã
das indicações, mas, não ganhou a medalha pela projeção da cidade, pois, todos
a consideraram como um produto voltado ao publico interno, local. Muitos, no
entanto a consideraram como o maior evento anual por conseguir atrair publico para
os shows artísticos do meio sertanejo. Mas, o evento tem um charme especial,
muita alegria, beleza e longevidade.
Por falta de ação e estratégias a Praia
do Tucunaré vem perdendo o seu grandioso brilho, principalmente por falta de
cuidados para se afirmar como atrativo turístico, com serviços aos banhistas e padronização
de suas barracas e seus espaços. A gestão municipal fez a revitalização da Orla
Sebastião Miranda, mas, a praia continua, sem o carinho de uma mãe ou de um
pai, ou mesmo de um tio ou de uma tia.
Não sei se a praia vai se acabar,
mas, sem dúvida a Expoama veio para ficar, ficar impactando ainda, na atração
de visitantes. Uma coisa não percebida, as atrações musicais fazem contrato
aqui e nas cidades vizinhas. Em 2017 concorreu com o aniversário de Itupiranga,
dia 14 de julho. A pequena cidade transformou o seu aniversário em uma festa
digna de uma capital, toda a estrutura de shows, camarotes e serviços, muito
bem organizados, confesso que fui seduzido como muitos, a ver o grandioso
espetáculo. Também, percebi a romaria de carros que prá lá se deslocaram. A
multidão tomou as ruas da cidade, hotéis e pousadas lotados e muita gente na
Praia dos Macacos, nesse balneário havia toda a estrutura de suporte, desde
resgate, segurança, presença da secretaria de turismo e padronização de todas
as barracas. Coisas essenciais.
Em julho de 2017 estive na Praia do
Tucunaré, foi um final de semana de muito trabalho, mas, sem grandes impactos
turísticos, sem fortalecer a economia local, sem divulgação. Infelizmente os
empresários precisam ter os olhos abertos, não basta fazer, precisa saber que
um evento ajuda muito na economia local, se for pensado, planejado e ofertado
para moradores de outras cidades.
A praia foi palco em 2017 de um
lindo evento náutico, realizado em um único dia e de repente, a cidade acorda
do mesmo jeito que o dia anterior. Mas, por que dizer isso? Para ser
considerado turista a pessoa precisa passar pelo menos 24 horas numa cidade. Evento
como este é promovido em uma manhã e tarde, com uma leve geração de recursos. Sendo
bem divulgado e organizado precisa ter o objetivo de atrair visitantes, daí,
devem promover parcerias e, quem sabe, comercializar pacotes para o evento, de
hospedagens e etc. Um evento que consegue ajudar a cidade deve ser pensado em
pelo menos três dias de duração, assim, os visitantes ficarão hospedados, se
alimentarão, usarão nossos meios de transportes, farão compras e outras coisas
para seu bem estar.
Os empresários locais precisam se conscientizar
e não cometer certos pecados. Mas, infelizmente, eles acham que sabem de tudo e
não buscam parcerias, não divulgam e não ajudam a economia da cidade. Por outro
lado, o poder público esteve longe da praia no veraneio e alheio a qualquer
tipo de trabalho, coisa que não se pode deixar acontecer. Promover o turismo é
uma questão de construção, colocar um a um os tijolos certos. E vamos caminhando na nossa sina, de fazer
sem ter resultados. Os empresários ainda foram despertados quanto a questão
turística, do papel que a gestão pública tem, do seu papel de cobrar políticas
de gestão, do calendário cultural e turístico, de se promover as melhorias nos
espaços urbanos e rurais, em todos nos quais se pode beneficiar o turismo.
Enquanto isso, vamos trocando figurinhas repetidas, no jogo enfadonho que não
se traduz em resultados concretos, positivos.
Eu fico impressionado com a
criatividade dos gestores públicos, vamos pensar um pouquinho sobre a nossa
Capital, quanto fatura anualmente no turismo? Muita coisa, é claro, poderia até
faturar mais e mais. Belém é uma cidade nas proximidades do litoral e não possui
praias, tudo perdido? Claro que não. Tem saída? A cidade é rica em sua cultura,
sua história, seus monumentos e eventos e atrai turistas de todos os cantos do
planeta. Eu fico imaginando Marabá sem a praia do Tucunaré, sem nenhuma praia.
Mas, temos e não sabemos promover o turismo em suas múltiplas atividades de
lazer. É como se um trabalhador de um açougue ganhasse uma vaga num centro
cirúrgico, o que fazer? Melhor não fazer nada, baixar a cabeça e tapar os
ouvidos. Mas, quando um centro cirúrgico recebe um médico cirurgião, a coisa
anda e vidas são salvas. Quem sabe faz na hora e não espera acontecer e nem se
esconde.
Evento de turismo para um único dia
não movimenta a cadeia do turismo, pode até gerar algumas hospedagens,
refeições, se torna uma brincadeira de amigos. Da próxima vez pensemos, não
estamos sozinhos e podemos ajudar a gerar e manter dinheiro nesta cidade,
trazendo pessoas para ficarem três, quatro ou cinco dias. Enfim, turismo não é uma brincadeira de amigos, pode até ser um grande negócio para os empresários e para a cidade. Pense nisso!
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