terça-feira, 16 de maio de 2017

Marabá como entroncamento fluvial

A obra "Viagem ao Tocantins" segunda edição de 1983, de autoria desconhecida, reeditada pelo Prefeito Municipal Paulo Bosco Rodrigues Jadão e a fidalga gentileza de dois destacados membros da comunidade, o Dr. João Queiroz e Antônio de Araújo Santos, que desfalcaram suas bibliotecas para nos cederem a presente obra a fim de que pudesse ser reeditada, com prefácio de João Maria Guimarães Barros, Assessor de Imprensa da Prefeitura Municipal de Marabá grandioso homem apaixonado por esta terra, cujo histórico mereceria ser conhecida por todos. No capítulo sobre Navegação e Transporte vamos apresentar o uso de barcos, os motores que exerciam papel importante na economia regional, colocando o novo município de Marabá, nos idos de 1926 Marabá tinha produtos para transportar e serviu como importamento entroncamento logístico fluvial que, atualmente não temos produtos e pouco serventia há nas vias fluviais. Na imagem ao lado o barco Júpiter (da empresa Vicente Antonio & Filho) que transportava 200 barricas e tinha motor Red Wing de 32HP. Mais um detalhe especial, o texto está no modo do português de época. Deliciem-se.

Os extensos e abrigados ancoradouros dos rios Tocantins e Itacaiúnas que marginam a cidade, são extraordinariamente movimentados, sobretudo nas epochas da safra de castanha, por centenas de embarcações de pequeno calado, botes, reboques, montarias, lanchas, motores, provenientes do Alto Tocantins, Araguaya, Itacayuna e seus afluentes e Tauhirysinho, igarapé á margem esquerda do Tocantins onde se encontram os maiores castanhaes do Município.

O incremento extraordinário que nos ultimos annos vem tomando a navegação de lachas a vapor e motores de explosão, tem facilitado de uma maneira providencial as comunicações, não só com os centros productores dos sertões goyano e maranhense, com os quaes Marabá mantem promissor e avultado intercambio commercial.

Pouco a pouco desapparece a navegação rotineira e tardonha das canoas a remos, forquilhas e ganchos, a unica existente, a 7 ou 8 annos, naquellas paragens do Tocantins, e que em viagens que duravam mezes, entre ida e volta, ligava Alcobaça aos centros agrícolas e pastoris do Tocantins e do Araguaya.

Neptuno de propriedade de Calixto Yaghy
Hoje felizmente, as lanchas a gazolina e a vapor, encurtando as distancias, diminuindo os riscos e perigos das cachoeiras pela rapidez e força dos motores, mantem constante e rapida communicação entre Alcobaça (servido por vapores da praça de Belém) e as villas e cidades de Imperatriz, Bôa Vista, Porto Franco, Carolina, Pedro Affonso e Porto Nacional no Tocantins e S. Vicente, Conceição, Santa Maria, Leopoldina e o longínquo Registro no Araguaya, tendo como centro de convergência e attração commercial a cidade de Marabá. Cerca de 70 embarcações a vapor e a gazolina animam o porto commercial de Marabá, algumas com capacidades superiores a 40 toneladas, transportando 300 barricas de castanha, além de passageiros.

Em abril do corrente anno (1926), faziam parte da flotilha marabaense as seguintes embarcações: 



Texto retirado do Livro: Viagem ao Tocantins, páginas 55 a 58.

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