domingo, 3 de setembro de 2017

SECRETARIA DE TURISMO DE MARABA SERÁ EXTINTA

Pela segunda vez o Executivo encaminha Decreto Municipal ao legislativo, desta feita mudou-se a palavra, não mais extinção, agora é para fundir a outra secretaria. O objetivo é de cerrar as portas, fundir o turismo na Secretaria Municipal da Indústria, Comércio, Mineração, Ciência, Tecnologia. Tal medida se torna muito negativa por deixar um setor produtivo, prioritário, como um pequeno departamento que seja, talvez, apenas uma letra morta e nada mais. Fosse em alguma ativa, operante e propositiva ainda vá lá. Do jeito que se pretende fecha o caixão de uma vez e esqueçam, todos vocês, que tinham alguma esperança em ver o crescimento da economia com base no potencial turístico.


O fim da Secretaria de Turismo é algo que surge num momento em que a gestão municipal recuperou a saúde financeira, as dívidas foram negociadas, parceladas a perder de vista. Também, quando aumenta a entrada de recursos oriundos dos royalties do Cobre do Projeto Salobo. Aliás, iniciou esta semana a obra de revitalização do ponto turístico, com recursos próprios, da Orla Sebastião Miranda, de quase R$ 1 milhão, ou seja, muito em breve teremos o nosso cartão postal sob uma nova pintura e com os guardas sóis recuperados. 

O Centro de Convenções de Marabá, quer dizer, da região, caminha para a finalização das obras, já no fim do prazo para sua conclusão, bastando a conclusão da via externa de acesso que será asfaltada. Este empreendimento está sendo considerado como um elefante branco, dada a indefinição quanto a sua gestão. O fim das atividades turísticas vem caminhando continuamente para que as ações sejam silenciadas, as atividades culturais, de lazer e de turismo seguem sem nenhum apoio, sem um calendário de eventos. Tristeza que afeta o desenvolvimento econômico.

É algo muito estranho perceber essa vontade do atual gestor, foi ele quem assinou a lei 17.326 da criação da Secretaria de Turismo em 2008, também encontrou o local, mandou fazer o projeto e convenceu o governo do Estado da construção do Centro de Convenções. Agora investe no cartão postal e pede a extinção ou fusão, dá no mesmo, pois, essa fusão com uma secretaria inoperante a faz se tornar praticamente extinta.

O atual gestor poderia usar o setor produtivo para alavancar a economia local, aumentar o fluxo de pessoas na cidade, trazer investidores para o segmento e gerar muitos empregos a partir de uma atividade sustentável e infinita, que não causa poluição, desmatamento e nem acaba com nossas matérias primas. O potencial adormecido é grandioso, como o Aeroporto de Marabá que pelo segundo ano seguido vem perdendo voos, já se tornando complicado viajar para a Capital. Mais, a cidade é a Capital do Sudeste, sede da Região Metropolitana de Marabá e Capital do Carajás, já foi o maior centro de negócios e eventos da região. Mais, possui 10 praias fluviais e balneários bem legais, toda uma riqueza natural imensa das Florestas Nacionais, do Zoobotânico, de grande rede hoteleira e gastronômica, uma ponte gigante rodoferroviária com fluxo de veículos em mão inglesa. Temos tudo que o turismo precisa.

A luta do Rochedo com o Mar

Afirmei hoje na tribuna da Câmara de Vereadores, solicitei de cada um deles a contrapartida para com o social, com o desenvolvimento econômico com base em nossas vocações, em especial o turismo, pois, a cidade está numa crescente na geração de desemprego e da violência, nossos jovens não encontram o mercado de trabalho e se aliam a coisas erradas e negativas.

O ano de 2016 foi um exemplo apresentado, o trabalho da iniciativa privada deu um agitada, primeiro com a inserção do município no Mapa do Turismo 2016, realização do I Seminário de Turismo, elaboração do Mapa Turístico de Marabá, impressão da Revista Marabá - Obra Prima da Amazônia. Pelos fatos apresentados, procurei deixar claro o envolvimento empresarial pelo turismo, que chega entre 85 e 90% dos investimentos, considerando que os recursos anuais para o setor é pequeno e não afetaria o desempenho da atual gestão.

Sob os olhares pouco atenciosos dos nossos edis percebi a grande batalha que deveria ser travada. Talvez o desinteresse em algo que o município poderia ganhar olhando para frente, avançando passo a passo. Mas, senti uma grande ingratidão para com o povo que precisa de emprego. Me senti derrotado e impotente, muitos esqueceram-se dos seus eleitores, dos muitos que passam diariamente em seus gabinetes entregando currículos e pedindo qualquer tipo de emprego ou de ajuda.

Tentei ser maleável, baixar a bola, buscar algum tipo de apoio para a causa. Mudei a estratégia, pedi que deixasse a Secretaria, que, quando o prefeito pudesse ele a colocaria para funcionar e trabalhar para a cidade, base para a obra da orla que está sendo reformada, funcionamento do Centro de Convenções. Agora, apenas um milagre mudaria essa realidade, esse milagre chama-se Tião Miranda, a este cabe o sopro que dá vida ou a pá de cal em cima da sepultura.

Enfim, essa é a vontade do prefeito, fundir o Turismo na Secretaria Municipal da Indústria, Comércio, Mineração, Ciência, Tecnologia e Turismo, pois, o gestor tem poder de convencimento e não adianta insistir. Nesta guerra entre o rochedo com o mar quem sofre são os empresários, comerciantes, artesãos, barqueiros, rabeteiros e o povo que precisa de emprego, perde a cidade que precisa diversificar sua geração de renda.





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