Parte da estrutura do Centro de Convenções caiu em outubro de 2016 |
Nada menos que R$ 600 milhões deixaram de circular na economia de
Salvador de dezembro de 2013 até o final de 2016 em razão da queda do turismo
de convenções e congressos, de acordo com levantamento inédito da Salvador
Destination, que recebe hoje o trade turístico em almoço no hotel Sheraton,
para balanço geral do setor.
Paulo Gaudenzi, presidente da entidade, antecipou a informação para a
Tempo Presente. Ele explica que o cálculo do levantamento considerou valores
nos setores de hotelaria, restaurantes, lojas de brindes e presentes, e tudo o
mais que é movimentado pelo turismo de convenções. Era a salvação da baixa
estação.
Perícia – A história todo mundo conhece: em dezembro de 2013
um grande congresso da área médica que iria acontecer no Centro de Convenções
foi cancelado por falta de condições no local. Depois o prédio fechou. E,
depois, uma parte dele caiu.
– Cadê o resultado da perícia? Por que caiu? Uma hora diz que vai ser no
Comércio, outra no Parque de Exposições. Estamos órfãos de um grande
equipamento. E hoje ninguém sabe de nada – provoca Gaudenzi.
O trade continua batendo na tecla de que o local deve permanecer o
mesmo. São mais de 10 mil leitos nos bairros adjacentes.
Queda de passageiros
Saiu na terça, quentinha, a estatística da Infraero que detalha voos e
passageiros nos aeroportos do País. O Aeroporto de Salvador registrou queda de
desembarque de passageiros em relação a 2015. Em números gerais foram menos
746.444 passageiros que desembarcaram em Salvador em 2016. Uma queda de 17%.
Secult responde
A Secretaria de Cultura do Estado respondeu, em nota, às reclamações da
classe artística, publicadas ontem aqui, no que se refere à gestão da cultura e
desclassificações de projetos nos Editais Setoriais 2016.
A Secult afirma que os projetos desclassificados nos editais, incluindo
os do setor audiovisual, não atenderam a critérios estabelecidos no edital, que
é de conhecimento de todos os agentes culturais. Frisa o item “apresentação de
documentos para conveniamento”.
Democracia – Diz que os proponentes das 72 propostas foram comunicados sobre
motivos de desclassificação. E que, mesmo aprovados pelas comissões temáticas,
somente poderiam conveniar os projetos a partir do cumprimento dos requisitos
próprios de um chamamento público (edital), que inclui a apresentação da
documentação exigida.
Finaliza que o compromisso é com a democracia e a transparência e que
todos os procedimentos do edital são de conhecimento público. Outros 288
projetos receberam os recursos do Fundo de Cultura, que desembolsou R$ 30
milhões em 2016.
Transparência – A gestora cultural Marcia Cardim
procurou a Tempo Presente para dizer que seu post no Facebook não criticou as
“desclassificações”, conforme dito aqui. Mas, sim, a gestão e falta de
transparência na pasta. Ela diz que há questões não respondidas pela Secult, como
a relação de projetos contemplados, quais receberam a primeira parcela e por aí
vai.
Regina Bochicchio com Yuri Silva | tempopresente@grupoatarde.com.br
http://atarde.uol.com.br/coluna/reginabochicchio/1832137-sem-convencoes-turismo-perde-grana-premium
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