terça-feira, 1 de novembro de 2016

Turismo Acessível, Serviços Qualificados

O Brasil tem cerca de 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa cerca de 23,92% da população brasileira. Esse número de 2014 não é nada desprezível, mas, essas pessoas comumente não são vistas quando se pensa em políticas públicas, com o turismo não é diferente. É preciso entender esse público que precisa ser atendido de acordo com as suas necessidades, é o Turismo Acessível que pode oferecer um leque de opções. São pessoas que não podem ficar de fora do mercado consumidor, mas, é preciso considerar suas demandas. Uma paisagem maravilhosa, de encher aos olhos, pode não ter a acessibilidade devida. Humm, que pecado.

Pesquisa do Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), revela que, ao menos, 5,4 milhões de pessoas, incluindo os deficientes, visitaram o país atrás de um turismo, digamos, mais radical. O Ministério do Turismo também trabalha desde 2012 no projeto “Turismo Acessível”, prezando o turismo social e a via de inclusão a todos os cidadãos de cidades urbanas em seus tempos livres, sem discriminação de acessos de qualquer natureza.

Por proporcionar benefícios nos mais diversos campos de nossa vida, agregando conhecimentos e experiências em diversos campos, a EcoAção teve uma experiência ao convidar quatorze amputados e biamputados na inauguração do estabelecimento em 2001. “Foi nossa primeira atividade de turismo de aventura com cunho comercial. Um dia muito especial para nós e para todos que estavam praticando as atividades”, explica Rafael, diretor da empresa.

Pensando em disponibilizar o Ecoturismo e esportes radicais para todas as pessoas, a EcoAção adaptou as atividades de aventura para portadores de necessidades especiais, sendo a primeira empresa de turismo do Brasil a focar neste público. Posteriormente junto com Dada Moreira, fundador da ONG Aventura Especial, a empresa responsável disponibilizou ainda mais as atividades de aventura. Para isso, foram adaptados desde procedimentos até equipamentos e infraestrutura.

Oferecer o Turismo Adaptado requer a prestação de serviços qualificados, sejam recepcionistas, mensageiros ou garçons, no setor hoteleiro. E isto também se chama de inclusão social, para portadores de algum tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida à atividade turística. E esta ação de qualificação precisa ser ampliada para bares, restaurantes, hotéis, pousadas e empresas de receptivo turístico. Em locais onde existem praias, por exemplo, como incluir a acessibilidade para uma pessoa com mobilidade reduzida? Como tornar acessíveis os equipamentos turísticos? Geralmente essas ações são coordenadas pelas políticas públicas, seja do Estado ou dos Municípios.

A realização os Jogos Paralímpicos em 2016, no Brasil foi um marco. Foi o momento em que a cidade do Rio de Janeiro precisou se adaptar para receber os 4.350  atletas e várias centenas de milhares de turistas, parte deles portadores de alguma necessidade especial. Na cidade não havia o hábito da prática de esportes paralímpicos e precisou construir os ginásios, piscinas e muitas ações para permitir a prática esportiva e, mesmo de hospedagem, alimentação e de atividades de lazer adaptados. Talvez este seja o grande legado dos Jogos Olímpicos Rio-2016.

O Turismo será uma ferramenta inclusiva se todos conhecerem os direitos das pessoas com deficiência e , efetivamente trabalharem na eliminação das não conformidades ou omissões. E isto precisa ser construído no setor privado e público, como em hospitais, repartições públicas, na Câmara de Vereadores, praças, bibliotecas e etc. Aliás, não é somente construir a rampinha na calçada, é colocar banheiros adaptados e atendimento especializado, é também, trabalhar nas edificações já existentes ou nas novas. Temos visto que há locais do setor público que o portador de deficiência ou de mobilidade reduzida não sairá nenhum pouco satisfeito. E no seu hotel ou restaurante?

Apenas um pouco mais de lenha nesta fogueira de necessidades, temos pessoas com deficiência auditiva, visual, de mobilidade, pessoas que não enxergam ou veem, pessoas idosas etc. Pessoas com síndrome de Down e Autistas também são clientes do turismo, elas podem gostar de vivenciar uma experiência na sua cidade, em um parque e será que vai dar certo? Se chegar um turista surdo em seu estabelecimento e começar uma comunicação através de sinais, será que você está preparado? E os taxistas? E na praia do Tucunaré? No Zoobotânico? É bom começar a pensar neste tema.

Fonte para este artigo:
http://ecoviagem.uol.com.br/noticias/turismo/acessibilidade-no-turismo/turismo-acessive-
uma-ferramenta-para-a-inclusao-social-18578.asp

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