terça-feira, 13 de junho de 2017

Dias sem empregos e sem trabalhos

O retrato do Brasil atual é praticamente o espelho dos municípios, para onde se vai a realidade é praticamente é a mesma, com algumas exceções é claro. Vivemos dias sem investimentos oficiais, sem fomento e sem produtividade. Antes tínhamos uma população que vivia muito bem na Zona Rural que, segundo o Censo de 2010 representava 15,65% da população e 84,35% na Zona Urbana. As cidades inchadas já não conseguem prover emprego e qualidade de vida para tanta gente.
O campo representa uma fuga da realidade, quando antes era fornecedora de gêneros alimentícios diversos. Se no campo não se trabalha tanto como antes, a cidade também já não suporta o contingente de pessoas que procura o mercado de trabalho, e pior, o governo fez suas intervenções na forma de desoneração para empresas, buscava incrementar o setor produtivo e teve fortes efeitos colaterais. Proliferaram-se placas de ALUGA-SE e de VENDE-SE por tudo quanto é lugar, gerando uma sensação de fracasso e de desespero, para onde foram as pessoas que trabalhavam ali?

A indústria vem vivendo maus momentos nos últimos anos, quase uma década, as empresas do governo revelaram a maldosa face da corrupção por parte da gestão pública. Neste mundo altamente mecanizado já não se produzem empregos, as máquinas fazem muito bem o trabalho de centenas de trabalhadores, muito mais rápido e com qualidade. Neste Brasil que já foi mais brasileiro o homem do campo veio para a cidade e as máquinas foram para o campo e, também tomaram os empregos destes e os das cidades.

Pessoas que conhecem e viveram parte da história de Marabá, alguns quase pioneiros, apontam com muita segurança, até os anos de 1990 havia trabalho para todos. De lá para cá o quadro vem mudando, sumiram-se os trabalhos e chegaram os empregos, tudo bem formalizado e organizado na Carteira de Trabalho. Mas, é duro de admitir, já não há mais trabalho e muito menos empregos, a população vem implorando por um emprego que já não se oferta no atacado, apenas no varejo.

As saídas são as vocações econômicas, mas, foram deixadas tão de lado que já estão do lado de fora do campo de visão das gestões públicas. Sem contar que vimos a destruição de nossos recursos naturais fruto de muitos desmatamentos e degradação dos nossos mananciais. Antes a gente tinha “isso e mais aquilo”, já não temos mais matas e nem seus produtos naturais. Tudo com forte reflexo na produção de empregos.


Saídas para a geração de empregos e trabalhos

A solução espera-se, virá de fora, de longe, um industrial virá para ganhar muito dinheiro e gerar cinco lustros de milhares de empregos. São promessas já anunciadas e frustradas. A propaganda é muito bem divulgada, haverá empregos para todos da cidade, grande ilusão. Cria-se esta expectativa e o povo fica com esperanças de encontrar seu emprego de volta, chegam milhares de pessoas de outros estados sem nenhuma perspectiva, apenas com a ilusão que há empregos para todos. Quase sempre não passa de engodo bem arquitetado em anos pré-eleitorais capazes de eleger muitos políticos. É uma problema social que não tem pai nem mãe, apenas o tiozinho que quer se dá bem politicamente.

A solução que não se quer ver passa pela visão política estratégica e, considerando que os óculos caiu no chão não se sabe o que se vai fazer. O Pará é um Estado onde não faltam terras, água, riqueza mineral, natureza abundante, tudo deixado do lado de fora das administrações. A agricultura poderia ser uma saída mas, ocorrem apenas as disputas por terras, chacinas, massacres e casos de extrema violência pintam esse chão de vermelho e continua na mesma pisada, parece sem solução. Por mais que se assente trabalhadores da agricultura nos Projetos de Assentamento da Reforma Agrária, parece que todas as terras do mundo seriam insuficientes apenas para serenar os ânimos.

Há soluções com o trabalho que se pode produzir através dos nossos rios, principalmente o Tocantins com a Praia do Tucunaré e das atividades fluviais voltadas ao turismo, movimentar um enorme contingente de trabalhadores que são barqueiros e rabeteiros. Há no leito do rio o Barco Plínio Pinheiro destinado ao passeio de turistas, está parado há mais de 5 anos. Tudo isso movimenta a economia local. O turismo divulga as belezas presenteadas pelo Criador para bom uso. Vamos divulgar nossos eventos na cidade, na praia e tudo que possa atrair turistas. Conte comigo.

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