Existem
cidades que são surpreendentes. Principalmente por superarem as expectativas. É
o caso de Corumbá. Quem nunca imaginou visitar essa cidadezinha
sul-mato-grossense, ou ainda não tem informações sobre ela, descobrirá que é
uma bela opção de roteiro turístico. Localizada na divisa com a Bolívia,
Corumbá, também conhecida como capital do Pantanal por ter uma grande parte do
bioma em suas terras, é recheada de histórias, belezas, cultura e gastronomia.
Fundada
em 21 de setembro de 1778, Foi palco de guerras, invasões e conquistas que
deixaram marcas indeléveis na cultura local. Os índios povoavam a região, que
foi explorada pelos europeus em busca de riquezas naturais. Os portugueses
chegaram em 1524, seguidos dos espanhóis, em 1537, que buscavam ouro e metais
preciosos. Enquanto os europeus disputavam a terra, a cultura dos dois povos
foi assimilada naturalmente pelos habitantes locais, modificando arquitetura,
costumes e crenças.
Mais de 300 anos depois, em 1850, a província, antes nomeada
Santa Cruz de Corumbá, conseguiu a autonomia política e passou a ser chamada de
Corumbá. Não antes de ser afetada por batalhas ocorridas em consequência da
disputa entre os países vizinhos, principalmente da fronteira com a Bolívia. O
resultado dos embates foi a quase completa destruição, que exigiu um árduo
trabalho de reconstrução.
O
processo gerou edifícios belíssimos, que foram tombados pelo governo federal,
em 1993, por fazerem parte do conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico
local. Os prédios históricos revelam a influência europeia vinda da
colonização. A cidade é marcada por imponentes casarões, sobrados e igrejas que
demonstram o alto poder aquisitivo dos fundadores.
Às margens do Rio Paraguai, Corumbá desenvolveu uma economia
que gira em torno do curso das águas. A pesca tem grande importância para a
cidade, além do Porto Geral que recebe navios cargueiros da América do Sul. A
agropecuária é outro pilar de sustentação para a economia corumbaense que sofre
forte influência socioeconômica com a criação de gado na região.
A HISTÓRIA EM CADA CANTO
Por
todos os lugares, há resquícios da história. Seja do período de colonização,
seja pela herança deixada pelos fundadores da cidade, resultando num marco
cultural muito forte, com costumes extremamente valorizados pelos moradores.
Respeitando as tradições europeias, há diversos museus que contam a história
dos antigos povos e que mostram a rica arte nascida em Corumbá.
MUSEU DE HISTÓRIA DO
PANTANAL
O Museu de História do Pantanal
tem como objetivo contar aos visitantes sobre a biodiversidade que existe no
Pantanal. Lá, é possível conhecer a fundo as principais características do
bioma, a relação do homem com a natureza, como a cidade de Corumbá se
estruturou e interagiu com a natureza ao redor. Além disso, a história corumbaense
é contada e ilustrada detalhadamente para que os visitantes possam conhecer o
processo de desenvolvimento. Sem dúvidas é parada obrigatória. O museu tem
entrada gratuita, é aberto para o público de segunda a sábado, das 13h às 18h.
Para saber mais detalhes, acesse www.muhpan.org.br. Endereço: Rua Manoel Cavassa, 275, Porto Geral.
ART IZU CASA DE
ESCULTURA
Cada obra, uma história, um
pedido, uma lembrança de algum momento especial. Foi assim que Izulina Xavier
esculpiu centenas de obras ao longo da vida. A casa de Izulina não é
considerada um museu propriamente dito, afinal ela ainda mora lá. Mas a adorável
senhora tem enorme prazer em receber visitantes que desejam conhecer de perto
as obras dela. Não só em casa: a artista de 92 anos é responsável por decorar
várias partes da cidade com trabalhos artísticos. Sua principal obra é o Cristo
Rei do Pantanal, que fica no alto de uma montanha, de onde é possível ver toda
a cidade. Na subida até o Cristo, dona Izulina esculpiu 14 esculturas que
relatam as etapas da paixão de Cristo. Em entrevista ao Turismo, conta que fez
esculturas para o Brasil e para o mundo. E ela tem uma preferida: “eu consigo
me lembrar de todas as obras que fiz e a de que mais gosto é o Cristo”. Quem
deseja visitar o ateliê precisa entrar em contato pelo telefone (67) 3231-2040.
Endereço: Rua Cuiabá, 558.
Gabriel
Vandoni de Barros revolucionou Corumbá e deixou um grande marco para a cidade.
Era advogado, jornalista, escritor, político, pecuarista, benfeitor da cultura
pantaneira e, acima de tudo, humano. Dr. Gabi, como era chamado, foi um
benfeitor. Ele doou parte do próprio patrimônio para a cidade de Corumbá e
também para funcionários e amigos do Pantanal com quem conviveu. Destinou um
conjunto de livros para a biblioteca anos antes de sua morte. Para reviver a
memória de Dr. Gabi, a prefeitura reabriu as portas da casa dele, que estavam
fechadas há mais de 25 anos, e fez da residência de estilo espanhol um museu.
Lá, há diversas obras de artistas renomados. O funcionamento é de segunda a
sexta, das 8h às 11h e das 14h às 18h. Endereço: Rua XV de Novembro.
Todos os créditos para o CORREIO BRAZILIENSE.
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