sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Onde o turismo não chegou

O ano de 2016 foi o ano do turismo em Marabá, foi muito bom em termos de agitação e provocação às autoridades locais. Em fevereiro de 2016 o Conselho Municipal de Turismo foi reativado com o chamamento de todas as entidades e, com maioria delas presente foi instituída uma diretoria provisória que, logo em seguida conseguiu se movimentar e realizar o Seminário de Turismo: Desenvolvimento e Sustentabilidade, sucesso total. Também conseguiu junto ao trade local a impressão do Mapa Turístico de Marabá 2016, Vídeo sobre as potencialidades. Na ocasião foi recolocada a cidade no Mapa do Turismo Brasileiro e, no mês de maio daquele ano tomou posse Jeania dos Santos Lima como Secretária de Turismo por 90 dias. Ela conseguiu a feitura do Inventário Turístico de 2016. Mais adiante o Conselho elaborou a Revista Marabá, Obra Prima do Pará e apresentada no Hiper Feirão de Viagens Flytour em outubro na cidade Santos, Estado de São Paulo.

No ano de 2016 a Secretaria de Turismo fez uma boa programação de Veraneio com atrações musicais nos balneários de Tucunaré e Geladinho, foi realizada uma prova de natação a Travessia do Rio Tocantins e o Ciclotur e por inconveniências políticas do gestor a secretaria ficou com seus trabalhos suspensos no final de julho. Esse foi o ano do turismo, foi muito curtinho em termos de funcionamento da Secretaria, mas, com as ações do Conselho foi um ano muito bom. Mas, não obtivemos sucesso na posse da Diretoria e mesmo a Homologação do Regimento Interno aprovado por este conselho.


Fim dos voos da Gol no trecho Marabá-Belém-Marabá
Está praticamente confirmada pela Companhia GOL a retirada dos seus voos entre Marabá-Belém-Marabá a partir do dia 1º de julho (http://marabaturismo.blogspot.com.br/2017/05/fim-dos-voos-da-gol-maraba-belem-maraba.html?m=0), de agora em diante essas viagens passam por conexões por Brasília e, com as passagens muito mais salgadas, saltando para mais R$ 1.300, ou seja, praticamente inviabiliza voar por esta companhia, restando apenas os voos da Companhia Azul. É certo que o número de passageiros vem caindo significativamente desde 2013, de lá para cá se perderam 150 mil passageiros.

Essa medida é um desfecho da falta de políticas públicas do setor produtivo e para o turismo regional, principalmente dos governos anteriores que, não abriram um olho sequer e não investiram os recursos destinados pela Lei Orgânica Municipal, dinheiro que não serviu aos interesses da promoção turística. 

A agente de turismo Nilva Resplandes proprietária da Mab Tur, afirma que a saída da Gol representa um perda muito grande e "já começou a gerar muita reclamação de clientes. E que isso vai dificultar os negócios, declarou.

Para o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Marabá (Sindicom), Raimundo Gomes Neto, o encerramento das atividades da Gol em Marabá não passa de um retrocesso, na medida em que a cidade é um polo regional servido pelos modais rodoviário, ferroviário e, em breve, hidroviário e que oferece um aeroporto de muito boa qualidade. “Perder o voo entre Marabá e Belém é andar para trás. Já vínhamos sentindo isso com a suspensão dos voos de quarta-feira e sábado”, salienta Neto, prevendo que “daqui a pouco a Latam também retira o único voo que mantém em Marabá”, ficando só a Azul cujos aviões são de pequeno porte, obrigando as pessoas a viajarem de ônibus para a capital. “Isso significa maior tempo nas viagens. E tempo, como se sabe, é dinheiro”, adverte o diretor do Sindicom.


Turismo como vocação econômica
Em 2010 a revista Veja publicou uma matéria com as 20 Metrópoles Brasileira, com um quadro "Aonde o futuro chegou" e classificava a cidade como "O Tigre da Amazônia" porque crescia a população muito rapidamente e tinha a expectativa da vida do Projeto Aços Laminados do Pará - ALPA, não veio e nem sei se somos um "Gatinho" ou outro bichano. O certo é que no setor industrial perdemos as guseiras e a moeda de troca foi a mentira da Alpa.

As notícias de crise econômica, corrupção política, desemprego e principalmente falta de perspectivas positivas fazem as manchetes dos noticiários. Um elemento suplementar para agravar a situação deste 2017 é a falta de verbas dos governos estaduais e municipais acostumados a um modelo de assistencialismo federal. Isso tudo afeta nosso bem mais valioso, o viajante.

No turismo é uma vocação importante e capaz de gerar empregos e renda na região, mas, não é utilizada. O pouco que se fez no passado, logo em seguida, rapidamente é descontinuado, voltando sempre para a estaca zero. O turismo que subsiste é espontâneo, acontece naturalmente.

Embora seja unânime a afirmação que o turismo consiste numa grande alternativa econômica, a forma como é implantada, que não é muito fácil, está relacionada com a velocidade que for utilizada nesta dinâmica, implica no fato de haver interesse das gestões municipais e com quadros técnicos, não sendo assim, as secretaria ficam inoperantes e o turismo não se efetiva e a região não cria um mercado turístico, aliás, essa ação se realiza com planejamento e com estratégias sob a ótica de uma leitura dos atores que compõem a dinâmica turística.

Nós temos o maior Aeroporto da região, um grande Shopping Center, Zoológico, temos em processo de conclusão o Centro de Convenções de Marabá, a cidade é Polo Regional e detém o maior centro comercial, rede hoteleira e gastronômica de excelente qualidade e, somos a Região Metropolitana de Marabá mas, o turismo como política pública ainda não chegou.

Somente uma ação técnica, estimulada e planejada e em parceria gestão pública, trade turístico e sociedade em geral conseguirá trazer o turismo para a região, está faltando uma prefeitura apresentar seu primeiro caso de sucesso e, em seguida, teremos outros municípios fazendo o mesmo. 

Aonde o turismo não chegou o comércio fecha as portas, empresários vão embora, cresce o número de desempregados, reduz-se o recolhimento de impostos, rotas aéreas são canceladas, aumenta a violência, decai a qualidade de vida dos moradores, afeta a oferta de serviços públicos à população em geral, a cidade não se rejuvenesce, não se embeleza, a economia geral despenca, reduz-se o PIB e o IDH. É muito ruim não deixar uma força agir para nos fortalecer. O turismo não é a solução para todos esses problemas, não é mesmo, mas, é algo grandioso, um fortificante tamanho gigante, uma força a gerar empregos e riquezas, atrais investimentos, sair do buraco. Precisa dizer mais?

Texto: Francisco Arnilson de Assis


Fontes:
http://zedudu.com.br/dirigentes-empresariais-repudiam-fim-dos-voos-da-gol-em-maraba/
http://www.abeoc.org.br/2017/01/chegou-2017-qual-o-cenario-do-mercado-do-turismo/

http://marabaturismo.blogspot.com.br/2017/01/turismo-espontaneo-e-politicas-publicas.html

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