quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Turismo Marabá: Das praias para grutas e cavernas

Foto Arquivo GEM
Dando continuidade a matéria da Revista Foco Carajás n.º 14 de agosto e setembro de 2010, sobre o potencial turístico de Marabá. Vamos lá. Bem distante daqueles que se divertem nas praias do Rio Tocantins neste mês de julho, um grupo de profissionais está dando um duro danado num ambiente totalmente diferente. São pesquisadores do Grupo Espeleológico de Marabá (GEM) que acabam de descobrir mais um complexo de cavernas em terras do município. O GEM completa no próximo mês de agosto 21 anos de fundação e é o único grupo espeleológico do Norte do Brasil.

A espeleologia se dedica ao estudo das cavernas, ambientes que podem ser utilizados judiciosamente no fomento ao turismo de aventura. Entretanto, em Marabá, ainda não houve nenhum movimento por parte da Secretaria Municipal de Turismo, no sentido de explorar essa potencialidade.

Segundo o espeleólogo Bruno dos Santos Scherer, presidente do GEM, existem no município de Marabá 18 cavernas, todas com mais de 5 metros de cavidade. A Caverna Marabá é a maior delas, com cinco salões. As primeiras foram descobertas pelo GEM em 1995 e as últimas, num total de oito, agora no mês de junho. Todas ficam localizadas na Serra do Sereno, quase na fronteira com o município de Curionópolis.

Foto Arquivo GEM
A Caverna Marabá está localizada na Serra do Sereno e fica distante 180 quilômetros da área urbana e possui 05 salões e foi encontrada a presença de estalactites. A caverna tem formação rochosa em quartzito. O acesso é feito pelo município de Curionópolis 

O turismo de aventura é bastante valorizado em certas regiões do Brasil e pode movimentar uma importante cadeia de negócios. Mas o GEM não vê muita vantagem nisso, não. Segundo Bruno Scherer, o turismo produz efeitos nocivos à conservação das cavernas. "Se não houver uma política séria de exploração com sustentabilidade e medidas mitigadoras, o turismo pode se afirmar como um grande predador", adverte o espeleólogo, fazendo referencia ao que vem acontecendo com a Serra das Andorinhas, no município de São Geraldo do Araguaia. Ali, o turismo tem deixado tristes marcas de sujeira e depredação.

Formado por uma equipe de 40 profissionais - espeleólogos, biólogos e geólogos, entre outros especialistas -, o GEM realiza trabalhos de pesquisa nos Estados do Pará, Tocantins e Maranhão. Em 21 anos já documentou mais de duas mil cavernas, entre elas o famoso Labirinto de Máfica, a maior caverna de minério de ferro do mundo, localizada no município de Parauapebas.


O que é a Espeleologia

Foto Arquivo GEM
O termo espeleologia deriva do grego e significa estudo das cavernas. A atividade espeleológica exige, muitas vezes, a utilização de técnicas como rapel e mergulho - dois conhecidos esportes de aventura. Por isso, a prática atrai não só cientistas, mas também aventureiros em busca do desconhecido. Muito rico em grutas e cavernas, o Brasil constitui-se num excelente campo para a espeleologia. Neste ramo, inúmeros profissionais, inclusive, biólogos, geólogos, engenheiros e químicos, desenvolvem pesquisas e aprofundam seus estudos científicos, buscando a prospecção e exploração de novos ambientes. 

Os espeleólogos devem estar dispostos a transpor difíceis obstáculos no escuro, realizar subidas e descidas através de cordas, atravessar pequenas aberturas na rocha ou grandes extensões de água, e se encontrar com o desconhecido (nunca se sabe exatamente o que aguarda o visitante no interior de uma caverna). Mas o ponto principal é ter consciência ecológica e querer conhecer mais sobre a formação e o desenvolvimento das cavernas, assim como sua delicada e exuberante fauna e flora.

Próxima postagem: Parque zoobotânico.

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