sábado, 21 de janeiro de 2017

Burocracia freia o turismo brasileiro

Presidente da Embratur Vinícius Lummertz
A indústria do turismo é um setor muito importante para a economia. O Brasil possui 7 mil quilômetros de praias, clima e cultura diversificada, talvez a maior riqueza natural do planeta e, essa atividade, segundo o presidente da Embratur Vinícius Lummertz em entrevista ao Programa Agenda Econômica da TV Senado (em 07/12/2016) informa que essa indústria é uma das principais fontes da economia mundial e que já representou 9,6 por cento do PIB brasileiro. Em 2015 o Brasil foi a 9º economia turística do mundo e chegou a movimentar neste ano 490 bilhões de reais (envolvendo a logística, hotelaria, gastronomia e venda de produtos). Com base nas palavras de Lummertz vamos apresentar alguns grandes obstáculos deste setor para se desenvolver, um pouco de ênfase na burocracia.

Excesso de órgãos públicos emperram o turismo

A economia brasileira é ainda considerada fechada e inclui outros fatores a frear essa cadeia produtiva, e uma legislação mais enxuta e simplificada poderia alçar o país para melhores números, maiores investimentos e agilidade nas decisões governamentais. Os negócios do setor são dificultados em todas as esferas através de diversos órgãos e leis complicadas, impostos elevados, tudo que já foi feito no resto do mundo. As autoridades brasileiras acham que as coisas precisam mudar, quer dizer, mudar os outros órgãos menos o seu e é isso que acontece com todos, é isto que vem gerando conflitos e as mudanças nunca ocorrem. Tudo interfere, e Lummetz cita um exemplo, na área de marinas que é um potencial enorme, há conflitos na SPU (Secretaria de Patrimônio da União), Marinha, o Município, o Estado e a Procuradoria Federal, a Política Estadual que tem entendimentos diferentes.

Os Estados Unidos é um exemplo, uma marina americana consegue licenciamento em 90 dias, são apenas três páginas, é o próprio Estado que licencia. No Brasil para licenciar a demora pode chegar a 12 anos ou mesmo não se conseguir. Isso reflete no número pequeno de marinas licenciadas no país e interfere na promoção de equipamentos turísticos. 

Segurança Pública

E as maiores cidades turísticas do mundo gozam do privilégio de serem seguras, ou seja, é outra ação em que os poderes públicos ainda não conseguiram dar aos destinos turísticos brasileiros, temos uma imagem no exterior manchada por acontecimentos violentos e muito massificados pela mídia nacional. E isto é outro problema, em Paris, com os atentados terroristas o país perdeu 11 por cento em apenas um ano no setor turístico e o presidente lançou 59 medidas para recuperar a imagem e mostrar ao mundo que o país é seguro para receber visitantes. Na França o turismo é uma política de Estado (e não de governo), vai do presidente ao prefeito e todos se envolvem para ajudar. O Japão considerado um país seguro em termos de violência, vez por outra sofre com abalos sísmicos tem como meta elevar de 20 para 40 milhões de visitantes estrangeiros até 2020. Em 2016 o país asiático superou pela primeira vez o número de 20 milhões e a Organização Nacional de Turismo destaca a ampliação de escalas de cruzeiros e ao lançamento de novas rotas aéreas, como também ao alívio das restrições para a concessão de vistos, sobretudo para visitantes do sudeste asiático. Enfim, investir no turismo é sinônimo de melhorias nas cidades.

Menos mídia negativa

Se a burocracia atrapalha, temos que nos preocupar também com outros fatores negativos. No mundo todo o setor trabalha com mais flexibilidade em relação as agências de turismo, principalmente nos municípios, busca-se mais investimentos e são elas que vão atrás dos turistas. O presidente da Embratur coloca como importante a questão dos vistos, dos altos impostos nos parques temáticos, razão pela qual temos tão poucos. Para ele o Estado cria uma espécie de privatização ideológica de investimentos do setor privado. Mas, quem investe mesmo são os empresários, governos não. A segurança é uma pauta da mídia mundial e nós passamos excessivamente as imagens que nos tornam um país violento.

A Operação Lava Jato nos expõe diariamente, colocam como o maior caso de corrupção do mundo. O mundo lá fora não consegue entender a dinâmica brasileira, de um país emergente e que deu certo agora revela a outra face, o lado muito negativo ao naufragar em uma crise econômica sem fim. Passa uma imagem que a corrupção é endêmica e não é verdade. Não é mesmo.

Enfim, rogamos pela desburocratização da economia brasileira, mais investimentos e mais visitantes estrangeiros, mais segurança para todos e, menos mídia negativa, somos um povo confiantes no futuro da nação e é por isso que lutamos todos os dias. Senhora impressa, por favor, menos negatividade, menos.


Mais informações:

http://www.senado.gov.br/noticias/tv/video.asp?v=439702&m=436793

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/japao-supera-pela-primeira-vez-20-milhoes-de-turistas-estrangeiros.html

http://www.rtp.pt/noticias/mundo/japao-atinge-numero-recorde-de-24-milhoes-de-turistas-estrangeiros-em-2016_n974813

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/japao-supera-pela-primeira-vez-20-milhoes-de-turistas-estrangeiros.html

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/08/crises-afetam-imagem-do-brasil-no-exterior-e-confundem-estrangeiros.htm

http://www.sul21.com.br/jornal/a-burocracia-esta-acabando-com-o-empreendedorismo/

http://politike.cartacapital.com.br/como-a-crise-afeta-a-imagem-global-do-brasil/

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