Da esquerda para a direita; João Fernandes, Jeania dos Santos, Adriana Araújo, Marlene Silva, Isis Mourão, Helayne Farias e ao fundo Dauro Remor, Francisco Arnilson. |
Sabe-se que o turismo é uma grande fonte renda para algumas cidades brasileiras e fortemente potencializados em outros países. Ele tem tanta importância como a indústria ou a agricultura, pois, gera emprego e renda e movimenta fortemente a cadeia produtiva com o aumento do fluxo de pessoas visitantes, aumentando o consumo de bens materiais e de serviços, causando um efeito multiplicador e mudando a vida da população local, se, realizado de forma sustentável só trará benefícios.
Nos últimos anos vem
acentuando-se uma crise local, com a consequente perda de
empregos e diminuição do poder de compras no comércio local. Os grandes projetos
como a ALPA, a Hidrelétrica, a Hidrovia, entre outros, que, até o momento
continuam como incertas e a cidade sofre com o fechamento de muitas empresas, afetando negativamente toda a cidade.
Mas, o
cenário também apresenta notícias positivas. Estamos com o Aeroporto João
Correa da Rocha sendo ampliado. Em breve vamos receber o segundo Centro de
Convenções do Estado do Pará. Vamos ter a abertura do Zoobotânico aos sábados e
domingos. É com a união da classe empresarial que vamos atrair políticas para o
setor. Está programada a realização de um Seminário de Turismo. O SEBRAE vai apresentar em breve um projeto voltado ao turismo de negócios e ventos com duração de 04 anos.
Estiveram presentes para o debate os seguintes empresários e autoridades locais: o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes e Similares - SINDHOTEL e sócio
proprietário do Itacaiúnas Hotel o Sr.
Dauro Remor; a presidente interina do Conselho Municipal de Turismo Sra. Jeania dos Santos Lima; o
empresário da Loja Requinte e presidente da Comissão Organizadora do I
Seminário Municipal de Turismo e Vice-Presidente Interino do Conselho Municipal de Turismo o Sr.
Francisco Arnilson de Assis; o empresário da EViagens Turismo João Fernandes; a promotora
de eventos e Turismóloga Helayne Farias; a proprietária da Isis Tur e Turismóloga Isis Mourão; a empresária do turismo receptivo Free Lance a Sra. Marlene Silva e o Engenheiro Agrônomo Emanoel Wambergue.
Adriana Araújo: Como política pública o turismo surgiu em Marabá como departamento dentro da Secretaria de Desportos, Cultura e Turismo. A Secretaria somente foi criada em 2008 pela Lei 17.326, depois alterada pela Lei 17.353 de 2009. Desde quando e de quais ações podemos contar a história do turismo local?
Isis Mourão - Turismóloga:
A gente trabalha há 18 anos. A história não começou em 2008 com a aprovação da lei, teve início no governo do prefeito Geraldo Veloso em 1997 e funcionava como Departamento. Na época iniciou-se o Programa de Interiorização do Turismo e na época foi uma exigência do antigo Ministério do Esporte e do Turismo (1998), criando as estruturas necessárias, foi quando surgiu o SINDHOTEL de Marabá, a Fundação Zoobotânica de Marabá a Associação dos Artistas - ARMA, a Associação dos Artesãos.
Agora, a gente não avança por conta da gestão pública que escolhe pessoas inadequadas para a função. Também, reafirmo que é preciso mais do que Calendário de Eventos e o Conselho de Turismo em 1998 veio como critério e a Cidade ganhou o Selo do Turismo pelo trabalho realizado e por cumprir as exigências oficiais e com isso foi possível captar recursos para a cidade.
Dauro Remor - Presidente do SINDHOTEL
O Selo do Turismo começou no governo do Prefeito Veloso e quem recebeu foi o prefeito Sebastião Miranda, mesmo sem termos uma secretaria, sendo apenas um departamento e alcançou as metas, mesmo com pouca gente.
Adriana Araújo: Hoje a
gente reclama do aumento do desemprego e do fechamento de muitas empresas e,
são os eventos que promove o funcionamento de uma cadeia produtiva e econômica.
Daí a gente lembra dos eventos que ocorreram no passado. Como a gente não vê os hotéis fechando queremos
saber, o setor hoteleiro também está afetado e causando demissões?
Dauro Remor - Presidente do SINDHOTEL:
Todos os setores estão sendo afetados, está havendo desemprego também nos hotéis, nas agências de viagens, nos táxis e outros. Os grandes hotéis não estão fechando, mas, os pequenos muitos fecharam e há muita gente em dificuldades. Para funcionar precisamos de uma lotação mínima.
Adriana Araújo: As
operadoras de viagens e de turismo já demonstram certo desconforto para atrair
mais turistas. São passagens aéreas caríssimas, redução no número de
passageiros muita reclamação com relação uma empresa aérea que reduziu o números de voos e alterou a rota e os preços encontram-se nas
nuvens. Como podemos encontrar solução
para isso? Podemos acreditar que é o Governo do Pará quem deve intervir?
João Fernandes - EViagens Turismo:
De uns dois a três anos para cá houve o cancelamento de voos entre Marabá e Belém em decorrência de vários fatores locais e regionais uma das companhias aéreas cancelou voos, para Belém, por exemplo. Outra grande companhia diminuiu a quantidade de assentos, cancelando voos em alguns dias da semana e os voos que restaram tenho percebido uma baixa ocupação em grande parte pelo aumento das tarifas e do momento econômico que vive o Brasil.
Francisco Arnilson - Vice-Presidente Interino do Conselho Municipal de Turismo
Houve muita reclamação da classe empresarial e creditamos essa baixa em decorrência de menor investimentos nos projetos locais e da região e por conta dessa crise instalada. A saída pode estar no poder de negociação do Governo do Pará junto às empresas que operam dentro do Estado para reduzir os preços.
Adriana Araújo:A gente vai
imaginar uma situação: “Uma família programa de visitar Marabá nas férias de
julho e, com muita alegria procura informações sobre o que vai acontecer neste
mês para programar seu roteiro de passeio e de diversão”. Essas informações
ainda não estão disponíveis na internet ou em outro meio. Então, o que temos como oferta turística? O que fazer para satisfazer os turista?
Helayne Farias - Turismóloga:
É preciso fazer as coisas antes e eu percebo que ainda falta estrutura e organização, como o atendimento nos hotéis, no shopping. A mão de obra precisa ser especializada. A Secretaria de Turismo precisa ter pessoas qualificadas em turismo.
Marlene Silva - Receptivo MFree Lance:
Eu sou turismóloga e acredito que a população precisa saber do seu papel com o turista, o poder público e os empresários. Acompanho a Isis Mourão desde 1999 e vejo pessoas que não são do turismo assumirem a Secretaria sem o conhecimento do contexto. Eu faço traslados e de logística e levo pessoas para locais estruturados da cidade.
Isis Mourão - Turismóloga:
A cidade tem fluxo turístico e os empresários precisam ganhar dinheiro. Precisamos ter produtos. Não dá para dizer que temos apenas o Zoobotânico e a Praia do Tucunaré e ter estrutura é de fundamental importância para vendermos aos turistas.
João Fernandes - EViagens Turismo:
Há coisas simples que podem ser feitas. Temos a gastronomia local, regional, o açaí, os peixes, por exemplo. Precisamos ter feiras livres organizadas como o Ver-o-Peso de Belém e nas nossas feiras é precisa cuidar melhor delas. Poderíamos ter pórticos nas entradas. O Estádio de Futebol novo está com a construção parada. Temos o Rio Tocantins e, em alguns lugares desenvolvidos do mundo valorizam muito o turismo ecológico e é explorado de modo profissional.
Adriana Araújo: Vamos
falar um pouco sobre a rede hoteleira. Parece que os hotéis recebem mais hóspedes quando há eventos como havia antes com o Maraluar, Festival da Canção e outros. O que os
empresários e gestores precisam fazer para aumentar a vinda de mais pessoas à
cidade?
Dauro Remor - Presidente do SINDHOTEL:
Eu costumo colocar que a rede hoteleira oferece a oportunidade do primeiro emprego para muitas pessoas e eles aprendem dentro da empresa. Mas, há capacitação e as empresas que treinam não se preocupam de encaminhar esses dados ao mercado de trabalho. E hoje o setor demite por conta da crise. As escolas profissionalizantes como o SENAC treinam mil pessoas e não se sabe depois quantas foram empregadas. Para um hotel que funcionam 24 horas é difícil de fazer os treinamentos, eles trabalham em turnos e por equipes. Estamos fazendo um curso pelo SEBRAE em 12 módulos e eles vão na nossa empresa. Para quem quisesse trabalhar abriu vagas e não houve interessados.
Helayne Farias - Turismóloga:
Eu tenho dificuldades para encontrar garçons capacitados e recepcionistas de eventos e temos que ter essa preocupação, pois, o Centro de Convenções não vai demorar para ser inaugurado.
Isis Mourão - Turismóloga:
O município precisa se estruturar para receber programas oficiais como o Programa Estadual de Qualificação Profissional do Turismo - PEQTur, precisa estar apto em muitos quesitos. Infelizmente não há o balcão para o emprego no turismo e temos a necessidade de termos guias e, por tudo isso a política pública precisa ser revista.
Adriana Araujo: A Cidade
já tentou, conseguiu os recursos para a realização do Festival Gastronômico do
Tucunaré. No entanto, os recursos foram devolvidos por não haver interesse da
gestão municipal. Qual a importância
deste Festival e como ele seria organizado e, se é possível fazê-lo?
Dauro Remor - Presidente do SINDHOTEL:
Este projeto foi colocado em 2010 no Governo do Maurino no Ministério do Turismo e os recursos foram disponibilizados e não foram captados pelo gestor municipal. A gastronomia é um vetor forte no turismo, o Pará ganhou um prêmio internacional recentemente e vai criar uma Faculdade de Gastronomia pois, temos sabores que somente existem aqui.
O Festival de Gastronomia tinha como ideia o fortalecimento do setor de restaurantes. Nosso intento era o de se pegar o peixe direto do pescador, sem o atravessador, conseguir um valor de compra menor. O resultado disso seria fantástico para dar sustentabilidade ao turismo e ao segmento de restaurantes, podia ser o caso de durar até 30 dias e, com isso, descobriríamos uma maior variedade de pratos e sabores. Vamos elaborar o projeto com estrutura para os restaurantes e hotéis que já estão dentro do trade em pontos diversificados e não em um único lugar, pois, se fosse numa praça haveria a necessidade de uma logística bem maior.
Jeania dos Santos - Presidente Interina do Conselho Municipal de Turismo
Essa questão é importante e valoriza o trabalho dos pescadores. Tenho visto como está acontecendo na cidade, a Colônia vende o peixe Mapará, por exemplo, a R$ 1,50 para uma empresa do Maranhão, o peixe volta para ser vendido a R$ 16,00 o quilo do filé e as pessoas nem sabem que é o Mapará e isso desvaloriza o pescador. Neste Festival do Tucunaré é importante que se tenha peixes de espécies variadas dos nossos rios, uma exposição por exemplo, com outros pratos para atrair o paladar dos moradores e dos que que visitam.
É muito fácil dizer que não se faz. Difícil é você conseguir agregar as pessoas para fazer. É fácil dizer que não está acontecendo nada. Eu volto na questão da qualificação, que não há pessoas se qualificando, muitas vezes os cursos nem chegam nas comunidades. Se começar a divulgar isso nos bairros você vai encontrar muitas pessoas que querem se qualificar.
Sobre o Festival Gastronômico eu lembro, o recurso voltou. Agora nós das Associações de Bairros temos uma proposta de se envolver, pois, não é só os empresários que vai estar envolvido, toda a comunidade precisar estar junto, ou seja, eu tenho um produto para vender e pode ser que, não se tenha quem compre.
É muito fácil dizer que não se faz. Difícil é você conseguir agregar as pessoas para fazer. É fácil dizer que não está acontecendo nada. Eu volto na questão da qualificação, que não há pessoas se qualificando, muitas vezes os cursos nem chegam nas comunidades. Se começar a divulgar isso nos bairros você vai encontrar muitas pessoas que querem se qualificar.
Sobre o Festival Gastronômico eu lembro, o recurso voltou. Agora nós das Associações de Bairros temos uma proposta de se envolver, pois, não é só os empresários que vai estar envolvido, toda a comunidade precisar estar junto, ou seja, eu tenho um produto para vender e pode ser que, não se tenha quem compre.
Marlene Silva - Receptivo MFree Lance:
Reforçando o que disse a Jeania, realmente é fácil dizer que as coisas não estão acontecendo. Atribuo isso a falta de entendimento que o turismo é uma atividade econômica como outra qualquer e não é encarado como atividade econômica. As coisas acontecem de maneira amadora, o poder público nos coloca essa situação, encara o turismo simplesmente como viajar, passear e não como uma atividade que gera dinheiro, que, na atual circunstância seria uma válvula de escape para a economia da cidade.
Adriana Araújo: A classe
empresarial está buscando a união de todos os segmentos. Já conseguiram a
reativação do Conselho Municipal de Turismo – COMTUR e foi escolhida uma
Diretoria Interina e feitas alterações no Regimento Interno que precisam ser
sancionados pelo Prefeito Municipal e pretendem promover o Seminário de Turismo com o objetivo de fomentar a cadeia
econômica da cidade, como a gastronomia, o artesanato entre outros. Como será esse Seminário, sua
importância e, quem serão os convidados?
Francisco Arnilson - Vice-Presidente Interino do Conselho Municipal de Turismo
A realização do Seminário de Turismo é uma proposta e construção da classe empresarial que está se aliando ao setor público municipal com o objetivo de fomentar a cadeia de negócios que envolve o turismo, para discutir as ofertas e as demandas. Enquanto estrutura física o município precisa melhorar muito, também no que se refere as políticas públicas. A palavra de ordem é união para fazer o que é necessário, não dá mais para esperar, esperar e esperar que a prefeitura faça tudo. E o Conselho Municipal de Turismo se organiza, junta-se para realizar o Seminário trazendo palestrantes do Pará e Nacional para fortalecer o que temos e criar o que falta, por exemplo, o artesanato, que alguns chamam de trabalhos manuais por não retratarem a história e a cultura local e também fortalecer a gastronomia.
O Seminário vai puxar as políticas públicas, por exemplo, o Inventário Turístico de Marabá é de 2002 e não serve, está totalmente desatualizado. Vai puxar a discussão para a elaboração do Plano Municipal de Turismo, que ainda não temos. Também, o Mapa Turístico que deverá ser feito pela companheira Isis Mourão.
Volto a enfatizar, precisar acreditar mais e agir, ou seja, precisamos ter atitudes de construir. Nós estamos fazendo as nossas reuniões e as sugestões e propostas vão sendo apresentadas e decidimos realizar o Seminário e todos estão contribuindo. E, temos o apoio do Governo do Pará, através da Secretaria de Estado de Turismo que sabe a importância de Marabá como destino turístico, como município prioritário. Em termos de investimentos do Estado temos a construção do nosso Grande Centro de Convenções que vai potencializar essas políticas que estamos pretendo implantar.
Ainda sobre o Centro de Convenções, porque ainda não foi inaugurado, temos consciência que não estamos preparados para contribuir com o funcionamento dele, falta fazermos muita coisa como a qualificação de mão de obra, precisamos reativar a Secretaria Municipal de Turismo e a Prefeitura para serem parceiros e, somos nós empresários que estamos fazendo essa grande provocação e fazendo as coisas aparecerem.
Adriana Araújo: Podemos trazer para o conhecimento de todos sobre a história do Conselho de Turismo desde quando ele foi criado por lei. Qual é o papel do Conselho de Turismo enquanto órgão representativo do setor público e privado? Quem são as entidades e secretarias têm assento neste conselho?
Francisco Arnilson - Vice-Presidente Interino do Conselho Municipal de Turismo
No dia 02 de fevereiro tivemos uma grande reunião, muito participativa e reativamos com o quórum legal o Conselho Municipal de Turismo - COMTUR, envolvendo as secretarias municipais, associações e sindicatos empresariais. A composição deste Conselho é uma determinação legal com a convocação das entidades constantes na Lei 17.628 de 2014, na ocasião foi escolhida a Mesa Diretoria Interina, composta pelos seguintes cargos e ocupantes:
Presidente: Jeania dos Santos Lima
Vice-Presidente: Francisco Arnilson de Assis
Primeiro Secretário: Flávia Moreira de Jesus
Segundo Secretário: Maurino Magalhães de Lima Filho
Primeiro Tesoureiro: Flávio Correa de Souza
Segundo Tesoureiro: Ederson Pereira Oliveira.
As entidades que compõem o Conselho de Turismo são as seguintes.
1. Secretaria Municipal de Turismo;
2. Secretaria Municipal de Esporte e Lazer;
3. Secretaria Municipal de Educação;
4. Segurança Pública (Bombeiros, Segurança Institucional Municipal);
5. Secretaria Municipal da Indústria e Comércio;
6. Secretaria Municipal de Cultura;
7. Secretaria Municipal de Meio Ambiente;
8. Secretaria Municipal de Assistência Social;
9. Fundação Casa da Cultura de Marabá;
10. Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis e Similares (Sinhoma);
11. Associação de Artesãos;
12. Associação de Barqueiros e Rabeteiros das praias Tucunaré e Geladinho;
13. Associação dos Barraqueiros das praias Tucunaré e Geladinho;
14. Colônia de Pescadores Z-30;
15. Associação dos Ambulantes das praias do Tucunaré e Geladinho;
16. Classe Artística e Cultural de Marabá;
17. Fundação Zoobotânica de Marabá
18. Transporte de Passagieros (Cooperativas);
19. Empresas organizadoras de eventos entretenimento e lazer,
20. Empresas de Transporte Viagens e Turismo;
21. Sistema S - Sebrae;
22. Terminal de Transporte de passageiros - Infraero;
23. Associação Comercial e Industrial de Marabá - ACIM;
24. Sindicato do Comércio de Marabá - SINDICOM;
25. Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares - SindHoteis;
26. Agências de Viagens e Turismo de Marabá;
27. Sindicato dos Produtores Rurais de Marabá - PRORURAL;
28. Associação de Pescadores Esportivos.Dauro Remor - Presidente do SINDHOTEL:
Eu fui o primeiro presidente do Conselho Municipal de Turismo em 1998 e a Lei era mais enxuto, com menor número de participantes, era na época do prefeito Geraldo Veloso e nunca houve a regulamentação necessário, quem o substituiu foi o prefeito Sebastião Miranda. A gestão é feita pelo poder público, havendo uma dependência deste para funcionar. Também tem os casos em que muda os secretários ou quando uma secretaria era eliminada precisa modificar a Lei, pois esta ficava sem validade.
A iniciativa privada tem vontade de fazer parte do processo e acaba se envolvendo em uma área, no caso da política, em que não é "expert". O poder público precisa saber da importância do Conselho e dê condições de trabalho a longo prazo.
Isis Mourão - Turismóloga:
No governo do prefeito Maurino Magalhães foi criada a nova lei e a participação de mais entidades. O Conselho Municipal de Turismo é um instrumento político gerenciado pelo poder público, criado na época por exigências do Programa PMT que hoje é o Programa Regional de Turismo do Ministério do Turismo. Em seguida foi criado o Fundo Municipal para captar recursos para o desenvolvimento, como a taxa de turismo e outras arrecadações para o setor. E, também, o Plano Municipal, elaborado em 2002, com o Inventário e com o diagnóstico, tudo para poder arrecadar recursos.
O Festival de Gastronomia no valor de R$250 mil veio os recursos e a gestão não estava qualificada e o dinheiro voltou, não foi usado. Na época em que era realizada a festa do Maraluar a cidade recebia 50 mil pessoas e os hotéis tinham 100 por cento de taxa de ocupação. Mas, precisa ter a vontade do gestor para fazer as coisas, precisa de empresas e de profissionais, todo mundo junto e o Conselho conta com 28 entidades para deliberar e fazer o que é bom para todos.
O gestor municipal precisa olhar para o turismo, não é só fazer, é a questão da vontade de fazer, se não houver um gestor para dizer: "Olha gente, vamos fazer o turismo acontecer" fica muito difícil. E o Conselho tem o papel importantíssimo de deliberar o que for bom para todos que lá estão e no contexto turístico.
No Estado temos cadeira e não temos representante no Conselho Estadual de Turismo. O turismo é a valorização da história, cultura e da renda. Agora a classe empresarial está muito animada e trabalhando muito. No Fórum Estadual e no Regional não tem ninguém representando Marabá, eu digo que precisa de gente que queira trabalhar. O efeito de indicação política, é um sonho de ocupar um cargo político, não se pensa no que que o turismo hoje que é renda, é a valorização histórico e cultural.
Adriana Araújo: Se fossemos resumir a nossa mesa, sintetizar, quais as opiniões de vocês. Agora todos vão apresentar suas considerações finais.
Dauro Remor - Presidente do SINDHOTEL:
Quero agradecer pela oportunidade de falar abertamente. O que eu espero no debate como esse, é de mexer no poder público. Que a vontade política se transforme em ação no turismo. Temos potencial, temos equipamentos, aeroportos, hotéis, restaurantes e muita coisa para se tornar em algo palpável e transforme a realidade. enfrentar os problemas atuais.
Jeania dos Santos - Presidente Interina do Conselho Municipal de Turismo
Agradeço pela oportunidade de tratar desse assunto da maior importância. Resgatar o Conselho Municipal cuja lei foi sancionada em 2014 pelo prefeito João Salame vai contribuir muito. Temos boas notícias, por exemplo, da Ampliação do Aeroporto João Correa da Rocha, da conquista do Instituto Reviver com a Companhia VALE e convênio pela Prefeitura no valor de R$ 1 milhão e 100 mil para iluminar a Ponte do Rio Tocantins que seria no aniversário de Marabá. A Federação das Entidades Comunitárias de Marabá - FECOM juntamente com lideranças comunitárias conseguiu avançar, era para ser apenas uma ação, mas, a ponte será restaurada, haverá vedação nos vãos onde a dois anos duas mulheres caíram e morreram e o nosso que é o de iluminação desse grande cartão postal. Estou no grupo em apoio ao turismo e por ter contribuído no passado e no presente.
João Fernandes - EViagens Turismo:
Agradeço também pelo convite de estar aqui. Parabenizar as pessoas que tem se empenhado nessa luta árdua de fomentar, capacitar e profissionalizar o turismo na região e, reforçar as palavras do Dauro, que Marabá e Região circunvizinha tem um potencial muito grande precisando de infraestrutura, de divulgação e outras coisas mais. A gente confia que, com essa iniciativa da classe empresarial, com o apoio da imprensa e com a adesão do poder público a gente vai desenvolver essa região e atrair cada vez mais turistas. Obrigado a todos.
Helayne Farias - Turismóloga:
Agradeço o convite para esse assunto de grande relevância e aqui todos estão envolvidos no sonho e na vontade de ver o turismo acontecer, como acontece em outras cidades. Meus olhos brilham quando vejo que o Centro de Convenções de Marabá vai ser inaugurado e a cidade tem muito potencial para crescer e a gente tem muito que trabalhar. Se a gente não tem apoio do poder público, ainda, forte, o que podemos fazer enquanto trabalho individual? Vamos acreditar que o turismo vai ser bom pra cidade, que é uma atividades que vai trazer recursos para todo mundo. Obrigada e até a próxima oportunidade.
Isis Mourão - Turismóloga:
Em primeiro lugar quero agradecer a Adriana pela oportunidade de estar aqui, é um momento especial, temos pouco falado de turismo e agora a coisa até ecoou nos ouvintes e tocou no coração deles. A geste está na estrada há muito tempo, o Dauro também. Espero que ecoe tanto na classe empresarial quanto na classe do poder público, dos governantes que estão nos ouvindo. Um abraço para a Região do Araguaia-Tocantins. A paixão que a gente tem pela cidade de Marabá não é somente pelo fator turismo. A gente entende que as pessoas merecem uma cidade melhor e o turismo valoriza isso, valoriza a cultura, o barqueiro, o hoteleiro e todos os segmentos, valoriza até o nosso Por do Sol. O turismo é uma alternativa à essa crise. Um grande abraço.
Marlene Silva - Receptivo MFree Lance:
Obrigado a todos pela oportunidade desse tema tão importante para nós que trabalhamos com ele. Como cidadã marabaense que falar que cada pessoa possa dar oportunidade para a cidade crescer, que o poder público nos dê mais condições e nos encare com mais seriedade.
Francisco Arnilson - Vice-Presidente Interino do Conselho Municipal de Turismo
Agradeço pelo programa, pelo bom debate. Sei que tudo é importante e a imprensa precisa estar nesta caminhada conosco. A cidade é projetada de uma forma negativa, precisamos de matérias que possam mostrar os pontos fortes e turísticos da cidade. Esse é o maior negócio lícito do mundo e nós estamos deixando de promovê-lo e perdemos muito com isso, pois, somos o centro de uma região que abrange mais de 20 municípios e as pessoas vem para cá por várias razões, para fazer negócios, capacitação, compras e por conta de eventos como o veraneio e a Expoama, por exemplo.
Devemos pensar que queremos o turismo, transformar Marabá como um destino turístico, estamos entre os 25 municípios prioritários mas, precisamos fazer a arrumação da casa. hoje a gente está deixando de participar dos fóruns, dos encontros, dos seminários regionais, estaduais e nacionais. Como estamos hoje, ainda precisamos nos unir cada vez mais e pensar coletivamente, individualmente somos muito fracos e agindo coletivamente temos uma força incalculável. Quero dizer que o turismo é uma atividade econômica auto sustentável e com o tempo vai diminuindo algum tipo de dependência do gestor municipal.
Acima de tudo, quero deixar claro que há um movimento muito forte na cidade, são os empresários que estão puxando essa pauta e já há resultados conquistados. Não é uma luta individualizada, é coletiva, dessa forma, com a união dos esforços em prol dos objetivos de potencializar todo o segmento é que vamos poder comemorar os bons resultados. Essa luta é nossa e devemos fazer mais do que a nossa obrigação para tirar a cidade desta situação indesejada. Obrigado Adriana Araújo e todos que vieram e prestigiarem o tema.
Emanoel Wambergue - Sociólogo e Engenheiro Agrônomo:
A mesa de hoje tem a cara do seu programa, escutei as pessoas falando bem de Marabá e disseram para nós que o maior cartão postal que há em na cidade é o marabaense. A cidade vai aparecer lá fora da maneira que a gente apresentar. Temos que falar desta cidade com paixão e atrair muita gente para cá.
Tenho 40 anos na cidade e, sem saber, trabalhei muito fazendo o ecoturismo e, o que eu já trouxe de pesquisadores de todos os cantos do mundo para conhecer a vida na agricultura não é coisa pouca. E, também trabalhei com o turismo científico e a verdade é que temos muito oferecer, não é só o minério de ferro. Parabéns por este importante programa.
Adriana Araújo:
Estamos em período de carnaval e muita gente bebe e acontece coisas ruins. Se você ver alguém tentando aliciar uma criança ou praticando violência sexual, por favor, DISQUE 100 e vamos proteger e defender nossas crianças e adolescentes. Vamos brincar com inteligência.
Aqui na mesa umas camisetas da Campanha do Disque 100, trazidas pela Jeania dos Santos e vamos divulgar os apoiadores desta campanha: a Secretaria de Turismo, a Secretaria de Assistência Social, a Federação das Entidades Comunitárias de Marabá, da empresa TCA que patrocinou as camisetas, do Conselho dos Direitos da Mulher, do Conselho das Crianças, do Conselho do Turismo e do Conselho Tutelar. Finalizo agradecendo ao Dauro, a Jeania, o Arnilson, o Sr. João, a Helayne, a Isis Mourão, o Wambergue e a minha equipe. Obrigado Arnilson pelo texto e pelos convites aos participantes deste programa que alcançou os seus objetivos.