sábado, 22 de abril de 2017

Tentativa de povoamento de Marabá

Vamos iniciar uma série de postagens sobre as origens de Marabá. Passam-se os anos e percebemos a necessidade de mostrar essas historias lindas. As histórias que quando contadas provocam grande atenção e não podem ficar apenas nos livros. Vamos começar a trazê-las, uma postagem por dia. Esta será a primeira de um grupo de postagens. Prestemos atenção no papel dos nossos pioneiros em criar um povoamento e a origem da próspera cidade de Marabá.

O interesse da Coroa Portuguesa em povoar as margens dos rios Araguaia e Tocantins, era muito grande. Esses dois grandes rios eram o elo de ligação entre as capitanias de Goiás e Pará. O incremento comercial nas duas capitanias tinha significado especial para o desenvolvimento do centro da Colônia e eram portas abertas para a expansão do ouro e das pedras preciosas.

O governo português reconhecia que o desenvolvimento da mineração requeria impreterivelmente o da produção de alimentos e para completar a segurança neste setor, era mister que se implantasse a criação de gado vacum nos campos de pastagem natural ali existente.

D. Francisco de Assis Mascarenhas, na sua carta relatório, dirigida a seu sucessor Fernando Delgado Freire de Carvalho, transmitiu as instruções que foram feitas a seu antecessor, D. João Manoel de Mello, pelo Aviso da Secretaria de Estado dos Negócios Ultramarinos, datada de 10 de janeiro de 1799, contendo expressas recomendações particularmente a este governador, para incrementar a navegação dos rios Araguaia e Tocantins, bem como o comércio desta Capitania com a do Grão-Pará.

E o governo de D. Maria I de Portugal, tinha a correta premonição de que o povoamento das margens do Araguaia-Tocantins, era a única e viável solução, tanto assim que outorgou o Alvará de 07 de janeiro de 1799, dando isenção dos dízimos, como incentivo e chamamento populacional para todo o percurso dos dois grandes rios. 

O então Capitão-General Governador da Capitania de Goiás, D. Fernando Delgado Freire de Carvalho, cumprindo ordens régias, escreveu uma carta datada ade 12 de maio de 1798, diretamente do Palácio de Queluz, em Lisboa, a D. Francisco Maurício de Souza Coutinho, então capitão-general governador da Capitania do Grão-Pará, para participar ativamente da exploração navegatícia, bem assim como do programa de povoamento das margens do Tocantins, abaixo da junção com o Araguaia.

A tentativa de povoamento a que ordenara peremptoriamente a Coroa fez com que o governo da Capitania de Goiás determinasse a fundação do Presídio da Barra do rio dos Taká-y-una, 10 léguas abaixo da foz do rio Araguaia, no Tocantins. Justamente neste local, após 94 anos foi erigido o "barracão", de Francisco Coelho da Silva e Francisco Casemiro de Souza, que deu origem a cidade de Marabá. 

Porém estes expedientes povoatórios, já acompanhavam as ordens reais desde o início do século XVII, quando o rei de Portugal ordenou a Bernardo Pereira de Berredo, em 1719, que descobrisse oficialmente o rio dos Tucantim e, que alcançasse pelo menos a barra do rio Araguaia.

Berredo organizou uma pequena expedição que se compunha de 10 canoas, uma tripulação bem treinada e bem armada com instrumentos de guerra e entregou o comando Diogo Pinto de Gaia. Este capitão marchou sobre a aldeia dos índios tucanos, ou tucantins, com o qual a expedição procurou fazer sólida amizade para apagar a confiança que esses índios fizeram anteriormente com os franceses de La Ravardière e ficar senhores da situação. 

Para auxiliar no trabalho de reconhecimento de tudo que se passava, nas margens do grande rio, acompanhava a pequena esquadra de Diogo Pinto da Gaia, o padre Francisco Ignácio da Silva e o escrivão Braz da Costa Rubim. Berredo organizou um projeto de ação que se compunha de 10 artigos, dados da cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará, em 24 de junho de 1719. O padre Francisco e o escrivão Braz da Costa Rubim, inquirindo os nativos, conseguiram organizar um vocabulário de palavras que foram caprichosamente passadas para a língua portuguesa. 

Foi Raymundo José da Cunha Mattos (imagem ao lado) quem escreveu com muito esmero as Corografias de Minas e de Goiás e, contribuiu para a do Pará. Deixou muitos relatórios da maior importância e foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Nascido em 2 de novembro de 1776, na cidade de Faro, no Reino de Algarve e faleceu em 15 de outubro de 1849.

Série I

Texto extraído do livro: "As origens de Marabá, 1590 - 1913, de José da Silva Brandão, pg. 118 a 121.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Imprimir Artigos

Print Friendly and PDF