Governador Lauro Sodré |
No decorrer de sua história Marabá passou por algumas denominações em função de vários aspectos, de ocupação territorial, econômicos, político e crescimento populacional que resultou em um município promissor, hoje somos a capital da Região do Carajás, capital da Região Metropolitana de Marabá. Somos inclusive mais forte. Vamos mostrar um pouco essa realidade. Inicialmente o interesse na região era em função da navegação (fluvial) de produtos entre as capitanias de Goiás e do Grão-Pará, ocasionando projeto de construção do Presídio da Barra do Taquanhonha (1804-1809), juntamente no local que depois seria o Burgo Agrícola do Itacaiúnas.
Passou entre 1810 e 1892 a ser a Vila de São João das Duas Barras, em seguida, entre 1892 e 1898 ao Burgo Agrícola do Itacaiúnas, a condição de Povoação do Pontal de 1898 até 1904. E, desde então, de 1904 até aos dias atuais a Marabá que amamos. Houveram percalços e dificuldades. Primeiramente vamos lembrar de Francisco Casemiro de Souza, cearense de Camocim, foi ao Amazonas para a extração da borracha e foi para o Estado de Goiás, ajudou a fundar a cidade de Pedro Afonso, Tocantins, depois veio para o Burgo para a extração do Caucho, que estava dando muito dinheiro. Foi ele o responsável pelo nome dado ao nosso município ao recitar o poema Marabá, de Gonçalves Dias no ato da inauguração do barracão em 7 de junho de 1898.
Governador tentou atrapalhar Marabá
Lauro disputou a Presidencia da República |
João Antônio Luís Coelho era Governador do Pará de 1º de fevereiro de 1909 até 1º de fevereiro de 1913, natural de Bragança, nasceu em 16 de abril de 1847 e falecido em Belém em 12 de novembro de 1921, foi eleito governador e seguia as orientações políticas do seu Chefe Lauro Sodré, se opondo a emancipação e embaraçando o nascimento da Marabá no ano de 1912. O seu chefe, Lauro Nina Sodré e Silva (Belém, 17 de outubro de 1858 - Rio de Janeiro, 16 de junho de 1944) era engenheiro militar, no curso da Escola da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, onde ingressou em janeiro de 1877, onde teve como mestre o republicano e maçom Benjamim Constant, o que o levou, como a tantos outros jovens oficiais e cadetes, a abraçar a causa da República. Lauro foi aluno brilhante, conseguiu distinção máxima em todos os anos, era oficial republicano destemido, quando da campanha republicana, apesar de vigiado pelos espiões da monarquia, sempre terminava os seus discursos, com invulgar desassombro, dizendo estas palavras: "quem fez este discurso foi o tenente Lauro Sodré".
Foi governador do Pará por duas vezes (de 1891 à 1897 e de 1917 a 1921). Em 24 de junho de 1891 assinou com o coronel Carlos Gomes Leitão contrato (em 23 de julho de 1894), pelo qual, lhe seria dada a permissão para se estabelecer dentro do prazo de 5 anos em área, o Burgo Agrícola do Itacaiúnas, à margem esquerda do rio Tocantins, em região desabitada, entre a foz do rio Itacaiúnas, para acomodar no lugar 100 famílias, sendo estabelecido no ato o pagamento à Carlos Leitão três parcelas, porém, pagou apenas a primeira de 200 contos de réis, deixando em situação complicada àquelas famílias que precisavam de escola, posto de saúde, posto do Correio e mesmo da construção de casas.
Ao fim do Império e começo da República, Lauro Sodré foi tenente do Exército, participou de campanhas abolicionistas e republicana. Era Capitão quando foi proclamada a República, foi eleito constituinte de 1891, fez parte da comissão dos 21 encarregados de fazer o projeto da Constituição Republicana, renunciou ao mandato para assumir o Governo do Pará. Disputou e perdeu a eleição para presidente do Brasil para Campos Salles, em 1º de março de 1898. Foi senador pelo Distrito Federal e pelo Pará e presidente deste Estado sucedendo a Enéas Martins através de golpe de estado em que, na eleição quem havia vencido era o Dr. Antônio da Silva Rosado, que não foi empossado.
Lauro Sodré por considerar que neste local, do Burgo, não havia paraenses foi contrário ao seu crescimento. Enfim, tomou decisões contrárias à esta região, rescindiu o contrato de financiamento do Burgo do Itacaiúnas e não atendia aos pedidos dos homens marabaenses para a instalação de escola, correios, sub-prefeitura e polícia, como não permitiu que fosse criado o município de Marabá, concretizado no governo do Dr. Enéas Martins em 1913.
O Dr, Heitor Castello Branco foi outro político (deputado e senador) pelo Pará que se posicionou contrariamente a emancipação de Marabá, alegando prejuízos para o município de Baião.
Homenagens não merecidas
O Governador Lauro Sodré está no coração de todo o povo paraense, principalmente dos habitantes da Capital, de outras cidades. Por estas terras dos Castanhais não foi governador. Embora, tenha descoberto por acaso uma grande homenagem, quer dizer, não tão grande assim, menos, ao me aproximar para tirar fotos do monumento à Francisco Coelho, considerado o fundador de Marabá, me chamou a atenção algumas imagens de bronze (eu acho que é) de Benjamin Constant e de Lauro Sodré, em lados opostos. Curioso, pesquisei um pouco. O Laurinho não foi bom para Marabá e o Benjamin fez o que para merecer tanta honraria? Nada. Claro que nada.
De fato, passa despercebido de muitos, as imagens incrustadas no monumento à Francisco Coelho. Também, que nesta cidade, diferente de Belém, Tucuruí e outras, há monumentos, palácios, ruas e avenidas em homenagem à Lauro Sodré. Mas, por aqui apenas essa homenagem, nada mais, nem um beco, nem um travessão, uma travessa, rua, avenida ou praça. Quem bem mereceria seria o Dr. Enéas Martins. Claro que sim.
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