A falta de envolvimento, de sentir-se pertencente a uma família, a falta de respeito para com o outro, são fatores que nos leva a situações embaraçosas. Muitos são os casos que poderia citar para mostrar o quanto há de exclusão no setor do turismo, na força dessa vocação que se reduz por capricho ou por desconhecimento. Eu tive algumas experiências do tipo e jamais vou esquecer delas. Vou citá-las nesta postagem. É uma discriminação fechar uma porta para uma porta para um membro da família. E isso acontece por vários motivos, dentre eles, a concentração de poder em um grupo reduzido.
Tenho aumentada a minha visão quando se trata de turismo, mas, isso é um aprendizado diário. Posso dizer claramente que o setor é muito maior do que se imagina, principalmente quando percebemos as economias associadas ao turismo que, no primeiro momento passa batido. Vamos ao primeiro caso, conheci uma advogada que estava numa sessão da Câmara de Vereadores que na ocasião havia uma fala sobre turismo. Neste momento comecei a falar sobre o tema, mas, não demorou e disse que era advogada e não tinha nada a ver.
Outra situação aconteceu, com um contador. Em primeiro lugar disse que não há turismo na cidade e a atividade como tal não contribui em nada com o seu empreendimento, ajuda muito a cidade no setor de hotelaria e de alimentação. Daí, por que me preocupar com o turismo? Turismo há no Rio de Janeiro, cidade linda, maravilhosa que todos desejam conhecê-la. Quem vai desejar conhecer Marabá?
Outra cena aconteceu comigo e vou guardar essa gafe pelo resto da vida. Um empresário do trade vendo o meu interesse em promover o Seminário de Turismo ficou incomodado. Esse evento estava ganhando projeção no meio empresarial e, querendo me jogar fora do baralho me perguntou: "você trabalha com quê? Eu já pesquisei e não vi você com atividade dentro do trade turístico. Você não é do turismo.
Discriminação é o mesmo que exclusão
Agora vamos comentar um pouco sobre essas situações. Como que os profissionais do direito não tem nada a ver com turismo? Como que um escritório de contabilidade está fora do turismo? Pois bem, essa família é muito desunida, não conhece seus parentes próximos. Na elaboração dos contratos e nas aberturas e encerramento de empresas, nos desmanches das sociedades empresariais, nos processos de litígios, os advogados e contadores são super importantes, nos esclarecimentos, nas consultorias para aberturas de empreendimentos, no desembaraçar das leis do Plano Diretor, tudo isso é muito complicado para um bom empresário do turismo. As legislações, as licenças ambientais e de funcionamento? O próprio cadastro no Ministério do Turismo? Os advogados participam das reuniões para a construção de um grande resort, nos processos de compra de empreendimentos e etc. Os contadores, do mesmo jeito, estão lá para fazerem muito bem o seu papel.
Acho que a pressão de compromissos fez o empresário cometer a sua gafe. Como não compreender que um hotel é um dos principais instrumentos para quem precisa promover o turismo? Do mesmo modo, o turista vai precisar do hotel e do restaurante, empreendimentos dele. E mais, da locadora de carros, totalmente a ver com a atividade. Eu aproveitei esse momento de conscientização para pedir o seu apoio total para levantar essa bandeira, lutar pelo desenvolvimento do segmento para a atração de turistas, para a geração de empregos e renda. Com o turismo, disse para ele, todos ganham. Tem tudo a ver com os seus grandes empreendimentos.
O caso mais particular ocorreu como forma de me desqualificar, de tirar de dentro de um grupo muito restrito no qual me coloquei. Respondi que tanto o turismo como o comércio são atividades de prestação de serviços, do terceiro setor, portanto. Disse mais, estou dentro do trade, faço parte do Sindicato do Comércio Varejista de Marabá que pertence a Federação Estadual do Comércio que, por seu turno é filiado a Confederação Nacional do Comércio que tem no seu estatuto prerrogativas de promoção do turismo.
Deixando esses fatos de lado, coisas que ainda vão continuar acontecendo, quero dizer, é minha opinião, todos os segmentos merecem respeito máximo, estão direta ou indiretamente vinculados ao turismo embora nem saibam às vezes. Mais, sejamos mais receptivos para que esta bandeira seja levantada por todos. Todo mundo deveria se envolver na cobrança e promoção do turismo. Temos muitos problemas por falta de união, por falta de pessoas comprometidas que realmente vestem a camisa e arregaçam as mangas.
Já temos pessoas demais sem comprometimentos, em um grupo pequeno. Eles ocupam postos importantes na cadeia turística e pode resultar em maior força para o grupo, com enorme benefício para todos. Ainda somos discriminados, por questões de espaços de poder, quando na verdade, deveríamos estar unidos para promover as ações que competem a classe empresarial. Encontrar pessoas responsáveis e comprometidas, lutadoras, empreendedoras, não é fácil. Elas existem e precisam ser conscientizadas de uma causa comum. Do contrário, tudo ficará concentrado em um grupo de poucas pessoas, os reis da cocada preta, simplesmente por pura vaidade e holofotes.
Estive muito engajado junto com um grupo de empresários no despertar do tema e na promoção de eventos de muita importância como o I Seminário de Turismo realizado em 28 de abril de 2016 e tantos outros que a minha modéstia me pede pra não citá-los. Enfim, discriminar é o mesmo que excluir, não façam isso!
Eu sou Francisco Arnilson de Assis, membro do Conselho Municipal de Turismo, Diretor do Sindicado do Comércio Varejista de Marabá. Sou o atual Presidente do Clube dos Lojistas do Shopping Pátio Marabá.
Sou blogueiro do marabaturismo e propago a cidade e a região com grande aceitação na internet, logo chegarei nos próximos dias a marca dos 100 mil acessos, tudo isso em menos de 2 anos, por se tratar de uma tema que a cidade ainda não despertou, considero de grande relevância a divulgação do potencial turístico regional. Também escrevo a coluna Cultura e Turismo do Jornal Correio de Carajás, virtual, com excelente visibilidade.
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