Foto: www.andreyrisuenho.com.br |
O Pará situado na região Amazônica, com apenas 144 municípios e população de 8,2 milhões de habitantes é segundo maior estado do Brasil (1,24 milhão de quilômetros quadrados) abriu seu território para a plantação de soja e deseja escoar pela nova ferrovia (já temos a Ferrovia que só serve para a mineradora Vale), pretende produzir farelo e óleo de soja. Quando se fala do Pará, se fala de biodiversidade, se fala da Amazônia que possibilita a produção de alimentos, óleos, fibras e matérias-primas para medicamentos, até uso genético. Desenvolver a biodiversidade numa cadeia produtiva é o grande desafio, atrair investidores numa região de florestas e de leis ambientais severas.
A entrada de investidores no Estado provocou muito desmatamento em ações coibidas em tempos tardios, primeiro era a questão de fazer a região crescer e, depois, veio a questão ambiental a frear a ação dos investidores. Fato concreto dessa observação foi decadência da indústria madeireira que praticamente é uma atividade rara, principalmente considerando a escassez de árvores e o forte desmatamento causado.
Mais, o que está se buscando mais fortemente é a criação de condições de logística pois, os rios ainda não são utilizados como deveriam (a hidrovia Araguaia-Tocantins, já se vão mais de 40 anos e ainda é uma incógnita). Na vasta extensão territorial, de 1.24 milhão de quilômetros quadrados, as vias de transportes precisam de manutenção (são cerca de 11,8 mil quilômetros de rodovias), 12,6 mil quilômetros de vias fluviais subutilizadas e 257 quilômetros de ferrovias(atende apenas um cliente). Tudo isso está a espera de investimentos.
O Pará2030 apresenta seu portfólio em oportunizar e atrair investidores, começa pela logística, aquicultura e pescado, turismo e gastronomia, produção e verticalização do açaí, pecuária, agricultura familiar, de ser o maior produtor nacional de cacau, aumentar a produção de óleo de palma e da internacionalização de compras.
Turismo e Gastronomia
Sem dúvida o Criador do Universo foi muito generoso em nos presentear com tão belas áreas de terras, florestas e de rios, cheias de oportunidades. De beleza natural invejável o Pará é ainda desconhecido no cenário nacional do turismo. Essa cadeia produtiva ganhou maior importância em anos recentes mas, ainda ressente-se de maior incremento, investimento e desenvolvimento no setor. A ação que o turismo precisa está muito centrada no governo do Estado, na Capital Belém, muito bem aproveitada e já colhe resultados crescentes. Quanto aos demais municípios, estes ainda precisam ser sensibilizados para concretizar qualquer coisa concreta.
Em 2015 Belém foi reconhecida pela UNESCO como Cidade Criativa da Gastronomia por ter sua culinária muito própria e de seus ingredientes advindos apenas destas terras. O Sabor do Pará fez sucesso no Concurso Internacional de Gastronomia em Milão, na Itália. Fomentar o turismo na região Amazônica, de forte apelo pela natureza existente parece ser uma tarefa fácil, não é. A princípio pensa-se apenas na divulgação e comunicação dos atrativos turísticos mas, precisa-se de melhor logística e acessibilidade para caminhar nestas terras de dimensões continentais, precisa de uma verdadeira política de fomentar os municípios, não apenas a Capital que cresce ano após ano e, enquanto as outras cidades, entregues aos governantes municipais ficam perdidos sem saber o que é e o que representa a cadeia do turismo. Apresentar o Pará2030 acreditando que apenas o Governo do Estado com suas estruturas centralizadas na capital fará diferença futuro a frente não dá.
O que esperar do Pará2030
Existem essas estratégias para aumentar o PIB e aumentar sua capacidade industrial, aumentar as exportações, o turismo e etc. Os municípios, os empresários, agora conhecem a estratégia colocada pelo governo e, se ficarem de fora destas ações, se não forem sensibilizados, se forem apenas parceiros de pontos pontuais seguindo o interesse apenas do Estado, assim ficará difícil.
Essas ações de um governo centralizador, sem interlocutores nos municípios, sem diálogo com os gestores, legisladores, empresários e a sociedade em geral farão o projeto fracassar. Primeiro que o Pará2030 parece ter sido concebido sem a participação empresarial, segundo um modelo de seus secretários e assessores. Assim como a cadeia do turismo, que envolve mais de 50 segmentos econômicos, o Pará2030 envolve uma teia muito maior, muito mais ampla e complexa e leva consigo a superação de desafios. Mas, neste momento não devemos ser pessimistas. Devemos acreditar que tudo pode ser concretizado pois, já está sendo feito numa escala bem menor em alguns lugares. Tentar fazer sozinho, como vem fazendo, será o grande erro.