domingo, 25 de outubro de 2015

Desafios para o Turismo em Marabá. Ainda nem começamos

Círio de Marabá atraiu 220 mil peregrinos, sem aproveitamento turístico
Trazer a realidade para os fatos, olhar com sinceridade a situação que se depara, o nosso futuro econômico e social é necessário. Na nossa região juntamos os dois principais municípios e eles não desponta como antes, com a mesma capacidade de gerar empregos. No Estado quem mais desempregou foi Belém, Ananindeua, Parauapebas e Marabá. Esses dois últimos demitiram juntos 34 mil trabalhadores, conforme matéria do Pebinha de Açúcar*. 

O cenário sempre animador da implantação dos grandes projetos demonstra uma frustração, todos eles incertos para os próximos 10 anos, clara sinalização que precisaremos nos reinventar ou reformular nossa atuação, desenvolver outras alternativas.
O ruim é que só despertamos quando tudo fica mais difícil. Estamos fazendo à décadas a mesma coisa, exportamos nossa matéria prima capazes de agregar valores e empregos sem nenhuma responsabilidade com o nosso futuro. 

A nossa melhor vocação no momento e a que mais pode tirar, mais rapidamente a cidade desta profunda crise é o turismo de negócios, segundo sondagem da Consultoria Marka, da Economista Kátia Esteves, contratada pelo Sebrae para prospectar nossas potencialidades. Nesta temática é importante considerar o que diz o empresário Dauro Remor sobre preparar a cidade para o turismo.

Marabá tem turismo sim, atrai pessoas no raio de até 300 km
Dauro Remor é Diretor de Turismo da Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM), fundador e presidente do SindHotel, foi presidente do Conselho Municipal de Turismo, é Diretor da Confederação Nacional de Turismo, empresário e proprietário do Itacaiúnas Hotel. Relata sobre a cidade se tornar o centro regional de turismo de negócios e eventos. Ele assegura que a cidade já é e sempre foi o polo regional, por possuir características positivas como a localização geográfica, pela malha viária e aérea que temos e a macro dependência que existe em relação à Marabá, onde concentra todas as revendas de automóveis aqui e em Parauapebas. A saúde, o lazer, a realização de muitos negócios e o ensino, no ponto de vista do empresário o turismo de negócios alavanca muitos setores e temos outras condições favoráveis, como o aeroporto com atração de passageiros de 250 até 300 quilômetros de distância e nós já somos um grande vetor de turismo na cidade.

Apesar de muitos afirmarem o contrário, Remor garante que nós temos turismo na cidade e bem estruturado, contamos com 1.600 leitos de hospedagem, aeroporto que acabou de passar por uma ampliação. Perdemos alguns voos por conta da crise econômica e é o maior aeroporto da região. Em breve, conforme prometido pelo governo, teremos a Hidrovia que poderá servir ao transporte de passageiros e não apenas para grãos de soja, são essas e outras características que nos tornaram essa Cidade Polo. É a maior cidade e tem a maior população e melhor infraestrutura fazendo fluir as pessoas para cá. O turismo tende a ser a condição de maior e mais rápida de recuperação da crise instalada hoje, co o turismo é possível uma reinvenção muito mais acelerado para o primeiro emprego, para a geração de empregos mais baratos que na indústria e são muito mais empregos.



Construindo o Futuro vencendo Desafios

Companhia de Dança Yaguara, de Marabá
O funcionamento do Centro de Convenções que vamos ganhar em breve, vai mudar o perfil da região. Na vi são de Remor é necessário vencer alguns obstáculos, de criar infraestrutura de lazer, por exemplo: na Bahia aconteceu um fato muito interessante com o fenômeno das músicas do grupo É o Tchan que invadiu o Brasil todo e isto aconteceu com o incentivo do governo baiano e serviu para divulgar a cultura do estado, fortalecendo o turismo. Nós precisamos fazer a mesma coisa, investir em cultura, folclore, gerando mão de obra e sustentabilidade. O nosso Centro de Convenções vai precisar de dois anos de maturação, quando ele for inaugurado vai precisar desse tempo para realizar o primeiro grande evento, pois nós competimos com o Brasil inteiro e qual é a argumentação que temos para trazer eventos de grande porte? Vamos precisar de passagens baratas, não é só de hotéis para trazer pessoas para participar dos eventos de uma semana ou cinco dias, o que vamos oferecer a esse visitante e ao seu acompanhante? Vamos ter que oferecer muita coisa o ano inteiro, academia, restaurantes, casas de shows, espetáculos de música, de dança e, onde está se apresentando o grupo de dança Yaguara? Aqui não temos locais para o Yaguara se apresentar, não existe local para isso. É de arte, de música, do folclore, temos que fomentar tudo isso para dar sustentação a infraestrutura turística, se não o turista chega e encontra como atrativo apenas o rio, ele vai um dia ao rio e lá também não tem estrutura. Ele vai descer, chega do outro lado não tem estrutura adequada. Nós precisamos de tudo isso que ainda não temos. E não existe por parte do poder público municipal nenhuma preocupação nesse sentido. A preocupação do município não pode ser apenas passar um calzinho no meio fio e achar que tudo está resolvido. Precisamos de sinalização nas ruas, de segurança, melhorar a iluminação, de uma infraestrutura muito forte e são muitas coisas para fazer esse processo produtivo.

Hangar Centro de Convenções em Belém
O empresário Dauro Remor aproveitou para demonstrar um exemplo bem prático, no governo de Almir Gabriel com a comunidade do turismo criou políticas para o Estado e, principalmente para a Capital onde foram criados pontos específicos para alavancar o turismo como a reforma do aeroporto, a Casa das Onze Janelas, a Estação das Docas, o Polo Joalheiro São José Liberto, o Complexo Ver-o-Peso, Mangal das Garças e outras atrações, fez aumentar o tempo dos hospedes na cidade, de um dia e meio para quatro dias e meio atualmente. E, vamos receber esse grande Centro de Convenções sem ter feito o dever de casa. Em Belém foi criada toda essa estrutura que hoje permite à pessoa que vai ao Centro de Convenções uma gama de lazer que possibilita permanecer quatro, cinco dias indo em lugares diferentes a cada dia, para restaurantes diversos com culinárias fantásticas. No nosso caso teremos o Centro de Convenções e precisaremos de muitas pessoas para eventos simultâneos, precisaremos de muita mão de obra para esse mega empreendimento que ainda não temos disponíveis no momento.Será um elefante branco se não começarmos a fazer esse trabalho hoje.

O texto acima é uma transcrição da fala do empresário Dauro Remor (Sindhotéis), dentro do Talk Show Tendências de Negócios e de Consumo em Marabá, realizado no dia 23 de outubro no I Encontro Estadual de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade 2015, no Senai.


* http://pebinhadeacucar.com.br/parauapebas-e-maraba-ja-demitiram-34-mil-trabalhadores-em-2015/.
* Foto do Yaguara: http://prazeremviajar.com/competicao-do-festival-de-danca-de-joinville-em-ritmos-marajoaras/
* Foto do Hangar: http://arcoweb.com.br/projetodesign/tecnologia/paulo-chaves-e-equipe-centro-de-02-10-2007

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