quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

No Brasil o turismo escorrega no Quiabo

O Quiabo é um produto alimentício liso e escorregadio
Vamos fazer um exercício mental, imaginar que, de uma hora para outra Marabá comercializa pacotes turísticos para o veraneio de julho, isso é possível sim. Há muita gente com vontade de conhecer a Amazônia, o Pará, e a Cidade de Marabá. Compram os pacotes, vamos imaginar que 1.000 pessoas vão chegar para um  tour de 05 dias e alguns só falam inglês. Tudo isto promovido pelo setor privado que, conhecendo o que temos de melhor formatou os roteiros, conseguiu tradutores, vai ser um sucesso, o roteiro foi definido e os turistas vão vir mesmo.


É importante dizer que a cidade tem seus pontos que envergonham até os moradores mais tradicionais, no entanto, há riquezas que nos enche de motivação e deixa qualquer turista apaixonado. Temos uma frase, chegou ao Pará parou, tomou açaí ficou. E, quem banha na Praia do Tucunaré (rio Tocantins) voltará outras vezes. Aliás, esses turistas imaginários terão a oportunidade de conhecerem 09 praias nas margens deste grande rio, terão a oportunidade de se acomodarem em algumas ilhas e se deliciarão com a caldeirada do delicioso tucunaré e de outros peixes. Terão a oportunidade de pescar peixes normais até outros grandes como é o caso do Jaú e do Pirarara. Ao navegar nestas águas encontrarão alguns Botos, espécie da Amazônia considerada o golfinho dos rios. Esse passeio será feito por grandes barcos e lanchas de luxo, pequenos barcos e até de caiaques. 

Eles conhecerão a arquitetura local, os prédios antigos e suas histórias, desde igrejas, bibliotecas e praças públicas. Conhecerão as feiras e o comércio local, o comércio de rua e as lojas do Shopping Pátio Marabá, comprarão o artesanato de Marabá e suas variedades de produtos, as músicas de artistas locais, os livros de nossos escritores e a gastronomia de nossos excelentes restaurantes.

A natureza amazônica será mostrada nas visitas ao Zoobotânico de Marabá, ao Parque Ecológico do Murumuru, pelo passeio de trilhas, fazendas rústicas na região e conhecerão a flora da Amazônia e suas árvores de grande porte, como a Castanheira que nos presenteia com o gosto fruto, a Castanha do Pará (Castanha do Brasil) bastante utilizada no preparo dos pratos tradicionais como o tucunaré no leite de castanha. Conhecerá plantações de cacau, açaí, cupuaçu e outras tantas gostosuras paraenses. Tomar açaí com farinha de tapioca, quero até ver a expressão dos nossos turistas. Comer um pato preparado no tucupi, então, isso é muito gostoso.

Enfim, vamos olhar outro ponto desta viagem imaginária. Considerando que os empresários se prepararam e o poder público nada fez, vamos a algumas considerações necessárias. De cada 10 turistas que chegam ao Brasil 7 desejam o lazer, paisagens, praia e sol, e isso nós temos, certo? Mas, em relação ao poder público? Infelizmente nossos gestores serão observadores desta ação. A cidade não foi preparada, bem cuidado. Não criou as condições necessárias, de mão de obra para atender aos turistas que só falam inglês, nossos motoristas de táxis, poxa que aperto. Aquela rua vamos desviar, não tem condições (não vou dizer porque), a praça do lugar tal, não vamos passar e nem na maior feira da cidade, ou seja, muitos lugares serão excluídos do roteiro. Alguém pergunta e procura saber o nome de determinada praça, de determinada rua e não há sinalização, nada. Alguns destes visitantes vão falar bem da cidade e outros criticarão pois, mesmo com todos os cuidados, alguns viram que a cidade é mal cuidada. 

No turismo o Brasil escorrega no quiabo

Bom Dia Brasil exibe série de reportagens sobre o turismo brasileiro
No verão que se inicia a partir do dia 21 de dezembro no Brasil são esperados 2,5 milhões de turistas, um aumento de 11 por cento. Eles procurarão cidades com praias, principalmente as do Rio de Janeiro (32,6%), Florianópolis (18,8%) e Foz do Iguaçu (13,5%) no Estado do Paraná. Entre os países que mais visitam o Brasil estão a Argentina (33%), os Estados Unidos (9,1%) e o Chile (4,9%). Os Estados Unidos em 2015 mandaram quase 600 mil turistas, a Argentina mandou quase 2,1 milhões para cá, conforme dados da Embratur 2015 e estes ainda preferem os lugares mais badalados. 

O Brasil recebeu em 2015 6,3 milhões de turistas, não é muita coisa, apenas Miami nos Estados Unidos recebeu 7 milhões. E, considerando que esses números envolvem a movimentação interna, o país escorrega no quiabo e não avança. Temos pessoas no Ministério do Turismo que conhece toda a realidade e insiste que essa política se faz apenas nos gabinetes, esquecem de ir até os municípios, apenas esperam. Não sabem como envolver os empresários, como potencializar para que os turistas cheguem na Amazônia, por exemplo. Dá mesma forma os Estados e, por fim os Municípios que esperam por chuvas de dinheiro nos cofres municipais.

O Brasil pode ofertar turismo para todo o mundo e, no entanto, ainda engatinha com políticas públicas equivocadas, de pautar através de alguns eventos pontuais como a Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos para crescer os números do turismo, esquece o que há de mais importante, como por exemplo sua riqueza natural inigualável e que o turismo se promove todos os dias e em todos os lugares do país.

No encerramento do ano o Jornal Bom Dia Brasil vem apresentando uma série de reportagens sobre o turismo. As notícias não são boas. O número de passageiros nos voos domésticos vem caindo há 15 meses seguidos. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas prevê uma queda de 8 por cento na demanda por voos esse ano em relação ao ano passado. Isso representa 8 milhões de passageiros a menos nesse mercado. O órgão que regulamenta o setor, a Agência Nacional de Aviação Civil vem dando sua colaboração negativa na queda desses números, cada vez mais interfere na legislação atrapalhando o setor e não atende aos interesses dos viajantes e nem das empresas. De janeiro a outubro de 2015 tivemos 80,1 milhões de passageiros em 2015 contra 73,5 milhões de passageiros deste ano.

Eu sei que este texto não está bem fundamentado, há muita coisa que poderia ser explorada. Mas, esta viagem mental foi produzida com a intenção de demonstrar que deixamos de gerar divisas simplesmente por não acreditar no potencial que temos, na estrutura que temos, Centro de Convenções, Shopping Center, Museus, Trem de Passageiros (até São Luiz do Maranhão), o Aeroporto João Correia da Rocha com grandes empresas Azul, Gol e Tam e outras com voos regionais), Passeios Fluviais, o Zoobotânico, a Riqueza Ambiental, as Florestas Nacionais no entorno, nossa Gastronomia e etc. Mas, chamo a atenção do prefeito eleito Sebastião Miranda Filho que tomará posse em primeiro de janeiro, um realizador que, onde põe os olhos e as mãos realiza importantes feitos. Nossa maior esperança que o turismo desponte como uma grande riqueza a dispersar renda para todos, inclusive para a Prefeitura. Chão firme para não escorregar no quiabo. 

Nota: Conforme o wikipédia o quiabeiro' (Abelmoschus esculentus L. Moench: anteriormente, Hibiscus esculentus L.) é uma planta da família da malva (Malvaceae). Possui origem africana.[1] Seu fruto, conhecido como quiabo, 'quingombô, é uma cápsulafibrosa cônica verde e peluda, cheia de sementes brancas redondas, muito usado em culinária antes da maturação, pois, próximos à maturação, endurecem. Suas folhas são lobadas. As flores são axilares, isto é, brotam a partir das gemas axilares. Quando cozinhado o quiabo torna-se macio e liso, escorregadio.

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