THEATRO MUNICIPAL |
A variedade de opções de comércio representa um importante poder de
atração para o turismo na área de estudo, podendo ser considerado um de seus
grandes diferenciais. Porém, optou-se por analisar o comércio como um item de
infra-estrutura de apoio ao turismo considerando nesse capítulo, apenas a
oferta de atrativos culturais.
Entende-se por atrativo turístico cultural, aqueles “elementos da
cultura que, ao serem utilizados para fins turísticos, passam a atrair fluxos
turísticos. São os bens e valores culturais de natureza material e imaterial
produzidos pelo homem e apropriados pelo turismo, da pré-história à época
atual, como testemunhos de uma cultura, representados por suas formas de
expressão; modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e
tecnológicas; as obras, os objetos, os documentos, as edificações e demais
espaços para destinos diversos; os conjuntos urbanos e sítios de valor
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e
científico.”
O inventário do centro indicou a existência de 326 atrativos culturais,
incluindo bens que não permitem visitação, mas que se constituem em atrativos
por compor a paisagem urbana no contexto histórico-cultural. Esse número pode
ser ainda maior se considerado a grande quantidade de bens tombados ou em
processo de tombamento existentes na área de estudo (mais de 1000), que não
foram incluídos nessa análise pela ausência de dados e consequente comprovação
da relevância dos mesmos.
Para a análise, todos os atrativos turísticos de relevância meramente
contemplativa, ou seja, aqueles não passíveis de visitação interna foram
descartados, sendo foco de outro tipo de estudo não incluído nessa publicação.
Aqueles submetidos à análise foram, portanto, os atrativos turísticos identificados que permitem visitação pública, seja pela edificação com relevância arquitetônica (civil, militar ou religiosa), pelo caráter cultural das atividades que desenvolvem, ou ambas as situações em consonância. Juntos perfazem um total de 81 atrativos.
É importante ressaltar que um mesmo atrativo pode estar classificado em
mais de uma categoria, o que faz do resultado da soma do percentual apresentado
na tabela TAB.09, um número maior do que o número de atrativos
existentes.
Das instituições culturais, os teatros são os de maior ocorrência,
representando 25% do total dos atrativos. A principal referência é o Teatro
Municipal, cuja atração vai além da programação e merece destaque pela sua
arquitetura e relevância na história da cidade. A concentração desses
estabelecimentos na área de estudo, se dá principalmente ao redor da Praça Franklin
Roosevelt. Próximo dali, porém externo ao perímetro, está o local de maior
concentração de teatros na cidade, no distrito da Bela Vista. Os teatros do
perímetro de estudo representam quase 15% dos teatros de São Paulo.
Museus também são bastante representativos: 20% do total dos atrativos e
17% do total dos museus na cidade. Entre eles está o concorrido Museu da Língua
Portuguesa, um dos mais visitados do país, que através de recursos tecnológicos
e muita criatividade, resgatou o interesse da população, turistas e moradores,
especialmente os mais jovens, por este tipo de atrativo. Estão também a Estação
Pinacoteca e a Pinacoteca do Estado. Museus com a temática religiosa também são
relevantes: estão na região o Museu de Arte Sacra, Museu do Presépio e o Museu
do Beato Anchieta (Pátio do Colégio).
Já os centros culturais, casas de cultura e outros de mesmo gênero são
14% dos atrativos turísticos considerados na análise e verifica-se que são
espaços bastante diversificados se comparados entre sí. Enquanto o Espaço
Bovespa, por exemplo, mantém atividades culturais intimamente ligadas à função
da instituição; a Galeria Olido mantém preocupação com a difusão de
conhecimentos através de atividades educativas e a Caixa Cultural e Centro
Cultural Banco do Brasil, focam em exposições de fotografias e artes plásticas
de qualidade.
Além dos estabelecimentos que mantêm atividade de caráter estritamente
turístico e cultural, há aqueles que representam importante papel para o
turismo, sem se desvencilhar de seu fim original, como os templos religiosos.
Igrejas, capelas, catedral, mosteiros e santuário somam 61% dos atrativos cuja
finalidade principal não é a visitação turística ou de caráter educacional. O
centro tem destacada vocação religiosa, com espaços de grande riqueza e
representatividade – exemplos clássicos são a Catedral da Sé e o Mosteiro da
Luz. Vários outros ícones da cidade que apesar de não serem essencialmente
turístico, são considerados assim pela sua beleza, importância arquitetônica e
histórica e tornaram-se referência para o turista na região central, como o
Mercado Municipal, Estações Luz e Júlio Prestes, Edifício Altino Arantes e
outros.
No momento em que um determinado espaço torna-se turístico, por
iniciativa própria ou não, é importante que se atente à algumas necessidades
para manter um bom atendimento e também não comprometer a imagem do destino no
qual se encontra estabelecido. Os 81 atrativos identificados foram submetidos à
análise considerando dias e horários de funcionamento, material impresso de
divulgação, página na internet, visita monitorada, facilidades, valor do
ingresso e acessibilidade.
THEATRO MUNICIPAL |
Funcionamento
A análise dos dados referente aos dias e horários de funcionamento dos
atrativos indica que cerca de metade deles não funciona aos sábados e domingos,
o que é um grande limitador para o turismo de lazer de final de semana.
Durante a semana o funcionamento é muito próximo ao horário comercial, o que
pode ser impedir a visita do turista de negócios.
Além dos teatros, verifica-se que os atrativos com maior ocorrência de
funcionamento no período noturno, são os centros culturais. A iniciativa de
manter horário prolongado de funcionamento colabora para o resgate da vida
noturna no centro da cidade. Além de atrair turistas, visitantes e moradores,
provoca o funcionamento estendido dos equipamentos de apoio no entorno próximo
– bares, restaurantes, estacionamentos e outros - para atender à demanda gerada
pelo atrativo.
Dias de funcionamento
• 33% fecham aos
sábados
• 38% fecham aos domingos
• 10% recebem visitação somente mediante agendamento
• 27% fecham às segundas-feiras
• Funcionamento incerto aos feriados
• Teatros funcionam conforme a programação
• 38% fecham aos domingos
• 10% recebem visitação somente mediante agendamento
• 27% fecham às segundas-feiras
• Funcionamento incerto aos feriados
• Teatros funcionam conforme a programação
Horários de funcionamento
• 45% dos centros
culturais funcionam após as 18h
• 87% dos museus encerram as atividades às 18h ou antes
• Apenas 27% dos atrativos funcionam após as 18h00
• 87% dos museus encerram as atividades às 18h ou antes
• Apenas 27% dos atrativos funcionam após as 18h00
Material de divulgação
Dos equipamentos analisados, aqueles com atividade essencialmente
turística são os que mais demonstram preocupação com a divulgação dos espaços
através de folheteria impressa, distribuída geralmente no próprio espaço,
centrais de informações turísticas e hotéis.
Folheteria
• 57% dos atrativos essencialmente turísticos têm folheteria (centros
culturais e museus)
• Apenas 2 atrativos têm folheteria em inglês e espanhol
• Apenas 2 atrativos têm folheteria em inglês e espanhol
Página na internet
A internet é um canal de comunicação mais utilizado pelos equipamentos
analisados (67%) do que os materiais impressos, porém, o inventário não
subsidiou informações que permitam qualificar o grau de uso dessa
ferramenta. Mas verifica-se que os atrativos a utilizam bem, com exceção
dos teatros, que perdem a oportunidade de divulgar sua programação,
especialmente aos moradores de São Paulo e cidades próximas, grande público
consumidor deste tipo de atrativo.
Visita monitorada
Verifica-se que apenas metade dos equipamentos tem monitores que
acompanham as visitas e prestam informações detalhadas sobre o atrativo em
questão. Alguns disponibilizam a monitoria mediante agendamento, o que exige
planejamento prévio, nem sempre viável. A prestação deste serviço, muitas vezes
vista como superficial, é de inestimável importância se considerado que se
trata do canal eficiente para a transmissão do significado do espaço ou acervo
e, portanto do entendimento do patrimônio. Vale lembrar que é a compreensão do
patrimônio que garante sua preservação e valorização.
Ainda é pequeno o percentual de atrativos preocupados com o serviço de
monitoria, principalmente em idiomas que não apenas o português. Considerando
que São Paulo é um dos destinos brasileiro que mais recebe turistas
internacionais, se faz necessária especial atenção para esse público.
Como alternativa à monitoria, há a opção do uso de audioguias,
equipamentos de áudio que reproduzem a monitoria em outros idiomas, contudo, o
inventário não identificou nenhum estabelecimento que faça uso deste tipo de
tecnologia, muito comum em outros países.
Monitoria
• 44% dos atrativos
não oferecem visita monitorada
• 18% dos atrativos oferecem visita monitorada mediante agendamento
• 19% dos atrativos oferecem visita monitorada em inglês
• 10% dos atrativos oferecem visita monitorada em espanhol
• 18% dos atrativos oferecem visita monitorada mediante agendamento
• 19% dos atrativos oferecem visita monitorada em inglês
• 10% dos atrativos oferecem visita monitorada em espanhol
Facilidades
Foi identificado no inventário da infra-estrutura de apoio ao turismo, o
surgimento de estabelecimentos, como cafés, restaurantes e lojas de
souvenires, incorporados aos atrativos, agregando valor para esses
espaços. A existência de lojas de souvenirs, que comercializam
produtos relacionados ao atrativo, não supre a carência desse tipo de comércio
em São Paulo, porém amenizam a deficiência.
Serviços
• 42% dos atrativos
têm algum tipo de facilidade
• 26% dos atrativos contam com estrutura de bar/café
• 17% dos atrativos têm loja de souvenirs (ou artigos religiosos no caso das igrejas)
• 26% dos atrativos contam com estrutura de bar/café
• 17% dos atrativos têm loja de souvenirs (ou artigos religiosos no caso das igrejas)
Valor do ingresso
O Centro de São Paulo é uma área extremamente democrática quanto ao
acesso aos atrativos turísticos. A taxa de ingresso mais elevada
registrada na coleta das informações foi no valor de cinco reais. Ainda assim,
apenas 10% fazem a cobrança durante todos os dias da semana e 90% deles podem
ser acessados gratuitamente, dependendo do dia da semana.
Ingressos
• 90% dos atrativos
não cobram pela entrada
• Entre os estabelecimentos que cobram ingresso, 43% isentam essa taxa pelo menos 1 dia na semana
• R$5,00 é o maior valor de ingresso cobrado entre os estabelecimentos
• Entre os estabelecimentos que cobram ingresso, 43% isentam essa taxa pelo menos 1 dia na semana
• R$5,00 é o maior valor de ingresso cobrado entre os estabelecimentos
Acessibilidade
Houve uma grande preocupação ao se tratar sobre os equipamentos com
acesso aos portadores de deficiências. Julgaram-se frágil os dados coletados
pelo inventário, em partes pela complexidade do assunto, os vários tipos de
deficiências e os cuidados que cada uma delas requer. Dos atrativos
inventariados, 43% responderam às questões sobre acesso de deficientes físico,
informando estar providos de algum tipo de equipamento de acessibilidade.
Contudo, notou-se que o critério de resposta foi baseado muito mais na
percepção, que nas reais necessidades do deficiente ou nas normas técnicas que
regulamentam o que é, ou não acessível, sendo necessário um estudo específico
sobre o assunto em questão.
Considerações
Fica comprovado que é grande a oferta de atrativos turísticos no centro
da cidade, com potencial de crescimento. Há inúmeros estabelecimentos de
qualidade indiscutível que já atraem uma grande quantidade de visitantes.
A grande concentração, a proximidade e a facilidade de acesso entre eles
são fatores extremamente positivos que permitem o usufruto intenso do espaço,
com economia de tempo e deslocamentos. Destacando que nesse percurso, existem
ainda muitos edifícios e monumentos inseridos na paisagem urbana que enriquecem
ainda mais o roteiro. É preciso apenas ações que crie uma maior sinergia entre
eles, incentivando uma maior circulação e não a concentração nos principais
deles como acontece atualmente.
Muitos pontos precisam ser aperfeiçoados nesses atrativos para tornar o
turismo no centro como referência de qualidade e a análise apresentada pode
facilitar na definição das ações necessárias. É importante destacar que
pouquíssimos atrativos fazem controle do número de visitantes, e por consequência,
não há pesquisas que qualifiquem a demanda desses espaços. Desta forma, não se
sabe quem são os visitantes, qual fatores motivaram a visita, qual a origem,
quais os interesses, etc. Esse tipo de informação é fundamental para permear a
tomada de decisões. Baseado apenas em percepções, o planejamento de gestão dos
estabelecimentos torna-se frágil.
Outro item que deve ser considerado é a utilização desses espaços para a
realização de eventos, tendência cada vez mais forte em grandes capitais do
mundo. A utilização de espaços de riqueza histórica, arquitetônica e cultural
em eventos corporativos ou sociais é uma excelente maneira de colocar o
patrimônio em evidência e ainda incrementar o ingresso de receita.
A tabela TAB.10 apresenta os atrativos considerados nessa análise e os
principais dados levantados, destacando que as informações indicadas podem ter
sido alteradas desde a data da pesquisa e não servem como referência segura
para orientar a visita, sendo apenas base para o diagnóstico geral dos
equipamentos possíveis de visitação na área de estudo.
http://www.spturis.com/turismocentro/pagina.php?id=atrativos-turisticos-2&ln=br
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