sábado, 1 de julho de 2017

Prefeito do Rio de Janeiro corta verba para Carnaval de 2018

O DIA. Rio - Decidido a não recuar da decisão de cortar R$ 13 milhões em subvenção para as 13 escolas de samba do Grupo Especial, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella diz que o momento é de crise e, portanto, há prioridades. Diante desse posicionamento, o presidente da Liga das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, resolveu cancelar a reunião com o presidente da Riotur, Marcelo Alves, agendada para ontem à tarde, e exigiu um encontro diretamente com Crivella. Com isso, o mercado hoteleiro já começa a sentir os reflexos das indefinições sobre o Carnaval 2018.
“O modelo de caderno de encargos (proposto pelo prefeito) não atende às escolas. Temos ainda os patrocinadores da televisão, como vamos conflitar os patrocínios? Não é tão simples essa equação. Então, preciso falar com o prefeito junto com a Riotur e representantes das 13 agremiações porque fomos surpreendidos. Já estamos em junho e precisamos fechar nossos orçamentos”, pontuou Castanheira.
Segundo Crivella, a redução de 50% da subvenção leva o gasto ao patamar dos últimos carnavais. “No ano passado, teve um aumento num momento de euforia e deu no que deu. Olha só as dívidas com que a cidade hoje se debate”, ressaltou o prefeito. E acrescentou: “Qualquer pessoa sabe que na crise a gente tem que priorizar. E não existe prioridade maior do que as nossas crianças nas creches”.
Diante das incertezas sobre os desfiles de 2018, pacotes para o Carnaval de agências de turismo do exterior estão sendo suspensos. Em entrevista ao ‘RJ TV’, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-Rio), Alfredo Lopes, anunciou que pretende ajudar as escolas. “Estamos aqui para buscar soluções. Talvez um percentual da hospedagem possa ser revertido. O que não pode é não ter o Carnaval”, disse. Os turistas movimentaram cerca de R$ 3 bilhões no Rio em 2016.
Escola ganha mural e pode entrar para o Guinness Book
Na manhã de ontem, o prefeito participou do lançamento do grafite ‘Contos’, feito pela artista Luna Buschinelli, de 19 anos, na Escola Municipal Rivadávia Corrêa, no Centro do Rio. O trabalho levou 45 dias para ser concluído e pode entrar no Guinness Book como o maior painel feito por uma mulher.
Durante a cerimônia, Crivella lembrou que o mural de 2.500m², uma iniciativa da agência RUA — Arte Urbana, Mills e Coral, “não custou à prefeitura absolutamente nada”.
“Estamos discutindo tanto sobre patrocínio da prefeitura. Está aqui uma parceria linda, feita por uma jovem idealista com seus produtores, Pagu e Andrea Franco, que fazem isso como uma oferta gratuita à prefeitura. Acho que isso deveria ser ressaltado”, completou Crivella, fazendo alusão às discussões sobre a redução da subvenção para o Carnaval.
Estiveram presentes à inauguração a secretária de Cultura Nilcemar Nogueira e o secretário de Educação, César Benjamim.
Reportagem de Paola Lucas, com o estagiário Rafael Nascimento
http://odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/2017-06-20-queda-de-braco-entre-crivella-e-liesa.html


Repasses da prefeitura para o carnaval vão dobrar em 2016


Marcelo Carnaval / Agência O Globo
RIO - Em ano eleitoral, escolas de samba do Grupo Especial receberão R$ 2 milhões cada para os desfiles de 2016. Envergou e, para não quebrar, o socorro virá dos cofres públicos. Em meio à crise que tornou os cortes de gastos quase um mantra, o município do Rio vai dobrar o repasse de verbas às escolas de samba para o próximo carnaval. Em ano eleitoral, em vez de R$ 12 milhões, serão R$ 24 milhões destinados às agremiações do Grupo Especial em 2016 (R$ 2 milhões para cada uma). O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo secretário-executivo de Coordenação de Governo, Pedro Paulo.

A alegação é que a folia está em maus lençóis diante da recessão econômica. Para explicar os motivos de as contas não fecharem, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, cita fatores como inflação, alta do dólar, dificuldade de obter patrocínios e aumento de despesas como as de energia elétrica. Além disso, afirma ele, o valor repassado pela prefeitura se manteve congelado nos últimos anos, assim como os preços dos ingressos da Sapucaí:

- Nossa preocupação é não deixar que o espetáculo perca qualidade. Ou nos antecipamos ou vai ser um carnaval de crise em ano de Olimpíadas.

Em 2015, cada escola teve, no mínimo, cerca de R$ 6 milhões para os desfiles - valor que incluiu a verba do município e receitas de direitos de imagem para a TV, além de vendas de CDs e ingressos. Mas a folia passada já foi de baixas. Os aproximadamente R$ 6 milhões (R$ 475 mil para cada uma) que o governo do Rio destinava às escolas não foram pagos, devido à crise no estado.

Como efeito dos escândalos da Petrobras, pela primeira vez em oito anos a empresa também parcelou o total de R$ 12 milhões de seu patrocínio às escolas. Até agora, só uma primeira parcela de R$ 4 milhões foi paga e, por enquanto, ainda não há nada definido para 2016.

Escolas como Vila Isabel e Mangueira são algumas das que enfrentam mais dificuldades. Presidente da verde e rosa, Chiquinho da Mangueira afirma que o momento é o pior vivido pelas agremiações nas últimas três décadas:

- Estamos buscando formas alternativas de arrecadação, como o lançamento em breve de um programa de sócio-torcedor. Mas está difícil. Ainda não temos patrocínio para 2016. O carnaval está muito caro.

Sobre os novos contratos do município, diz Pedro Paulo, os valores serão pagos através da Riotur, já a partir deste mês. Desde 2011, as escolas deixaram de receber subvenção oficial da prefeitura, após um entendimento entre o município e o Ministério Público estadual. A prefeitura, porém, passou a contratar as agremiações para shows no réveillon, o que virou alvo de um questionamento do MP. Além disso, há ao menos outras cinco ações civis públicas promovidas em face da Liesa, referentes a contratos com a prefeitura, segundo o MP. As mais recentes são sobre os carnavais de 2007, 2008 e 2009.


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