Jeep e Vans transportam turistas para pousadas nas favelas no Reveillon carioca. |
Encontramos muitos textos na internet sobre como ganhar dinheiro com o turismo. Não vou olhar para eles, são bem legais, são sugestivos. Quando realizamos o Seminário de Turismo em abril deste ano recebi uma proposta de um palestrante famoso, justamente com o objetivo de mostrar como ganhar dinheiro com o turismo. Neste preâmbulo quero dizer que a solução está com o coletivo e acontecerá quando o trade sair da passividade.
Difícil aceitar que alguém não tenha o interesse de ganhar dinheiro nos dias atuais. No entanto, percebe-se que as coisas não andam, simplesmente vejo que muitos esperam dias melhores, principalmente advindos de outras vocações que a cidade possui, como a mineração, a hidrovia e etc. São promessas de grandes projetos apresentados por políticos e empresários, investimentos bilionários em tempo de vacas magras, tempos em que o dinheiro parece que sumiu. O resultado dos grandes projetos já é conhecido, oxigena a economia com maior circulação monetária, aumenta arrecadação de tributos, gera muitos empregos, mas, há muito tempo que perdemos investimentos ou invés de ganharmos .
Então, como ganhar dinheiro? Em primeiro lugar é preciso mudar de atitude, ou seja, sair do comodismo, em segundo lugar, essa é uma atividade em que o coletivo trabalha em prol de todos. Em terceiro, participando das reuniões programadas e que vem movimentando o trade. Também incluo no rol destas ações do trade maior cobrança ao setor público. Diante destes pontos, acreditar que uma vocação econômica para ser impulsionada precisa de estratégia e planejamento.
Todas as ações podem ser planejadas para a atração de turistas, por exemplo, temos um grande evento a ser promovido na cidade e que vai demandar acampamentos, e o que podemos agregar à este evento e acomodação? As pessoas vão precisar de outras necessidades, talvez não de hotel, mas, por exemplo, podem querer ir a um parque, a um zoológico, conhecer a gastronomia regional, a praia, poderá precisar de transportes e etc. Aliás, a realização de um evento pede que a cidade se desperte para oferecer seus produtos turísticos. Mas, se entre estas pessoas algumas precisarem de hospedagem e quiserem contratar alguns passeios turísticos? Isto é apenas para mostrar que precisamos jogar conforme as regras do jogo e, atualmente não estamos fazendo a nossa parte.
O isolamento da classe empresarial, ou melhor, de parte dela, parece demonstrar que não há parcerias entre estes, parece que são concorrentes, cada um olhando para seus interesses ao invés de ter uma visão global e estratégica de mercado para uma atuação em conjunto, em favor do crescimento da cidade, assim todos seriam beneficiados. É a lógica de desenvolver o mercado onde todos vão sobreviver. Pensar assim é considerar que o negócios de todos serão beneficiados. Finalizando esse parágrafo, estrategicamente os empresários precisam estar unidos e agir, não ficar esperando pelo poder público.
Em Marabá podemos falar claramente da falta de políticas públicas de turismo, Nossa lei de criação da Secretaria de Turismo é do final de 2008 e a primeira secretária a tomar posse foi Vanuza da Silva Barbosa no governo do prefeito Maurino Magalhães (2009-2012) e no do prefeito João Salame (2013-2016) foi a Professora Avanir que ficou no posto por dois anos e meio e, recentemente a Professora Jeania dos Santos Lima, de maio até julho deste ano e organizou muito bem a programação de Veraneio 2016. Como gestão pública no turismo os prefeitos até então não conseguiram dar a devida importância ao tema.
Para que todos possam ganhar dinheiro é preciso que estejam unidos, formando um grande grupo de empresários e, agirem segundo um planejamento. Sabemos que precisará de um Plano Municipal de Turismo sintonizado com a realidade, não prometendo o que não poderá fazer. Discutir um calendário de eventos públicos e privados, buscar a realização de eventos, criar passeios e roteiros de visitação e de entretenimento e lazer, promover a cidade através da gestão pública e privada, fazer com que esta seja vendida lá fora, mostrando tudo que ela tem de maravilhoso e encantador, enfim, organizar toda a rede de serviços, seja hotéis, restaurantes, agências turísticas, transportes, receptivos, guias de turismo e etc.
O Rio de Janeiro vivenciou nos últimos anos um novo tipo de turismo (imagem que abre o artigo), antes restrito aos lugares chiques como Copacabana, Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Teatro Municipal, Morro da Urca, Jardim Botânico e etc. Agora é gente de todas as nacionalidades querendo conhecer as favelas (que hoje o brasileiro prefere chamar de Comunidade) da Rocinha, do Morro da Providência, do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. E, a nossa cidade tem tudo que o turismo precisa e é nesta direção que vamos seguir. Vamos?
Tudo isso pode até não dá certo (eu duvido) mas, o trade não pode é deixar de fazer a sua parte.
Tudo isso pode até não dá certo (eu duvido) mas, o trade não pode é deixar de fazer a sua parte.