Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados,
O que me traz nesta tribuna, hoje, é a necessidade de destacar
uma questão importante para o desenvolvimento do meu Estado, o
Piauí.
Sabemos que, cada vez mais, os padrões sustentáveis de
desenvolvimento vem merecendo atenção da sociedade. Nesse contexto,
é incalculável a contribuição que o setor de turismo pode dar ao Piauí,
considerando o grande número de pessoas que mobiliza e os empregos
que pode gerar.
O Piauí, nobres pares, tem um forte apelo para o turismo. Já
estive em muitos lugares, conheci muitas regiões, e posso assegurar que
o meu Estado tem belíssimas e incomparáveis paisagens. Para citar
alguns pontos, destaco os parques nacionais Sete Cidades, Serra da
Capivara, Serra das Confusões e parque das Nascentes. E, de maneira
especial, o nosso belíssimo litoral.
Senhor Presidente, os que não conhecem o litoral piauiense –
e quem conhece há de atestar o que eu estou falando -, mas, os que não
conhecem, estão perdendo um inigualável espetáculo da Natureza.
O litoral do Piauí tem 66 quilômetros de extensão e é marcado
por praias de águas mornas, cercadas de dunas de areia branca e de
lagoas de água doce. Neste momento, porém, vou me ater no Delta do
Rio Parnaíba, tido como a principal atração do litoral nordestino,
localizado entre os Estados do Piauí e do Maranhão. São 2.700
quilômetros quadrados e, embora 65% estejam localizados no Estado
vizinho, o litoral de Parnaíba, no Piauí, é a principal porta de entrada
do único delta em mar aberto das Américas.
Quero ressaltar que locais semelhantes em todo o mundo só
existem estes: os deltas do Rio Nilo, no Egito, e Mekong, no Vietnã.
Suas cinco desembocaduras e pelo menos oitenta ilhas paradisíacas
formam um verdadeiro santuário ecológico, cuja biodiversidade
possibilita enfocar várias faces do Brasil em um único lugar.
De toda a área costeira do Piauí, 42 quilômetros estão
localizados na região do município Luiz Corrêa, que tão bem sabe
receber os visitantes. É o município onde o turismo mais cresce, ao lado
de Parnaíba. Nas férias, principalmente, essas cidades recebem
milhares de turistas.
São tantas praias acolhedoras que fica difícil escolher uma
para destacar. Temos a praia de Atalaia, a mais agitada do litoral
piauiense; a praia do Coqueiro, um grande balneário turístico; a Pedra
do Sal, que atrai surfistas de várias partes do Brasil e do mundo por
possuir ondas enormes; a praia de Macapá, onde pode ser visto um
belíssimo espetáculo oferecido pelo rio Macapá, ao despejar suas águas
no mar. Também não posso deixar de citar um local ideal para
descansar – a praia da Barra Grande, e ainda o Cajueiro de Praia,
habitat natural do Peixe-boi marinho.
Claro que poderia falar muito mais dessas e de outras praias
da região, mas, no momento, vou retornar ao meu objetivo, que é o de
defender o fomento do turismo no Piauí. Com tantos atrativos, Piauí
merece ser um dos destinos mais visitados do Brasil, com toda certeza.
Meu Estado foi criado, oficialmente, em 19 de outubro de
1820. Por longo tempo foi alvo de críticas discriminatórias, carregando
o estigma de ser o Estado mais pobre do País. Essa opinião ainda
persiste em alguns lugares, mas sabemos que trata-se de uma crítica
injusta, uma vez que o Piauí, como foi citado até aqui, é um dos
Estados mais belos do Brasil.
Possuímos a maior concentração de sítios arqueológicos das
três Américas e, vou repetir, temos um dos três únicos deltas em mar
aberto do mundo. Mesmo que se queira ignorar nossas ilhas, rios,
igarapés, serras, lagoas e praias virgens, como negar que esse perfil,
por si só, não constitui fator de grande atração de turistas em nossa
região?
Como portão de entrada para o Delta, a cidade de Parnaíba é
a que mais sofre com a falta de um planejamento turístico. Ainda
temos problemas com a estrutura receptiva, que nos leva para uma
constatação: é preciso profissionalizar o setor, com urgência.
É necessário que o governo federal se volte, realmente, para
esses pequenos municípios, dotando-os de infra-estrutura para receber
bem o turista, tanto os que vêm de outros Estados quanto os que vêm
do exterior.
É preciso eleger essa prioridade e investir recursos para
melhorar a sinalização, capacitar a mão-de-obra receptiva, criar
produtos, produzir material de divulgação, enfim, implementar
políticas de incentivo ao turismo.
Vejam bem, sras. e srs. Deputados, é possível, sim, inserir
definitivamente o Piauí no roteiro turístico brasileiro. Captar recursos,
promover investimentos, gerar empregos.
Temos a informação, colhida junto ao Ministério do Turismo,
que a atividade turística avança a passos largos: o turismo já é o sexto
produto de exportação na balança brasileira, perdendo apenas para a
soja, o minério de ferro, carros e aviões.
O setor apresenta um superávit de US$ 568 milhões. Em 2004,
foi responsável pela entrada de US$ 3,22 bilhões no Brasil - 30% a
mais que em 2003. O ano passado também registra outro recorde no
número de desembarques em vôos internacionais, entre turistas
estrangeiros e brasileiros em retorno ao País: 6.138.217, o que significa
um aumento de 14,19% sobre 2003.
Ora, se há crescimento tão expressivo, o Piauí tem que
viabilizar-se e despontar definitivamente. Porém, é bom que se ressalte
novamente: somente com o planejamento turístico adequado será
possível preservar o meio ambiente – uma de nossas grandes
preocupações - e ainda evitar que os mercados concorrentes atraiam o
fluxo de turistas já na rota do Piauí.
Em Parnaíba, nós abrigamos o aeroporto internacional que
atende os visitantes do Delta, mas ainda corremos o risco de sermos
apenas um corredor. O risco dos turistas desembarcarem em nosso
aeroporto sem ao menos conhecer nossa região, passando para os
estados vizinhos, é real.
Governos, iniciativa privada e a sociedade devem despertar e
buscar no turismo a resposta para o o fortalecimento econômico e
desenvolvimento de nosso Estado.
Informações dão conta de que o mercado turístico investe
menos de US$ 100 milhões/ano e tem potencial para arrecadar mais de
US$ 5 bilhões em divisas estrangeiras anuais para o Brasil, sendo assim
considerado o maior mercado gerador de empregos no País. Ou seja,
ao investir nesse setor, o governo federal resgata a dignidade dos
moradores dessas regiões, promovendo a geração de emprego e renda.
No mês passado, o Ministério do Turismo assinou Convênio
de Cooperação com os governos dos Estados do Ceará, Maranhão e
Piauí, e o Banco do Nordeste, que estabelecerá os mecanismos
operacionais para a elaboração do Plano de Desenvolvimento
Integrado do Turismo Sustentável (PDITS) do Pólo Costa Norte.
Queremos ver resultados e vamos acompanhar de perto essa iniciativa.
Para encerrar, fica o convite para que todos conheçam o
Piauí, um lugar fascinante, de praias selvagens, de areias brancas e
águas mornas, Estado que abriga rios caudalosos, monumentos
rochosos, saborosa culinária típica e, nossa marca registrada, um povo
hospitaleiro e acolhedor.
Obrigado, sr. Presidente.
Pronunciamento do Deputado Ciro Nogueira em defesa do fomento ao turismo no Estado do Piaui.
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/293076.pdf
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