O Pontal na pintura de Domingos Nunes |
Em 1895 chegaram ao Burgo Agrícola do Itacaiúnas Francisco Coelho e Francisco Casemiro
de Sousa, tangiam uma boiada rumo a Nazaré dos Patos, para abatê-la, e
consequentemente venderia a carne verde para Belém. Chegaram muito cansados,
resolveram ficar ali por alguns dias até que o gado se repusesse um pouco. Eles
ficaram interessados com a descoberta do caucho e início da produção de
borracha. Percebendo o interesse dos boiadeiros Carlos Leitão fez-lhe o convite
para vir para o Burgo em definitivo e explorar o mercado de carne e outros
negócios.
Venderam
o gado para Leitão, mandaram buscar as famílias, montaram um açougue e um
comércio de bebidas e armarinho. Ganharam muito dinheiro e Francisco Coelho
resolveu buscar mulheres de vida livre do Maranhão para servir aos caucheiros.
Este fato desagradou as famílias que pediram as providências ao Coronel, este,
como um bom negociador propôs a Francisco Coelho e seu sócio Francisco Casemiro
de Sousa que se instalasse em outro local. Apanharam um ubá e rumaram rio
Tocantins acima, alcançaram a Foz do Itacaiúnas. Carlos Leitão mostrou-lhe o
Pontal, lugar da junção dos dois rios e disse-lhe que aquele ponto era ótimo,
atenderia os navegadores dos dois rios e se prontificou a organizar o mutirão
de todo o pessoal do Burgo, para a construção de sua nova instalação. O local
agradou, foi aceito por Francisco Coelho e seu sócio.
Casa Marabá ao Centro, ampliação da pintura de Domingos Nunes |
A
Borracha veio facilitar o trabalho árduo e o mercado consumidor passou de Belém
para o Burgo, onde a extração da borracha estava a pleno vapor. Mudou-se
repentinamente a vocação da colônia agrícola do gado para a borracha, já havia
até o mercado especulativo e o desenvolvimento da prostituição no “Pontal”, que
passou a ser uma senha comercial de Francisco Coelho e que isto desagradava as
pessoas do Burgo do Itacaiúnas fato que provocou a mudança deste para o Pontal.
Casas simples situadas no Pontal |
No Pontal
construíram um “Barracão”, dividido em quatro cômodos, um para o comércio, um
para o depósito, outro para moradia e um amplo salão para dança dos boêmios e
assim foi feito. No dia 27 de junho de 1898 foi feita a Festa de Inauguração do
“Barracão”, com grande presença de pessoas que vieram do Burgo e de outros locais
vizinhos. Houve discursos e durante a sessão cívica da festa o sargento
reformado Francisco Casemiro de Sousa, sócio de Francisco Coelho, pediu a
palavra e recitou a poesia “Marabá”, de autoria de Antônio Gonçalves Dias.
Marco histórico situado no Francisco Coelho |
Observação:
O Pontal é atualmente chamado de Bairro Francisco Coelho ou Cabelo Seco. Sobre
imagens antigas do Pontal, não foi possível encontrar. Mas, esse local da
pintura deu origem ao Bairro e nele há uma Praça, Escola e muitas residências.
Também há um pequeno monumento, bem simples, apontando o local onde nasceu Marabá, bem próximo do fim da parte terrestre, na ponta do pontal, confluência entre os rios Itacaiúnas à esquerda e à direita o Tocantins. Enfim, foi no Pontal que a cidade começou os seus avanços, ampliou o número de moradores e se organizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.