Cachoeira com barras de acessibilidade. Crédito:Divulgação/refúgio/Avalon |
Por Geraldo Gurgel. Destino histórico e de ecoturismo de Goiás
ganha atrativo ecológico com acessibilidade e jardim sensorial; refúgio
turístico prioriza o lazer e a educação ambiental. Pertinho do centro
histórico de Pirenópolis (GO), ao pé da Serra dos Pireneus, uma chácara foi
aberta à visitação turística com o propósito de educar e propiciar contato
direto com a natureza, inclusive para pessoas com mobilidade reduzida,
cadeirantes e com deficiência visual. O refúgio ecológico, que passou por
adaptações para promover acessibilidade e turismo sensorial, é a extensão rural
de uma das poucas pousadas da cidade onde o visitante com deficiência tem
autonomia para se deslocar e desfrutar dos serviços oferecidos.
Localizada às margens do rio das Almas, que
corta o município, o local ainda preserva as marcas da intensa atividade
mineral na região entre os séculos VIII e XIX. Como marca da extração de pedras
ornamentais, atividade econômica que gradativamente vem sendo substituída pelo
turismo, o proprietário mantém, aberta à visitação, uma pedreira
desativada. O turista caminha por trilhas sinuosas, entre paredes de
pedras construídas pelos escravos, fazendo o mesmo percurso dos garimpeiros que
exploravam o ouro abrindo valas e escavando a terra.
Boa parte do labirinto de 900 metros pode ser feito por
cadeirantes, idosos e demais pessoas com mobilidade reduzida. Se o visitante se
cansar, basta aproveitar as redes, balanços e gangorras espalhados pelas
árvores e continuar apreciando a exuberante paisagem do Cerrado. Os caminhos
também levam à espaços destinados a reflexão, isoladamente ou em grupo, e
que permitem o contato com a energia dos cristais na natureza, outra riqueza da
região.
Estação de Reflexão. Crédito:Divulgação/refúgio/Avalon |
O ecoturismo permite ao visitante uma série
de experiências que aliam o conhecimento ao lazer. São diversas ações
sustentáveis como o aproveitamento da água da chuva, minhocário, tratamento de
dejetos e produção de hortaliças. A chácara abastece a pousada com produtos
orgânicos e extraídos da natureza. Um dos destaques é o jardim sensorial com
mais de 100 exemplares de plantas medicinais, condimentares e ornamentais.
As pessoas com deficiência visual acessam o
labirinto de canteiros com indicações em braile e também identificam as
espécies pelo cheiro característico de cada planta. Fontes de água e sinais
sonoros, entre outros estímulos aos sentidos, permitem maior autonomia ao
visitante. Os demais turistas, com os olhos vendados, são convidados a
experimentar, tocar e sentir as diversas texturas, fragrâncias e sabores das
plantas e frutas, ampliando a experiência sensorial.
Pescar e soltar o peixe na água em perfeitas condições de
sobrevivência é outra prática de lazer ecologicamente correta estimulada aos
visitantes, tornando-os fortes aliados da preservação do meio ambiente. O
turista ainda pode, literalmente, se lambuzar de lama em um banho de argila,
rica em alumínio e silício, em mais uma experiência sensorial. E, a qualquer
momento, se refrescar na cachoeira que possui barras de acessibilidade. O
turista cadeirante ou com dificuldade de locomoção chega de carro até a margem
do rio e acessa a cascata através de uma rampa. Iniciativa que mostra que o
turismo deve ser pensado para todos.
Da: Agência de Notícias do Turismo
http://www.turismo.gov.br/component/content/article.html?id=7911
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